tag:blogger.com,1999:blog-26213174919982400672024-03-26T23:37:53.474-07:00A Arte é Vida PlenaCríticas literárias, cinematográficas, musicais, artes visuais e peças teatrais.Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.comBlogger263125tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-36080546617858966282022-02-23T09:22:00.002-08:002022-02-23T09:22:59.122-08:00À Deriva no Mundo, por Rafael Vespasiano. Livro de poemas - 2ª edição. (Link para conhecer a obra no corpo do texto). <p> </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRi68Xc_CyH-kTjcF2Ye-JBkhVM_TrIjeLiGmGTjcq5x1XAkwDAem99wNvv_wzQbzJveDZ197L2IhhdZ6TVXdLQv8rZFsAdrbUXn_ASeRkHACoe7jiarRiZJ4shMTqJJXDzu-ThIjTl335Ke00RtAo_XWShH-E3wCGoME9o0zu_YnrkTMrLZhGRqS7=s1160" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1160" data-original-width="784" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRi68Xc_CyH-kTjcF2Ye-JBkhVM_TrIjeLiGmGTjcq5x1XAkwDAem99wNvv_wzQbzJveDZ197L2IhhdZ6TVXdLQv8rZFsAdrbUXn_ASeRkHACoe7jiarRiZJ4shMTqJJXDzu-ThIjTl335Ke00RtAo_XWShH-E3wCGoME9o0zu_YnrkTMrLZhGRqS7=s320" width="216" /></a></div><br /><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span><p></p><p><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span></p><p><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Muito feliz por lançar e compartilhar com vocês a segunda edição do meu primeiro livro de poemas, À deriva no mundo. Fruto de uma experiência de escrita e rescrita, que durou prazerosos e também dificultosos longos anos (cerca de 15), desde quando escrevi o primeiro poema que dele faz parte até a versão digital que ora lanço e compartilho com o público leitor. Esta é uma edição revista e muito modificada em relação à primeira edição, corrigidos alguns erros de revisão, adicionados alguns poemas e retirados outros tantos. Enfim, deixo a cargo dos leitores e das leitoras a devida apreciação.</span></p><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Rafael Vespasiano (Escritor e Poeta).</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Link para conhecer a obra:</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">https://www.amazon.com.br/dp/B09KYJ6X5S/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=3N89RGMDDNFE1&dchild=1&keywords=%C3%A0+deriva+no+mundo&qid=1635967763&sprefix=%C3%A0+deriva+no+mundo%2Caps%2C607&sr=8-1</span>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-68349110223521802702022-01-29T14:03:00.000-08:002022-01-29T14:03:07.017-08:00Catábases – estudos sobre viagens aos infernos na Antiguidade-Eudoro de Sousa: uma descida aos Infernos para ver o futuro <p><br /></p><p style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiB8uHlFH-8xGWBbR13FeMMGhi1tremoFKPaTwLTu401UfvNNLWF4tT7omk8flhV1w06AEYiJhRJBwlWODKzNSxpKFIP7IWPlPDLI09ZdGY44lHyBR_XM5l2YR9Hu7zQW0vevYkgjFl3n5EQujXC4EoRo1Zdg-GyJvTSLHJyX9HUAZcSTX97C-Zgvji=s313" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="313" data-original-width="200" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiB8uHlFH-8xGWBbR13FeMMGhi1tremoFKPaTwLTu401UfvNNLWF4tT7omk8flhV1w06AEYiJhRJBwlWODKzNSxpKFIP7IWPlPDLI09ZdGY44lHyBR_XM5l2YR9Hu7zQW0vevYkgjFl3n5EQujXC4EoRo1Zdg-GyJvTSLHJyX9HUAZcSTX97C-Zgvji" width="200" /></a></div><br /> <p></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;">Um dos maiores mitólogos do país (e do mundo) é Eudoro de Sousa. No livro Catábases – estudos sobre viagens aos infernos na Antiguidade, o autor tem reunido suas conferências/aulas proferidas em lendário curso ministrado por ele na UnB nos anos 1960 sobre Mitologia, em especial sobre as catábases da Antiguidade Clássica, mas como bom professor, Eudoro de Sousa amplia o escopo e trata das catábases pré-helênicas (dos plantadores primitivos, da Mesopotâmia), inclusive traduz algumas catábases/textos sumero-acadianos. O tema da descida aos infernos é definido pelo próprio escritor como escatológico, porém, essa definição vai além, pois se trata é, principalmente, de “uma visão do futuro”, como vemos por exemplo, na Odisseia (o futuro retorno de Ulisses à Ítaca), na Eneida (quando no Além, Eneias vem o futuro de Roma) e, até mesmo, nos Lusíadas, já no Renascimento (quando Gama vem o futuro do Império Colonial Português). Grande obra de referencial teórico sobre o tema. </span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-79529290373336110032022-01-16T11:11:00.001-08:002022-01-16T11:11:33.497-08:00Alice Munro: O cotidiano nada trivial. <p> </p><p><span style="background-color: white;"></span></p><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh-z0CaANlE-IsruyO5UEC6EO9LApYJ_4uCRIcLv7k_pDGdUu0Eq1faSNHngau1cm6V_jqp4GxZKXSRq5ND-S2oA5I3fB7WoBFgFODMYTHFL7gEMT1uTaGzB4q6XfC2AjQREOmkEvTGqYpX84aOeRmqr8WfoL1_9oxC8DUk0pxPNdZ-n55vaM8kQSpH=s5312" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="2988" data-original-width="5312" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh-z0CaANlE-IsruyO5UEC6EO9LApYJ_4uCRIcLv7k_pDGdUu0Eq1faSNHngau1cm6V_jqp4GxZKXSRq5ND-S2oA5I3fB7WoBFgFODMYTHFL7gEMT1uTaGzB4q6XfC2AjQREOmkEvTGqYpX84aOeRmqr8WfoL1_9oxC8DUk0pxPNdZ-n55vaM8kQSpH=w400-h225" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: arial;"><br /></span><p></p><p><span style="background-color: white;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></p><p><span style="background-color: white;"><span style="font-family: arial;">Os contos de "Ódio, amizade, namoro, amor, casamento" (2014), de Alice Munro, uma coletânea que totaliza nove contos, é um livro marcado pelas errantes viagens e travessias de diversas personagens femininas em busca da sua ressignificação enquanto "ser feminino" no mundo contemporâneo. Temas como: amores frustrados, traições, desconstrução do mito materno e a questão das relações familiares em deterioração/ruínas são recorrentes no livro, todas marcadas pelo acaso, por um momento que define o "antes" e o "depois" na busca da personagem. O silêncio e o interdito também se fazem presentes nos contos, pois, muitas vezes, nas relações das personagens, a incomunicabilidade se faz perceptível; se percebe também a inutilidade ou a insuficiência da linguagem para expressar os sentimentos das personagens. Narrativas marcadas pelo fluxo de consciência, pela rememoração, por flashes e cortes temporais, muitas vezes bruscos, Munro capta momentos nada triviais nas histórias cotidianas das suas personagens.</span></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-60170508051719798652022-01-11T08:18:00.000-08:002022-01-11T08:18:10.985-08:00À Deriva no Mundo - Livro por Rafael Vespasiano: disponível em versão digital.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhQ8c2LMdFDcw6Fi0_u_AL0T94sf0i6ie7lJSuA2Q0PEpRGvH0w7A5vdz0HTO0TH9FS8YkPiB1QComQ1RQ4BUAQJOyPMaaDeVcew9tHd22N17JySEKFmFsj0dd078AFCvH_0r2_OZO-VIGeY7aGzX6oypDfXGHHXKyXRjYGIXFrFOkpBJpd5xaq9--O=s1160" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1160" data-original-width="784" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhQ8c2LMdFDcw6Fi0_u_AL0T94sf0i6ie7lJSuA2Q0PEpRGvH0w7A5vdz0HTO0TH9FS8YkPiB1QComQ1RQ4BUAQJOyPMaaDeVcew9tHd22N17JySEKFmFsj0dd078AFCvH_0r2_OZO-VIGeY7aGzX6oypDfXGHHXKyXRjYGIXFrFOkpBJpd5xaq9--O=w270-h400" width="270" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Muito
feliz por lançar e compartilhar com vocês a segunda edição do meu primeiro
livro de poemas, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">À deriva no mundo</i></b>. Fruto de uma experiência de escrita e
rescrita, que durou prazerosos e também dificultosos longos anos (cerca de 15),
desde quando escrevi o primeiro poema que dele faz parte até a versão digital
que ora lanço e compartilho com o público leitor. Esta é uma edição revista e
muito modificada em relação à primeira edição, corrigidos alguns erros de
revisão, adicionados alguns poemas e retirados outros tantos. Enfim, deixo a
cargo dos leitores e das leitoras a devida apreciação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Rafael
Vespasiano (Escritor e Poeta). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Link
para conhecer a obra: <span class="MsoHyperlink"><a href="https://www.amazon.com.br/dp/B09KYJ6X5S/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=3N89RGMDDNFE1&dchild=1&keywords=%C3%A0+deriva+no+mundo&qid=1635967763&sprefix=%C3%A0+deriva+no+mundo%2Caps%2C607&sr=8-1">https://www.amazon.com.br/dp/B09KYJ6X5S/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=3N89RGMDDNFE1&dchild=1&keywords=%C3%A0+deriva+no+mundo&qid=1635967763&sprefix=%C3%A0+deriva+no+mundo%2Caps%2C607&sr=8-1</a></span><o:p></o:p></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-72124400299226991112022-01-10T03:44:00.000-08:002022-01-10T03:44:17.589-08:00"Raízes do Brasil", Sérgio Buarque de Holanda: Contradições da/na formação do Brasil enquanto nação. <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgum7eLooMjOnbpoWUlgI5KUyfX4eYgiNbhS3fvyoM0OcaSS5Y1XnwTWat982-1jvP1uSjFDq_-Q5rMWuwOhQqQ50n9LjaR_smxtW4zaMJWLS0nrxUM9aKoUgp10zvhwTqSqqUlkAcQQ71YvfV_rqtl4yqD49qhrwLACEV2yVj1iRbky1hkRuK-EAph=s5312" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5312" data-original-width="2988" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgum7eLooMjOnbpoWUlgI5KUyfX4eYgiNbhS3fvyoM0OcaSS5Y1XnwTWat982-1jvP1uSjFDq_-Q5rMWuwOhQqQ50n9LjaR_smxtW4zaMJWLS0nrxUM9aKoUgp10zvhwTqSqqUlkAcQQ71YvfV_rqtl4yqD49qhrwLACEV2yVj1iRbky1hkRuK-EAph=w225-h400" width="225" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">"Raízes
do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda. É uma obra ensaística
histórico-sociológica, que busca demonstrar alguns aspectos da formação social,
cultural e histórica do país. O autor sempre se vale de uma metodologia baseada
em pares de opostos complementares e paradoxais, para ressaltar nossa
constituição como nação, o que por si só já revela nossas eternas contradições,
enquanto um país periférico, Quanto à questão que o ensaísta levanta acerca do
"homem cordial" brasileiro, ou melhor, a suposta cordialidade do
brasileiro, fica evidente que o dito homem cordial do país é, na verdade, um
ser que, apenas, aparenta tal feição, sempre buscando se manter no poder e com
seu status quo de dominância, qual seja: homem (gênero masculino), branco, o
qual baseando-se no patriarcado personalíssimo, faz de tudo para continuar nas
posições de mando, inclusive se valendo da violência e da exploração. Outro
ponto levantado por Holanda que merece atenção é que nossos colonizadores
sempre buscaram explorar nossas riquezas, com total desleixo por parte
daqueles, com seu estilo "aventureiro", que se baseando na escravidão
dos indígenas e dos africanos que foram trazidos à força para cá, colonizaram o
país, a partir de latifúndios de monoculturas e do plantio irresponsável,
somente visando o lucro imediato e cada vez mais maior, além da posterior
exploração da minas, o que leva às Entradas, outra questão bastante comentada
por Holanda em sua obra. Neste ponto, o autor ressalta as contradições e
paradoxos das Bandeiras no processo de formação da nação. Por outro lado, um
erro evidente do ensaísta é acreditar numa suposta democracia racial no Brasil,
questão que já se provou equivocada com os recentes estudos decoloniais.
Afirmar que os indígenas quase nunca se rebelavam contra a escravidão ou a
catequização é uma afirmação errônea. E que aqueles eram mais
"dóceis" que os negros africanos escravizados, é outro equívoco. Para
mim, de toda sorte, uma das mais sensatas afirmações do autor é que a
democracia no país é um grande mal-entendido. Basta vermos a situação do
Brasil, em pleno 2022. Um livro importantíssimo para compreendermos nosso país
e sua formação, mas que devem ser feitas algumas ressalvas em virtude,
especialmente, dos novos estudos sociológicos, históricos e culturais, em
especial, os decolonais. <o:p></o:p></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-11570389272944422472021-12-31T02:56:00.000-08:002021-12-31T02:56:17.685-08:00Galáxias, Haroldo de Campos: Poemas constelares - o livro enquanto viagem. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjNcp7nDvLyN5XBrERDe2gBF7F72lpdT0ixvculUPelULduawnhi71j0BpQr6jYK5zyMInvJQ4TT8yWt4hwaRrDDpQC3W7LbpGsTIKHITU3J-iExGz2jWnV1VT6md59eLOxbQoKgjBu_VJae-ui6v1LSThFxaf6fD5LaHHJO11O8qcq_mmiYktOaQt3=s4730" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4730" data-original-width="2660" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjNcp7nDvLyN5XBrERDe2gBF7F72lpdT0ixvculUPelULduawnhi71j0BpQr6jYK5zyMInvJQ4TT8yWt4hwaRrDDpQC3W7LbpGsTIKHITU3J-iExGz2jWnV1VT6md59eLOxbQoKgjBu_VJae-ui6v1LSThFxaf6fD5LaHHJO11O8qcq_mmiYktOaQt3=w360-h640" width="360" /></a></div><br /><p><br /></p><p><br /></p><p> "Galáxias", de Haroldo de Campos, é um livro que é uma "viagem", uma viagem enquanto livro. Que está sendo escrito e reescrito no próprio processo de re-escritura enquanto tona-se livro. Campos já afirma que o livro não é um livro de viagem, mas o próprio livro é uma viagem enquanto livro. O poeta em sua proposta metalinguística e intertextual nos dá um galáctico livro constelar que se pretende uma obra total, consciente de que não poderá nunca ser totalizante, apenas mais uma espetacular re-criação de uma nova constelação literária. Mallarmaico em muitos momentos, mas também rosiano, enquanto livro sendo rio-constelar de palavras re-criadas. Livro de difícil entrada? Sim. Mas, que vale a pena, a viagem por seus versos constelares, que são desafiados pelos brancos das páginas e desafiam o branco da páginas. </p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-7986590968522967352021-12-21T13:38:00.000-08:002021-12-21T13:38:04.853-08:00Torto Arado, Itamar Vieira Júnior: O Semear Torto do Brasil Enquanto Nação. <p> </p><p><br /></p><span style="background-color: white; color: #262626;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div><span style="background-color: white; color: #262626;"><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAK2XzQtXeXBlWmdFyq0Q1NCl4bulYmibcJ9fZ-X83paFM0-EeUNFet5mm4zAz9LtbbU_EiMDtjQSjWGSe615qMKcCq-HFX3tjQsEVbb1ReUZoT8WdTy74wwOSfyE0TW0Omf3zoKDRLg6xbyOO9KY6MwGx4LxAdelyT63nre_ryaMCi2wYiM6c2FcH=s5312" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="2988" data-original-width="5312" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAK2XzQtXeXBlWmdFyq0Q1NCl4bulYmibcJ9fZ-X83paFM0-EeUNFet5mm4zAz9LtbbU_EiMDtjQSjWGSe615qMKcCq-HFX3tjQsEVbb1ReUZoT8WdTy74wwOSfyE0TW0Omf3zoKDRLg6xbyOO9KY6MwGx4LxAdelyT63nre_ryaMCi2wYiM6c2FcH=w640-h360" width="640" /></a></div><br /><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="background-color: white; color: #262626;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="background-color: white; color: #262626;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></span></div>"Torto Arado", de Itamar Viera Júnior, é um sopro de originalidade na Literatura Brasileira Contemporânea. Trazendo questões urgentes do Brasil do passado e do presente, mas também com grande investimento estético marcado por realismo e magia. O autor nos apresenta uma narrativa, que assim como a História da nação brasileira é torta, e, por isso mesmo, são dignas de serem re-contadas. E, da mesma forma, são importantes de serem ressignificadas e reconstruídas. Justamente, por esses caminhos tortos, por esse "arado torto" e, por esse "semear torto" é que o nosso país é construído enquanto nação. Fica, assim, o sopro da vida a dizer: a resistência se faz, dessa maneira, tanto na vida, como na arte, por caminhos e linhas tortas, pelo arado torto das nossas existências, enquanto povo brasileiro.</span></span>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-67710852038908892352021-09-22T19:54:00.002-07:002021-09-22T19:54:46.984-07:00"Eu", Walter Hugo Khouri, Brasil, 1987: A Busca por Tudo... e pelo Nada. <p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1T-0H5XIDQjBHRziKrW4fx7y6bI-3s986PpnmkGIAz4NJch2X7OEcQaBmF8-L9MJ9VYSgvHxbqD0l7eEFSr12aTMiAo_S-gOFcQ-Og0zOjibJMVmLOFdQJKk7ZVZub5zR7mcidnIw6Pg/s312/eu-1987.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="210" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1T-0H5XIDQjBHRziKrW4fx7y6bI-3s986PpnmkGIAz4NJch2X7OEcQaBmF8-L9MJ9VYSgvHxbqD0l7eEFSr12aTMiAo_S-gOFcQ-Og0zOjibJMVmLOFdQJKk7ZVZub5zR7mcidnIw6Pg/w269-h400/eu-1987.jpg" width="269" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Eu</i>” é mais uma daquelas obras polêmicas
dirigidas por Walter Hugo Khouri, lançada em 1987. Porém, muito acima da média
das produções nacionais da década de 1980, apesar de possivelmente não ser seu
melhor trabalho. Khouri era um exímio cineasta, introspectivo e detalhista em
seus roteiros e filmes. É o caso de “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Eu</i>”.
Estrelado por Tarcísio Meira, com seus olhares que demonstram o vazio e a crise
existenciais da personagem Marcelo, em crise com a sua idade avançando, sentindo
a chegada da morte, ou a ansiando, a crise da meia-idade. Desejando todas as
mulheres, um apetite sexual voraz, mas também uma busca por tudo e por nada,
com viés até mesmo de fundo niilista. Marcelo exemplifica também o predador
capitalista, burguês, que usa as outras pessoas, as coisificando e as
considerando todas insignificantes, o que constitui por si só em um pensamento
paradoxal. Ou seja, o filme apesar de um caráter predominantemente introspectivo
e existencialista, tem algumas sugestões ou reflexões sobre questões sociais e
políticas nos diálogos. A galeria de personagens femininas é riquíssima: Lila
(Nicole Puzzi) projeta seus desejos incestuosos em relação ao seu pai em
Marcelo; Renata (Monique Lafond), junto a Lila, desenvolve um trio sexual com
Marcelo e, também agencia outras garotas para Marcelo, como a explosiva e
sensual Diana (Monique Evans), que desde o começo seduz Marcelo; Beatriz
(Christiane Torloni) é uma psicanalista amiga da filha de Marcelo, Berenice
(Bia Seidl) que é estudante de psicologia e muito admira Beatriz. Ou até
mais... Beatriz desperta uma paixão tardia em Marcelo. E Marcelo e sua filha desenvolvem
uma relação de muito amor, respeito e admiração entre si, mas também de repulsa
e estranhamento. Marcelo toma atitudes autodestrutivas que vão minando suas
relações sociais e afetivas. Os conflitos desenvolvidos em relação a toda essa
quantidade de mulheres, todas reunidas em um mesmo espaço, a casa de praia da
família de Marcelo, localizada em uma península isolada, demonstram um homem orgulhoso,
autoconfiante, voraz, porém que demostra insegurança, infantilidade,
imaturidade e até demonstra ser um homem mimado. Todas estas características de
sua personalidade refletem, sobretudo, em um homem, tipicamente, burguês e playboy,
mulherengo, egocêntrico, megalômano, egoísta e individualista, um destruidor de
tudo, de todos e de si mesmo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-80675694576408703542021-09-14T20:44:00.000-07:002021-09-14T20:44:34.720-07:00Os Documentos da Yakuza-Kinji Fukasaku-Japão-1973/1974: épica série de cinema sobre a máfia japonesa. <p> </p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG3YVl6P8Zl8bljo9P97bFYyC1bOhB0JnhTMtjo4DMcZXP2m6FRx2dkluvzAOJiL6MvPmxMJnlh9dKtYHahzwDZmrZTQvUK10DETUkLru7y2IELzrSc4sh1yx6EjOVqJjvxrBt5YI4B4M/s1600/20210915_003030.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG3YVl6P8Zl8bljo9P97bFYyC1bOhB0JnhTMtjo4DMcZXP2m6FRx2dkluvzAOJiL6MvPmxMJnlh9dKtYHahzwDZmrZTQvUK10DETUkLru7y2IELzrSc4sh1yx6EjOVqJjvxrBt5YI4B4M/s320/20210915_003030.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZkVtitXgKVea5rocZXnkgKLJEI3bYhT1yUx_GjCm06kCWg3C_UkmtQpyu9ijLQEVO3E8bUucZylMUwoKV-IXg4mnG6kXKWP1tRJqO_Yz1RsMYCjDZaSNxLpXE-y8r5OZCc9FRLGfutgo/s1600/20210915_003049.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZkVtitXgKVea5rocZXnkgKLJEI3bYhT1yUx_GjCm06kCWg3C_UkmtQpyu9ijLQEVO3E8bUucZylMUwoKV-IXg4mnG6kXKWP1tRJqO_Yz1RsMYCjDZaSNxLpXE-y8r5OZCc9FRLGfutgo/s320/20210915_003049.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3Ay3S1BlWfcUYhykzWMt1CIENxZ_8gTpYvBimfGm1lW39LKEqp7otic6w-d7Jv7p9wfpV4Y5wKXqYnFiCRv2MG1Bng3ukaKd06lRObMrO5WpFzUNS6FW7Ol6o_YhyddDghiFPV9ytDvA/s1600/20210915_003128.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3Ay3S1BlWfcUYhykzWMt1CIENxZ_8gTpYvBimfGm1lW39LKEqp7otic6w-d7Jv7p9wfpV4Y5wKXqYnFiCRv2MG1Bng3ukaKd06lRObMrO5WpFzUNS6FW7Ol6o_YhyddDghiFPV9ytDvA/s320/20210915_003128.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi19sH00BESDbA1FXKeeDDbHKyIZLA5YbCtiuFAnb0EE8N28wC1219XFdn5h2Q7OUnUa-wfIve89Kd1Bg-m091rBaUT94NFsz94xyZUdLvz27Bn6np0L-2EZ5cV4NnnTmBcFfhgokKexxo/s1600/20210915_003103.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi19sH00BESDbA1FXKeeDDbHKyIZLA5YbCtiuFAnb0EE8N28wC1219XFdn5h2Q7OUnUa-wfIve89Kd1Bg-m091rBaUT94NFsz94xyZUdLvz27Bn6np0L-2EZ5cV4NnnTmBcFfhgokKexxo/s320/20210915_003103.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYO0QqE30YLkCPjqidbL4z0XadbrkUqP-hwFVYnkOu5YPrfwj7uj3f8vSFkSmSGlAanFOH6mHPOV2-fnLtLsmUxoI3dneoEbiNY0gHpw9IJ8KFmH-3wTHxVRSOgMGpOfn14rWB6fBmFsQ/s1600/20210915_003014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYO0QqE30YLkCPjqidbL4z0XadbrkUqP-hwFVYnkOu5YPrfwj7uj3f8vSFkSmSGlAanFOH6mHPOV2-fnLtLsmUxoI3dneoEbiNY0gHpw9IJ8KFmH-3wTHxVRSOgMGpOfn14rWB6fBmFsQ/s320/20210915_003014.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-A0r4GCjbENf1jnKVwCHbpEFRVo2vHnbbw-pV1DEfiwHQ52H5eBTpPQLoGPmP4eJ_O54fCjx9jnG2YA-NhCMudnoWVF101qPh4wtSOAs36D3XZFvGb9rIZg1Ajx-YcCCk8SOZaDtowIs/s1600/20210915_003113.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-A0r4GCjbENf1jnKVwCHbpEFRVo2vHnbbw-pV1DEfiwHQ52H5eBTpPQLoGPmP4eJ_O54fCjx9jnG2YA-NhCMudnoWVF101qPh4wtSOAs36D3XZFvGb9rIZg1Ajx-YcCCk8SOZaDtowIs/s320/20210915_003113.jpg" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Os Documentos da Yakuza</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">
é uma série de cinema policial japonesa dividida em cinco filmes idealizada pelo
cineasta Kinji Fukasaku, que também dirigiu os ótimos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Portal do Inferno </i>(1981), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
Conspiração do Clã Yagyu </i>(1978) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Guerra
de Gangues em Okinawa</i> (1971), além de ter dirigido as cenas japonesas do
épico de guerra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tora! Tora! Tora!</i>
(1970). Os filmes da série <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Documentos da
Yakuza</i> chegaram aos cinemas entre os anos de 1973-1974 e retratam de forma
nua, crua e dura a violência promovida pelas gangues e os diversos clãs da
máfia japonesa da Yakuza desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Ex-soldados japoneses
da Guerra desamparados, frustrados e pobres são tragados pela máfia, para fazer
parte de seus diversos clãs, atuando na jogatina, no comércio ilegal de bebidas
e até no tráfico de outras drogas com o passar e a sofisticação da Yakuza, no mercado
ilegal, etc. Shozo Irono é um deles. Shozo é interpretado pelo astro japonês desse
gênero de filmes, Bunta Sugawara. No Japão de 1947, ele entra para um clã e até
chegar aos anos 1970, em sua trajetória no crime, ele percebe que muitos jovens
desiludidos saíram de uma Guerra Mundial para entrar em uma espécie de guerra
civil, em que sempre que ganha são os mais poderosos e os mais fortes e os mais
fracos (jovens) são apenas usados (mortos) para manter uma mínima parcela no
comando da máfia Yakuza. A guerra fraticida dentro da Yakuza é deflagrada em
quatro momentos de extrema violência e sanguinolência ao longo da série de
filmes, até que a sociedade civil japonesa, em especial com a chegada da Tocha
Olímpica em Tóquio, 1964, clama para a intervenção da polícia até então
conivente e, principalmente, subornável e corrupta. Sem contar os políticos
corruptos, que tinham acordos inescrupulosos e ganhavam muito com a Yakuza.
Shozo testemunha um movimento nos anos 1970 em que Yakuza tenta mostra uma
faceta nova para o Japão, uma faceta de partido e organização política, a
Tensei, mas que não difere muita da velha Yakuza, pois Yasukas sempre serão
Yakuzas e, a guerra e a violência continuam iguais, somente variando em suas
facetas e roupagens. Os filmes são excelentemente regulares, de extrema violência
visual, com ótimos e originais ângulos de câmera. Cenas caóticas no bom
sentido. Atuações bastante forçadas, mas que é uma característica dos filmes
desse gênero, com uma ampla e diversificada galeria de personagens. Kinji
Fukasaku de fato é um mestre do gênero Yakuza e realizou uma monumental obra,
por muitos considerados <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Poderoso Chefão</i>
japonês, que influenciou diretores como Quentin Tarantino e Takashi Miike. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os filmes são: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Luta Sem Código de Honra</i> (1973), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Duelo em Hiroshima</i> (1973), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Guerra
Por Procuração</i> (1973), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estratégias
Policiais </i>(1974) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Episódio Final</i>
(1974). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-85632061224939924452021-09-13T00:38:00.000-07:002021-09-13T00:38:52.471-07:00A Voz da Lua - Federico Fellini - Itália/França - 1990: Ode à Loucura. <p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh62I8y0M_knaElq7OWtB2_OrWsyauAlohCojUL130fi-E71DQvLC9-TeCsxWKTdhNbAVk69jWzhckCdpR5YLsJezic3veCM1P4Am9D15LSpgZvvq7_gBp0WttNQUXRqgjsY2yoXyqFdMw/s275/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="275" data-original-width="183" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh62I8y0M_knaElq7OWtB2_OrWsyauAlohCojUL130fi-E71DQvLC9-TeCsxWKTdhNbAVk69jWzhckCdpR5YLsJezic3veCM1P4Am9D15LSpgZvvq7_gBp0WttNQUXRqgjsY2yoXyqFdMw/w266-h400/download.jpg" width="266" /></a></div><br /><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Voz da Lua</i>” é o último filme de
Federico Fellini, lançado em 1990. Fellini, um dos mestres do cinema onírico e
fantasioso, oferece ao espectador uma ode não só à Lua, mas, concomitantemente,
à Loucura. Roberto Benigni interpreta Salvini, um sujeito lunático, louco, que
vê (ou prefere ver) apenas o lado poético, lírico do mundo. Em suas razões e
des-razões percebe, aos poucos que, talvez seja somente na e pela Loucura que
seja possível entender as questões metafísicas do ser humano em relação às
outras pessoas e, dessa forma, em relação ao próprio universo. Um roteiro que
mostra momentos e situações que parecem apenas delírios, que de tão absurdas são
por isso mesmo tão verossímeis. E isto é a própria essência da vida em sua
dualidade, em seus opostos complementares: Razão e Loucura. Fellini é, de fato,
um maestro em conduzir este louco concerto de situações inusitadas, elenco e
extras em um caos (veja-se a cena da discoteca como exemplo disso), porém muito
bem ordenado racionalmente e tendo um porquê: o caos da existência humana é a
razão desarrazoada do prosseguir humano. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-7480845774107180142021-09-07T10:22:00.003-07:002021-09-07T10:22:42.318-07:00"O Bandido da Luz Vermelha" - Rogério Sganzerla - Brasil - 1968: a western about the third world. <p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4AEQbTZzb4S5D7v4lnMwJfKwx3AxpvO6VfrVVGZQUYqa-ula9knqISQcsADac7jgjZSgumtmz0Sw6zb1Uqnnjo6cwW4Pb6ciLCVcqHgQ97aCfDBUz806cWq7oPxUtTxD0eqcECdwQjZQ/s1200/quadro-bandido-da-luz-vermelha-impressao-tela-de-pintura-quadros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1073" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4AEQbTZzb4S5D7v4lnMwJfKwx3AxpvO6VfrVVGZQUYqa-ula9knqISQcsADac7jgjZSgumtmz0Sw6zb1Uqnnjo6cwW4Pb6ciLCVcqHgQ97aCfDBUz806cWq7oPxUtTxD0eqcECdwQjZQ/w286-h320/quadro-bandido-da-luz-vermelha-impressao-tela-de-pintura-quadros.jpg" width="286" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“O
Bandido da Luz Vermelha'' is an amazing movie, released in 1968, captivating
from the initial credits. So, this movie catches the viewer's attention from
the beginning to end. The director is Rogério Sganzerla and the main actors are
- Paulo Villaça as the outlaw and Helena Ignez as Janete Jane, a prostitute
that the bandit develops a relationship. All have outstanding performances in
their roles. This drama/thriller uses radio speakers as movie narrators through
the plot. The movie is a criticism of a sensationalist media that has created
false rumors and stories - even a very current film - from flying saucers
invading the country to false police information, such as the discovery of the
identity of the red light bandit. The director and screenwriter Rogério
Sganzerla created a visually and aurally striking; a mix of references and
metalanguages. The movie narrates typical events of urban life in which
transits the thief interpreted by Paulo Villaça (freely inspired by the crimes
of famous bandit João Acácio Pereira da Costa, nicknamed “red light bandit”).
This movie is amazing, incredible, creative and innovative. Chaotic in the good
sense of the word. Watch, review and understand why it is a true “western about
the third world. ” The movie deserves a five stars rating. <o:p></o:p></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-51567507958646454132021-09-07T10:15:00.000-07:002021-09-07T10:15:42.409-07:00O Bandido da Luz Vermelha - Rogério Sganzerla - Brasil - 1968: Um faroeste sobre o 3º Mundo. <p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSbxWYs-8Z3xX5-PoLt9wskv39rgnjoaZT1xd1yPkx3nywRurWRhxGb97khGGa9PHKDqAblQ3v9zAMmxEfT_lfQ91g-MwTW8Mga012Suuakk1hwF0C02IsJwnyC4ZTKwmgUrYJ5pkGBsc/s1200/quadro-bandido-da-luz-vermelha-impressao-tela-de-pintura-quadros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1073" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSbxWYs-8Z3xX5-PoLt9wskv39rgnjoaZT1xd1yPkx3nywRurWRhxGb97khGGa9PHKDqAblQ3v9zAMmxEfT_lfQ91g-MwTW8Mga012Suuakk1hwF0C02IsJwnyC4ZTKwmgUrYJ5pkGBsc/w286-h320/quadro-bandido-da-luz-vermelha-impressao-tela-de-pintura-quadros.jpg" width="286" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Bandido da Luz Vermelha</i>” é um filme
espetacular, de 1968, que cativa desde o começo, desde os créditos que na
maioria das vezes são enfadonhos. Então, prende a atenção do espectador até o
final. O diretor é Rogério Sganzerla e o filme tem como atores principais Paulo
Villaça como o “Bandido” e Helena Ignez interpreta a personagem “Jante Jane”,
uma prostituta com a qual o bandido se relaciona. Ambos são sólidos em suas
atuações. Utilizando locutores de rádio como narradores do filme durante toda a
história, esta obra é um drama/thriller que critica a mídia sensacionalista,
que criava boatos e histórias falsas -, um filme, inclusive, muito atual -,
desde discos voadores invadindo o país a falsas informações policiais, como a
da descoberta da identidade do bandido da luz vermelha. O diretor e roteirista
Rogério Sganzerla cria um cinema impactante visualmente e auditivamente; uma miscelânea
de referências e metalinguagens; narra acontecimentos típicos da vida urbana em
que transita o ladrão, vivido por Paulo Villaça (livremente inspirado nos
crimes do famoso assaltante João Acácio Pereira da Costa, apelidado de “Bandido
da Luz Vermelha”). Uma obra de cinema espetacular, incrível, criativa e
inovadora. Caótica na boa acepção da palavra. Vejam e revejam e entendam porque
se trata de um verdadeiro “faroeste sobre o terceiro mundo”. <o:p></o:p></span></p>Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-54537353303712949952020-07-01T00:17:00.001-07:002020-07-01T00:17:47.638-07:00(Convite ao Prazer, BRA, 1980, Walter Hugo Khouri): (“Liberdade Vigiada e-ou Prisão Livre”):<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Convite ao Prazer, </i>BRA, 1980, Walter
Hugo Khouri<i style="mso-bidi-font-style: normal;">)</i>:<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">(“Liberdade
Vigiada e-ou Prisão Livre”):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;"><o:p><br /></o:p></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOUFiw-fn7TEz2THauZ-XWeZmocZfYArU5Xv8q4qtpvU9E45EDRNuxJvXua13kAOG1gL0zOY2POOtD_Fjxx30HFcTR7dk2EyPZ2M8FUwPwgSIn1buCArQKW81s8Dq5Xjt00J_DNSJ9iI8/s1600/o+convite+ao+prazer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="268" data-original-width="182" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOUFiw-fn7TEz2THauZ-XWeZmocZfYArU5Xv8q4qtpvU9E45EDRNuxJvXua13kAOG1gL0zOY2POOtD_Fjxx30HFcTR7dk2EyPZ2M8FUwPwgSIn1buCArQKW81s8Dq5Xjt00J_DNSJ9iI8/s640/o+convite+ao+prazer.jpg" width="433" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;"><o:p><br /></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“O
filme começa com uma epígrafe de Spinoza que reflete a questão da Liberdade e
seus aspectos vantajosos e-ou desvantajosos quando é manifestada (usufruída) em
demasia, ou quando se manifesta e é usufruída em graus mínimos, precários. A
frase não é bem esta, mas segue a que compilei e que expressa melhor o tom reflexivo
do roteiro de Khouri: “A liberdade é uma virtude e, portanto, tudo que em
alguém é sinal de impotência não pode ser atribuído à sua liberdade. (…).
Quanto mais livre alguém é, menos podemos dizer que esse alguém pode não usar
da razão e escolher o mal em vez do bem. ” Os casamentos do filme são vistos, sob
a ótica dos protagonistas masculinos, ora pela perspectiva da ‘liberdade
vigiada’ para Luciano, ora pela perspectiva da ‘prisão livre’ para Marcelo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Dessa
forma, a partir da epígrafe e por um acaso, o filme começa no momento em que
Marcelo (Roberto Maya) –, por causa de um repentino problema dentário -, vai ao
consultório do dentista Luciano (Serafim Gonzalez), amigos de longa data, mas
que não se veem a alguns anos. A inveja sempre marcou a relação dos dois: Marcelo
herdou a empresa e as propriedades do pai, rico desde sempre, já Luciano é um típico
profissional liberal de classe média, que luta muito para manter tal condição
social. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Porém, o grande investimento
estético do filme dirigido e escrito por Walter Hugo Khouri não é a questão
social, mas sim a carga dramática existencialista, em especial, dos dois
protagonistas masculinos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Khouri
inicia sua obra fílmica demonstrando sinais de que algumas de suas personagens possuem
conceitos artísticos e formação intelectual diferenciada, é o caso da esposa de
Marcelo, Ana (Sandra Bréa). Ela é conformada em sua situação de esposa traída,
que vive sua solidão conjugal e sua crise existencial, estudando obras das
Artes Plásticas, gosto pelas Artes que aprendeu com o esposo, Ana sobretudo
gosta das pinturas surrealistas, com apreço especial para o quadro, que é
apresentado no início e ao fim do filme, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e representa duas figuras -, uma masculina,
outra feminina -, abraçadas, entrelaçadas e encapuzadas, simbolizando um beijo
de solidão entre-e-do par, um beijo que re-vela sugestivamente uma relação marcada
por máscaras , ou sugere um relacionar-se em que o beijo entre os amantes é um
entrelaçar-se e um beijar-se fragmentado e frio, corrompido, incomunicável na
falta de contato dos lábios e por extensão metaforiza a falta de estima que
marca aquele gesto que era para ser de afeição, mas se torna um beijar-se sem
compreensão, solitário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Essa
metáfora sugere o que é de fato o casamento não só de Marcelo e Ana, mas também
o de Luciano e Anita (Helena Ramos). Casamentos frustrados, marcados pelas
infidelidades dos esposos -, ora estas traições se dão por mera diversão e
prazer sexuais -, ora por uma espécie de desafio silenciado em palavras, mas
manifesto em atos, de Marcelo e de Luciano, um para com outro de quem é o ‘mais
forte’, ou de quem é o ‘mais garanhão’, dada a já citada inveja que nutrem um em
relação ao outro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Muitas
vezes fica evidente a aniquilação que Marcelo quer propiciar a Luciano, não
somente no âmbito sexual, mas moral e conjugal também. Isso vale, inclusive, de
certa forma, de maneira inversa. Uma verdadeira relação de amizade marcada pela
toxicidade, que é repassada para as esposas e para as amantes deles, de fato
uma masculinidade tóxica muitas vezes, com cenas de assédio e abusos a algumas
mulheres que são apresentadas no filme. Contudo, aqui trata-se de um ‘drama
erótico’ e não de uma ‘pornochanchada’ pura e simples, nada em <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Convite
ao Prazer”</i></b> é gratuito e banalizado, tudo tem um porquê nas questões
existenciais levantadas pelo cineasta Walter Hugo Khouri não somente neste
filme, mas em sua filmografia como um todo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Em
um determinado momento do filme é dito por uma personagem que “amor é amor e
casamento é casamento”, refletindo sobre conceitos e sentimentos de liberdade
ou a privação desta, amor ou des-amor, carinho ou não, entre outras questões
relativas aos matrimônios e as relações amorosas em geral, mas que cai como uma
luva para os casais do filme e vai ao encontro da epígrafe da obra de Khouri retirada
dos escritos do pensador Spinoza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">A
produção de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Convite ao Prazer”,</i></b> lançada em 1980, foi realizada por Antonio
Polo Galante, grande produtor de filmes dos anos 1970-1980 do Cinema Brasileiro,
um verdadeiro ícone do nosso cinema, para o bem e para o mal, diga-se de passagem.
No elenco tem-se ainda: Kate Lyra, Aldine Muller, Nicole Puzzi, Rossana Ghessa
e Patrícia Scalvi, as atrizes-modelos que compõem a parte sensual e mais
erótica deste drama de Walter Hugo Khouri, que tem uma fotografia condizente
com a ambiência do filme, realizada por Antonio Meliande, outro grande nome do
cinema brasileiro da época. E trilha sonora de Rogerio Duprat -, que dispensa
maiores apresentações, pois se trata de um grande músico não somente de trilhas
musicais para filmes, mas também compositor e realizador de diversos discos
clássicos da história da nossa música -, em que o jazz se sobressai em grandes
melodias para acompanhar algumas cenas sexuais, conferindo sensualidade a
muitas delas, e às vezes até sentimento de dor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Já
que, amor e-ou ódio (inveja), erotismo, prazer e-ou dor, sofrimento (aniquilação)
são expressos simbolicamente, em grau maior ou menor, até no título do livro de
Artes Plásticas lido por Marcelo, ‘Erotismo e Morte na(s) Arte(s)...’, que é (mais)
uma forma de ler o filme, até por tudo que foi dito nesta crítica ora
realizada. ”<o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-36364752075571827782020-06-08T05:44:00.000-07:002020-06-08T05:44:25.395-07:00(Imagens, Reino Unido, 1972, Robert Altman): (O Perigoso Terror: A Mente): <br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">Imagens, </span></i></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">Reino Unido, 1972, Robert Altman):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">(O
Perigoso Terror: A Mente):<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i></span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<img alt="Images (1972)" height="640" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BNjA1OTNhZWUtNjU2ZS00N2FiLTg3MDItYzFiOTZjNWJhNWE4XkEyXkFqcGdeQXVyMTAwMzUyOTc@._V1_.jpg" width="428" /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">“Imagens</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"> é
mais um ótimo filme do mestre da Sétima Arte, Robert Altman. Produzido no Reino
Unido e lançado em 1972, com roteiro original do próprio cineasta, é mais uma
obra ímpar da década de 1970 deste realizador, uma década mágica contemplada
com diversos grandes filmes dirigidos por ele, por exemplo basta citar: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">M.A.S.H</i>. (1970); <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Voar é Com os Pássaros</i> (1970); <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um
Perigoso Adeus</i> (1973); <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Nashville</i>
(1975); <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Oeste Selvagem</i> (1976); <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Três Mulheres</i> (1977), entre outros.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Robert
Altman teve uma carreira prolífica como cineasta, com um total de 90 créditos
como diretor (segundo fontes do site IMDb), nem sempre de bons filmes, alguns
muito contestados pelo público e pela crítica especializada, na maioria das
vezes suas obras não foram sucessos de bilheteria, porém seus filmes estão
resistindo muito bem a passagem do tempo, alguns bastante atuais e relevantes
ainda, como mostrou a retrospectiva outrora feita pelos Centros Culturais
do<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Banco do Brasil, no ano de 2008,
gerando intenso debate entre os frequentadores das sessões à época, um ano e
meio após seu falecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Altman iniciou no ano de 1951 com a produção
de um documentário em curta-metragem, seguindo por diversos outros curtas,
entre filmes de ficção e documentário, além de dirigir episódios de séries de
TV, entre segmentos do seriado de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Alfred
Hitchcock Apresenta</i> e do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Bonanza</i>,
também dirigindo filme televisivos. Seu primeiro longa-metragem é de 1957, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Os Delinquentes</i>. Dirigiu mais dois
longas-metragens nos anos 1960, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">No
Assombroso Mundo da Lua</i> (1967) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Uma
Mulher Diferente</i> (1969). Sua consagração, enfim, veio em 1970 com o filme
de guerra amalucado e politizado, antibelicista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">M.A.S.H.</i>, que inclusive originou um seriado de TV.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os anos 1980 foram muito irregulares para o
cineasta estadunidense nascido em Kansas City, no ano de 1925, e falecido aos
81 anos de idade em 20 de novembro de 2006. Mesmo assim produziu filmes interessantes
como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">James Dean, o Mito Sobrevive</i>
(1982), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Honra Secreta</i> (1984) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Louco de Amor </i>(1985). Seu grande
retorno, porém, se deu na década seguinte com os filmes <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Jogador</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Short Cuts – Cenas
da Vida</i>, respectivamente lançados em 1992 e 1993. Seu último grande filme
foi <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Assassinato em Gosford Park</i>, de
2001, em que se inspira no filme de 1939, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
Regra do Jogo</i>, de Jean Renoir, para criticar as convenções e hipocrisias
sociais das classes abastardas, mas também das desprovidas de riquezas, na
eterna luta de classes. Seu último suspiro se deu no seu derradeiro ano de
vida, em 2006, com o nostálgico, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Última
Noite</i>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Depois
deste sucinto panorama da magnífica obra de Robert Altman, voltemos a nos
referir ao filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Imagens</i>. Este é
protagonizado por Susannah York que interpreta uma escritora de livros
infantis, Cathryn -, a própria York escrevia à época das filmagens um livro
voltado para aquele público, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">À Procura de
Unicórnios</i> -, que teve trechos lidos pela personagem no filme, como forma
de sustentar o roteiro de Altman. E, por sinal, dando muito sentido as questões
desenvolvidas no filme. Outra questão extra filmagem é que a atriz estava
grávida à época e no início recusou o convite para realizar o filme, mas Altman
incorporou este fato também ao roteiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Cathryn
é uma personagem desconfiada da fidelidade do marido Hugh (Rene Auberjonois),
ela possui distúrbios psiquiátricos esquizofrênicos; sua mente fragmenta-se em
delírios e ela não distingue em muitos momentos o que é realidade e o que é
fantasia. Cada vez mais vai se se emaranhando em ficções criadas por ela, o seu
eu se divide em uma Cathryn do ‘passado’, ‘má’, ‘obscura’ e a Cathryn do ‘presente’,
‘boa’, ‘verdadeira’. Porém, esta maneira dicotômica de apresentar sua
personagem é apenas uma tentativa momentânea de explicar sua personalidade dividida,
pois esta divisão, tal qual o espelho do quarto, em um determinado momento, do
filme reflete até três Cathyrns.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Cathryn
é assombrada por si mesma, pelo fantasma de um amante Rene (Marcel Bozzuffi) e
um amigo do marido que a assedia continuamente Marcel (Hugh Millais) e até pela
suposta infidelidade do marido. Assim como a personagem de Catherine Deneuve em
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Repulsa ao Sexo</i> (1965), de Roman
Polanski, a personagem de Susannah York é aparentemente perturbada por traumas mnemônicos,
que não são revelados ao espectador, mas são talvez uma das explicações para
sua repulsão às três personagens masculinas do filme. Porém o maior medo de
Cathryn, seu grande pesadelo e sua maior sombra a pairar sobre ela é ela mesma;
os seus recônditos da mente e da alma a perturbá-la de uma maneira quase que perpétua.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">A
trilha sonora assustadora de John Williams, acentuada pelos ruídos produzidos
por Stomu Yamashta, com a adição da paleta sombria do diretor de fotografia
Vilmos Zsigmond conferem à obra status de um verdadeiro pesadelo que se passa
pela mente caótica de Cathryn. Já que não é necessário nenhum filme de terror
com cenas explícitas de violência ou monstros tenebrosos para nos meter medo;
nós somos nossos maiores fantasmas, o nosso maior pesadelo somos nós mesmos.
Cathryn e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Imagens</i> nos sugere muito
bem tal aspecto da psicologia humana.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Uma
questão interessante nesta fragmentação da protagonista é que todas as personagens
têm o primeiro nome que se refere ao nome de um ator do filme: Hugh é o marido interpretado
por <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Rene </b>Auberjonois, Rene é o
falecido amante interpretado por <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Marcel</b>
Bozzuffi, Marcel é o vizinho e amigo do casal vivido pelo ator <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Hugh</b> Millais. O que reflete a
fragmentação da realidade e da mente esquizofrênica de Cathryn. E, ainda tem a jovem
Sussanah vivida por <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Cathryn</b> Harrison,
o que acentua ainda mais a questão e a circularidade do roteiro de Altman, a
mostrar que a deterioração, as sombras que envolvem a mente da protagonista se perpetuam
no conflito desequilibrado entre realidade e imaginação. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Algumas
cenas são inesquecíveis neste filme de Robert Altman, por exemplo: os
telefones, quatro ao todo, em um apartamento, o que também é sintomático para
mostrar a fragmentação da personalidade da personagem de York, além de início já
revelar suas dúvidas quanto às traições do esposo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">E
outra cena que será devolvida durante por parte do filme é a do quebra-cabeça,
que é a própria mente se revelando e se esfacelando de Cathryn, que está à procura
de escrever seu livro para crianças, com o título já por si só bastante
imaginativo, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">À Procura de Unicórnios</i>,
e, principalmente, Cathryn está à procura de si mesma, como todos nós.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Prêmios:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Nomeado
ao Oscar de Melhor Trilha Sonora Dramática: John Williams (1973);<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Nomeado
ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro – 1973; <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Melhor
Atriz no Festival de Cannes – 1972 – Susannah York;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Concorreu
à Palma de Ouro – 1972 – Festival de Cannes; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Indicado
ao BAFTA de Melhor Fotografia – Vilmos Zsigmond – 1973; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Entre
outras indicações. <o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-17895137324441561382020-05-03T21:44:00.000-07:002020-05-03T21:44:41.008-07:00O Bebê Santo de Mâcon (Peter Greenaway, HOL, FRA, GBR, ALE, 1993): <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"> </span><img alt="The Baby of Mâcon (1993)" height="640" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BZGEwZDU4ZjgtNGMzNS00M2ZjLTg2MDItY2NmMzUzMjAyMGUxXkEyXkFqcGdeQXVyMTQxNzMzNDI@._V1_SY1000_CR0,0,712,1000_AL_.jpg" width="454" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“O
Bebê Santo de Mâcon é mais uma extravagância fílmica de Peter Greenaway. Mas
como sempre o cineasta britânico nos tem muito a mostrar, seja no âmbito
estético, seja no âmbito temático. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">No
que tange ao primeiro quesito, o filme é deslumbrante em suas cores berrantes,
em especial, o uso do vermelho, que na paleta do diretor de fotografia Sacha
Vierny, significa justamente a aberração que é a sociedade retratada na obra.
Além de uma direção primorosa a conduzir o espectador pelos suntuosos cenários
(assinados por</span> <span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Bavo Defurne), que são aproveitados com
maestria por Greenaway, para nos apresentar a história, de maneira teatral: até
parece que estamos dentro de um teatro, aparentemente apenas, pois algumas
cenas foram filmadas na Igreja Velha de Amsterdã e outras em estúdio; e tem-se até
direito a uma “plateia” a presenciar as ações das personagens principais,
aquela plateia devidamente caracterizada por um figurino rico e deslumbrante,
assim como o de todas as personagens, figurino assinado por Ellen Lens e Dien
van Straalen . <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Algumas
personagens possuem falas que expressam a consciência de ‘ilusão de realidade’
e, portanto, de ‘ilusão ficcional’, assim sendo tem-se uma espécie de ‘metafilme’,
ou ‘meta-teatro-cinema’. O que é ressaltado pelas vidas humanas (personagens) vividas
como que em uma espécie de ‘teatro de ilusões’, e também pelas ‘máscaras sociais’,
que marcam toda a sociedade e, portanto, toda a humanidade, no desenrolar
infinito dos tempos. Ainda no aspecto técnico, o filme conta com uma excelente
edição assinada por Chris Wyatt, que nos ajuda a compreender melhor as questões
suscitadas pelo roteiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">No
que se refere ao segundo aspecto, que é justamente a questão temática, tem-se o
roteiro assinado pelo próprio cineasta, que parte de uma premissa básica e que
em outras mãos se tornaria um lugar-comum: a corrupção de toda uma sociedade. Tem-se
de partida, um prólogo ditado pela ‘Fome’, que já nos alerta para o que filme
mostrará em 2h de duração e em três atos, e mais um epílogo-circular, que se
liga ao já narrado no prólogo pela mesma ‘Fome’: uma sociedade corrompida em
todos os seus segmentos, nobreza, clero e plebe. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Uma
sociedade marcada pela miséria, aberrações, enfermidades e iniquidades de todos
os tipos. Uma terra marcada pela esterilidade e pela infertilidade não em produzir
novos seres\rebentos, mas em gerar seres não corruptos e\ou corrompidos. Parte
de supostos milagres perpetrados por um bebê santo, filho de uma virgem, porém
tudo logo é percebido e verificado como uma grande farsa, que leva a mais e
mais tragédias, demonstrando a corrupção do homem e da sociedade, que não é
evidenciada pelo ‘é’, contudo, pelo ‘sendo’, ou melhor seria pelo ‘é’ e pelo ‘sendo’
ao mesmo tempo, a eterna dualidade dinâmica em devir. ” <o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-52593504418199057292020-04-21T23:21:00.000-07:002020-04-21T23:21:24.216-07:00(O Lobo do Mar, Jack London, 1904):<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Lobo do Mar</i>, Jack London, 1904):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 200%;">“É melhor reinar no inferno do que servir no céu. ”<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Paraíso Perdido</i>,
Milton).<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 200%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 200%;"><o:p><img src="https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51RA0hxtpTL._SX350_BO1,204,203,200_.jpg" /></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“O Lobo do Mar</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">,
publicado originalmente no ano de 1904, é mais do que um romance de aventura,
em alguns momentos de extrema habilidade do romancista Jack London, desfilam na
obra páginas de aguçada análise psicológica, em que são estudadas as condições
humanas num microcosmos de embrutecimento das relações humanas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Ghost
é uma embarcação náutica de caça às focas, que desperta receio e medo àqueles
que ouvem falar nela e em seu tirânico capitão Wolf Larsen; os que já fazem
parte da tripulação vivem em uma ambiência de pavor e constante atrito nas
relações com os companheiros de escuma, porém nunca levantam a voz para as atrocidades
cometidas por Larsen. Até o momento do resgate de um náufrago, Humphrey van
Weyden, um jovem intelectual, com pretensões a escritor. A partir deste
momento, aos poucos, em momentos de crescente tensão psicológica, as coisas começam
a tomar outros rumos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
confronto entre as duas personagens principais é o melhor do livro. Os antagonistas
Wolf Larsen e van Weyden iniciam um verdadeiro duelo em tentar convencer o
outro do que falta ao outro, ou do que está escondido no outro, buscando que o
outro revele a outra face de sua personalidade, até então adormecida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Logo
no primeiro momento em que um marinheiro está sendo maltratado e este estando à
beira da morte, Humphrey percebe que o capitão da escuna se vale dos abusos físicos
contra os seus comandados como forma de manter o controle de todos e de todas
as situações em sua escuna. Larsen em nenhum momento perde o controle da situação,
sua força física é enorme e entre outros atributos de caráter, seu poder de persuasão
sobre os outros é gigantesco, evitando tentativas de confrontação a seu poder e
nem um motim, por ora é vislumbrado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Larsen
apesar de tudo isso é uma autodidata formando intelectualmente na solidão de
suas leituras de Darwin, Nietzsche, Spencer, Johnson, Poe, Shakespeare, Milton,
entre outros clássicos científicos, filosóficos e literários ingleses e estadunidenses,
leituras, contudo deformadas no embrutecimento e na violência cotidiana que
vivenciou e vive no seu microcosmos, a escuna de caça à focas, Ghost.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Um
verdadeiro lobo de seus homens, física e psicologicamente os maltrata e os domina,
quer ser um demiurgo de seu microuniverso, o Diabo mandando em seu reino, daí a
leitura de Milton ser tão cara para Larsen, para ele a lei do mais forte é o
que vale. Até que a partir do resgate de Humphrey, a tomada de consciência de
Wolf, aos poucos e de maneira trágica que seja, vai acontecendo, pois ele
confrontado com os ideais humanitários e intelectuais do jovem burguês van
Weyden, percebe outro lado de sua personalidade até então não manifestada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Humphrey
contudo aos poucos transforma-se em outro, o Hump da escuna Ghost, que aos
poucos percebe que nem só de leituras, de estudos e da tentativa em redigir seu
almejado livro, se resume a vida. Hump torna-se também forte fisicamente e
capaz de proezas de coragem e ousadia, transforma-se também em um ser pragmático,
cético, violento, às vezes até com rompantes para cometer o assassínio. Surge,
ainda uma outra personagem, Maud Brewster, uma jovem náufraga, resgatada também
pela escuna Ghost e que confere novas motivações e perspectivas à obra,
torna-se interesse amoroso de Hump, e interesse intelectual deste e também de
Wolf Larsen. A tensão é aumentada cada vez mais e irrompe em fatos que ninguém
pode controlar humanamente, e nem deliberadamente contornar no primeiro momento
em que surgiram. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border: none; mso-border-bottom-alt: solid windowtext .75pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 200%; mso-border-bottom-alt: solid windowtext .75pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O romance é filosófico no aspecto do
embate entre dois homens tão diferentes e tão semelhantes em suas idiossincrasias,
os dois antagonistas aos poucos tornam-se complementares um ao outro, os dois
têm bondade e maldade, ódio e simpatia, e todos os outros opostos da natureza
humana, que se complementam dinamicamente. Dessa forma ao fim e ao cabo do romance
tem-se a ideia do sentimento de compaixão, mesmo em meio à tragédia final. Contudo
o trágico é simultaneamente o início esperançoso de duas vidas unidas pelo amor,
na tessitura do próprio romance, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Lobo
do Mar.</i>” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 200%; mso-border-bottom-alt: solid windowtext .75pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 200%; mso-border-bottom-alt: solid windowtext .75pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><img height="400" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2d/Jack_London_young.jpg/800px-Jack_London_young.jpg" width="303" /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 200%; mso-border-bottom-alt: solid windowtext .75pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">(Jack London). </span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Trechos
do romance na tradução de Daniel Galera:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%; mso-bidi-font-weight: bold;">"Acredito que a vida é uma
confusão - ele respondeu de imediato. - É como um levedo, um fermento, uma
coisa que se move e pode continuar se movendo por um minuto, uma hora, um ano
ou cem anos, mas que no fim vai parar de se mover. Os grandes devoram os pequenos
para que possam seguir se movendo, os fortes devoram os fracos para manter sua
força. E quem tem sorte devora mais e se move por mais tempo. Isso é tudo.
(...)"<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">"-
O homem é inconstante como os ventos e as correntes marítimas. Impossível
adivinhar o que ele vai fazer em seguida. Quando você começa a achar que o
conhece, quando começa a vê-lo com bons olhos e põe as velas pra vento a favor,
ele dá uma volta na sua frente, entra rasgando e arrebenta tudo."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">"-
Ele nunca filosofou sobre a vida - acrescentei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">-
Não - respondeu Wolf Larsen, com um indescritível ar de tristeza. - E ele é
mais feliz assim, deixando a vida em paz. Está ocupado demais vivendo a vida
para pensar nela. O meu erro foi ter um dia aberto um livro."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">"(...)
Apesar de minha esperança e fé na humanidade terem conseguido sobreviver às
críticas demolidoras de Wolf Larsen, ele tinha operado algumas transformações
menores em minha pessoa. Tinha aberto para mim o mundo real, que sempre me
causara receio e sobre o qual eu pouco sabia. Eu estava aprendendo a observar
mais de perto a maneira como a vida era vivida, a reconhecer que existia o que
se pode chamar de fatos do mundo, a emergir do reino da mente e das ideias e a
atribuir certos valores às fases concretas e objetivas da existência." <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">----</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">LONDON, Jack. O lobo do mar. Tradução: Daniel Galera. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015. </span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-30041784142100559452020-04-20T22:14:00.000-07:002020-04-20T22:14:07.822-07:00(Pânico no Ano Zero, Ray Milland, EUA, 1962): (“Não deve haver um fim, mas um (novo) começo”):<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pânico no Ano Zero</i>, Ray Milland, EUA,
1962):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(“Não
deve haver um fim, mas um (novo) começo”):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<img alt="Frankie Avalon, Ray Milland, Richard Bakalyan, Neil Burstyn, Joan Freeman, Jean Hagen, Rex Holman, and Mary Mitchel in Panic in Year Zero (1962)" height="640" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BNDM1NmU1NTktYmI5My00NjlhLWFlMGEtYTIxOWQxMTgzY2VlXkEyXkFqcGdeQXVyMjI4MjA5MzA@._V1_SY1000_CR0,0,656,1000_AL_.jpg" width="417" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“Pânico
no Ano Zero é dirigido e estrelado pelo astro Ray Milland, lançado em 1962, no
auge da Guerra Fria entre EUA e URSS, trata-se de um dos primeiros filmes pós-apocalípticos
a questionar como seria a Humanidade nos primeiros dias, após a queda da
primeira bomba atômica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Sem
se preocupar com mirabolantes efeitos especiais, até por se tratar de um
filme-B produzido pela companhia cinematográfica comandada por Roger Corman, e
sem abordar o roteiro pela perspectiva governamental ou dos exércitos das
grandes potências, a história tem como ponto de vista uma pequena e tradicional
família de Los Angeles, que tinha ao início do filme um simples propósito de
acampar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Ao
sair de LA, a família chefiada por Harry (Milland) se depara no retrovisor do
carro com que parece ser um raio, a pergunta que vem é simples: será que vai
chover? Até o momento posterior em que surge o tão temido cogumelo nuclear,
agora resta lutar pela sobrevivência no caos que irrompe. Nos primeiros momentos,
após o apocalipse atômico, a Humanidade se desespera, buscando soluções
imediatistas, instintivas de sobrevivência, tais como estocar mantimentos,
saquear os outros, entre outras atitudes não-civilizadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Outro
questionamento que surge é o do isolamento social total, Harry busca se isolar
com sua esposa e seus dois jovens filhos, para assim proteger sua família, dos
saques que surgem, dos assassinatos e da desordem que imperam a partir de
então, em uma área de camping distante e pouco movimentada. Em uma metáfora
interessante se deparam com pinturas rupestres que remontam à Idade Antiga da civilização.
Pois não seriam os momentos que a Humanidade está vivenciando nesta altura do filme,
senão os (novos) primórdios da (nova) civilização, após a hecatombe atômica? Ou
seja, a ideia não de um fim, mas de um (novo) começo?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Destaque
para mais uma atuação segura de Milland, premiado como melhor ator por <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Farrapo Humano</i>, de 1945, de Billy
Wilder, e destaque no hitchcockiano <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Disque
M para Matar</i>, 1954. O astro hollywoodiano sempre interpretou personagens
decadentes e amorais, mas a partir dos anos 1960 começou a interpretar pais de
família dedicados em proteger a moral e a segurança de seus familiares, é o caso
deste filme em análise, em que Ray Milland vive Harry um pai obcecado em
proteger os seus parentes próximos, mesmo que para isso tome atitudes que
condena e odeia, que causa nele um drama de consciência. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Este
drama de consciência é ampliado por sua esposa Ann, que é uma personagem que
faz um contraponto às atitudes de Harry, é uma espécie de voz que tenta conscientizar
o esposo para ter mais altruísmo para com o restante da sociedade e não apenas
para com seus familiares mais próximos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Pânico
no Ano Zero conta ainda com uma boa trilha sonora jazzística assinada por Les
Baxter, que confere dinamismo ao filme em alguns momentos de tensão do roteiro
escrito por Jay Simms e John Morton, baseado em dois contos de Ward Moore.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">As
reflexões se somam em um filme-B que nos surpreende positivamente. Um thriller e
clássico filme de ficção-científica, que fez muito sentido para seus
espectadores nos anos 1960 e ainda nos faz hoje, nesta releitura em tempos difíceis
da Pandemia da Covid-19, em 2020, pois o que questionamos atualmente senão:
como retornar e retomar à normalidade, após debelada a Pandemia?” <o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-41102677748642559162020-04-04T05:33:00.000-07:002020-04-04T05:33:46.996-07:00(O Leito da Virgem, França, 1970, Philippe Garrel):<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i>O Leito da Virgem</i>, França, 1970,
Philippe Garrel):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<img alt="Le lit de la vierge (1970)" height="320" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BMmVhZDM0ZTUtMzlmMC00OTI1LWEzMTktZjhkNjQ1YmYzMWZkXkEyXkFqcGdeQXVyMjIwNjIxNjc@._V1_.jpg" width="320" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“<i>O Leito da Virgem</i> não é uma história
bíblica do Novo Testamento, nem uma obra sobre Maria, Jesus ou Deus, mas um
filme de Philippe Garrel sobre as origens, o tudo e o nada do ser humano, o
começo e o fim da Humanidade, ou seja, o meio que é vida antes da morte que é
passagem para o Nada onde Tudo se inicia...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Esta
circularidade é perceptível quando o filme de Garrel começa com a cena em que
Jesus nasce no leito de Maria numa ponte sobre o mar, ele já nasce assustado e
horrorizado perante o caos da Humanidade envolta em guerras, destruição, ruínas
e crimes, buscando ouvir a voz de seu pai, Deus, a qual ele não consegue ouvir.
Maria tenta acalmá-lo e o manda em sua missão: redimir a humanidade. Porém,
será que ela o ouvirá? Ou ele não está pronto para ser ouvido? Pois, o que se
percebe é um movimento duplo: a Humanidade está perdida e Jesus o está tão
perdido quanto, em sua insegurança, imaturidade, em seu abandono, em sua
solidão, em sua depressão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Maria
(Zouzou) e Maria Madalena (também interpretada por Zouzou) são faces da mesma
mulher, a mãe-virgem e a amante-prostituta -, (talvez uma proximidade com o
cineasta Jean Eustache, amigo de Garrel e uma das influências para seus filmes,
guardando as devidas peculiaridades de cada diretor e de cada obra, cita-se <i>A Mãe e A Puta</i>, dirigida por Eustache,
em 1973, que tanto em aspectos temáticos quanto em aspectos técnicos, tem similaridades
e particularidades com este filme garreliano e outros de sua lavra) -, faces da
mesma moeda, portanto duplos do “Bem-e-do-Mal” e do Divino-e-do-Profano”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Filmado
em um preto-e-branco-scope terrivelmente e assombrosamente solitário e
angustiante <i>O Leito da Virgem</i> sugere
o caos humano, as ruínas das relações interpessoais, a alteridade em frangalhos
diante e meio a crimes e guerras de todos os tipos, espalhadas junto a todos os
tipos de males, quando da cena em que a Caixa de Pandora é aberta por Maria
Madalena, ou será que foi aberta por Maria?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Outra
cena emblemática dá-se quando Maria Madelena, ou talvez Maria, está grávida e
Jesus se abandona nas profundezas do mar revolto, abandonado desta forma, sua
amante ou mãe, ou as duas, e seu filho, da mesma forma que fora abandonado por
seu pai, Deus. Dessa maneira o filme é circular pois começa e termia, para iniciar
de novo com: nascimento, morte, abandono...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Mítico
também é o espaço e o tempo em que ocorrem as ações um tanto quanto episódicas
da obra garrelina, espaço e tempo indeterminados, dando um caráter parabólico,
porém pessimista e solitário da Humanidade, um teor atemporal, universal destes
seres humanos tão horríveis em sua beleza criadora e destrutiva ao mesmo tempo.
O leito do nascimento é também o leito da morte...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">A
cruz de Jesus e também dos cineastas, dos artistas em geral, é saber da
incompreensão de seus atos e das suas obras, o abandono e a solidão, não são
somente de Jesus, porém de Garrel e de todos os artistas por consequência, e,
enfim, de todos nós-humanos. ”<o:p></o:p></span></div>
Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-17986666420184234652020-03-23T22:57:00.002-07:002020-03-23T22:57:46.120-07:00(As Amorosas, Walter Hugo Khouri, Brasil, 1968): <br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">As Amorosas</i>, Walter Hugo Khouri, Brasil,
1968):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><o:p><img height="320" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BZGM0NWJiMzEtMTQxNi00ZTNlLWI5OTktZDVhMWMyYmU4MjFlXkEyXkFqcGdeQXVyODY5NzM4Nzc@._V1_SY1000_CR0,0,657,1000_AL_.jpg" width="210" /></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“Do
Nada viemos para o Nada retornaremos. Desta maneira circular dá-se também
roteiro do filme de Walter Hugo Khouri, “As Amorosas”, lançado em 1968.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O roteiro escrito pelo próprio cineasta
mostra a travessia de Marcelo (Paulo José) que vive uma existência em crise
consigo, com os outros e coma sociedade de uma maneira geral. O filme começa
como protagonista à deriva numa mata, à deriva ele percorre sua trajetória a
obra toda, e ao fim e ao cabo, à deriva permanecerá como todos os seres
humanos, pois a maior revelação talvez que o espectador tenha é que nossas
vidas são vividas em devir. O eterno retorno ao ventre materno, a posição fetal
onde o Tudo e O Nada começa é também o fim do Tudo e do Nada, que na verdade é
apenas o Meio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Marcelo se relaciona em frangalhos com sua
irmã Lena (Lilian Lemmertz), com sua namorada Marta (Jacqueline Myrna) e com
sua amante Ana (Anecy Rocha). Porém, é sua vida pessoal, psicológica e
existencial que está em frangalhos e em crise, por isso talvez ele tenha uma
perspectiva niilista em relação à sociedade e, principalmente, para consigo, já
que suas tentativas de tomar atitude são sempre tão frustradas quanto sua
própria existência, sua força de vontade se esgota quanto apenas esboça uma
formulação de tentar algo em sua jornada. Marcelo cursa a faculdade de Cinema,
é revisor, tradutor e crítico de Artes, mas não desenvolve nada, nulifica-se
sempre em si mesmo e em suas relações. Por exemplo, ao dar um depoimento para
um documentário ele testemunha que não vislumbra e não deseja nada. Talvez aqui
resida sua maior descoberta: ele auto-descobre inapto para o viver. ”<o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-31617171724208914382020-03-17T22:18:00.000-07:002020-03-17T22:18:06.050-07:00(O Exército das Sombras, FRA-ITA, 1969)<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Exército das Sombras</i>, FRA-ITA, 1969):<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Exército das Sombras</i> é uma tensa,
opressiva e claustrofóbica obra de Jean-Pierre Melville, produção
franco-italiana, lançada em 1969, sobre a Resistência Francesa aos nazistas alemães
que ocupavam a França durante a Segunda Guerra Mundial. O filme enfoca o
período de quatro meses decorridos no final do ano de 1942 até o início de
1943, que tem como protagonistas um pequeno grupo da Resistência Francesa, que
tem como um dos líderes Philippe Gerbier (Lino Ventura), um engenheiro civil,
que de forma circunspecta, de poucas palavras, cético e fatalista junto aos
seus camaradas enfrentam os nazistas que ocupam as cidades francesas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Melville
baseando-se no livro de Joseph Kessel ressalta no filme como o ‘Exército das
Sombras’ agia, além de revelar a solidão, o medo e as angústias diárias dos
seus membros, sem mirabolantes explosões típicas de muitos filmes sobre a Segunda
Grande Guerra, e sem violência explícita, pelo contrário se faz valer de um
brilhante roteiro para desvelar a violência ou melhor a tensão psicológica que
os protagonistas do filme vivenciam e experimentam. Somada à uma fotografia em
cores sombrias, frias e com aspecto que nos sugere opressão, claustrofobia e
até o medo que as pessoas vivenciaram durante a Guerra. A direção da excelente
fotografia é assinada por Pierre Lhomme e Walter Wottitz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Destaques também para as atuações de Ventura
como o frio, solitário, fatalista e cético Gerbier, e a interpretação de Simone
Signoret como a impactante, forte e obstinada Mathilde. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Uma
das questões mais impressionantes do filme é a pressão ininterrupta do medo de
errar, a tensão e a falta de diversão dos membros da Resistência. O filme é
trágico, sem ilusões, nos faz perceber que Guerra é sempre triste, solitária e trágica.
” <o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-87171790583784481182020-03-16T20:02:00.000-07:002020-03-16T20:02:28.887-07:00(XINGU-TERRA, Maurren Bisilliat, Brasil, 1981)<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">XINGU-TERRA</i>, Maurren Bisilliat, Brasil,
1981):<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“XINGU-TERRA
é um documentário antropológico e etnográfico sobre o cotidiano da aldeia
indígena Mehinaku do Alto Xingu extremamente valioso, lançado em 1981, dirigido
pela fotógrafa Maureen Bisilliat, com narração de Orlando Villas-Boas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Mostra
desde a plantação e a colheita da mandioca, passando pela pesca, pela
preparação da tinta de urucum, explicando a modelagem da cerâmica da tribo.
Ressalta como se dar a divisão das tarefas entre homens e mulheres; que a terra
é coletiva; que o chefe é visto não como uma pessoa que dar ordenas, mas um
conselheiro; o relacionamento amistoso entre pais e filhos, baseado no diálogo
que os pais sempre têm com os filhos pautado pela igualdade e respeito; apresenta
o sistema de valores que regem e mantém o equilíbrio entre o homem, a aldeia e a
natureza, além de mostrar suscintamente alguns aspectos da cosmogonia da tribo.
São apresentados e reproduzidos os rituais que relembram os tempos matriarcais,
desde os preparativos, o cerimonial de casamento para o homem e a mulher, o tempo
de reclusão dos jovens indígenas no tempo da puberdade, fazendo a transição da infância
para a fase adulta da vida, a ritualística que que se procede no intercâmbio de
uma aldeia com outra, culminado com a grande celebração da Festa do Yamuricumã.
(Fonte: Guia de Filmes, extraído do site da Cinemateca Brasileira).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Importante
ressaltar a sabedoria deste povo originário por exemplo no que se refere ao
Tempo, que na verdade para ele só existe o Presente, o Tempo da Vida e do Viver.
Além de uma noção clara de que a existência do homem se dar em devir, em ciclos
em consórcio com a Natureza, fauna e flora, e com os espíritos ancestrais e dos
deuses. Ressalte-se também a harmonia das suas relações sem julgar os outros
membros da tribo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Filme
importantíssimo para ser redescoberto nos dias de hoje, quando no Brasil tenta-se
vender uma ideia falsa de que todos os povos originários e indígenas devem
obrigatoriamente se integrar à sociedade regida pelo homem branco. Não o
ouvindo e entendendo sua singularidade e nem se importando com sua humanidade e
menos ainda tendo relações de altruísmo e alteridade para com nossos povos
originários. É dos indígenas a decisão de ou se integrar total ou parcialmente
à sociedade é quem manda é o homem branco, ou permanece até em alguns casos
totalmente isolados, como de fato e de direito existem ainda alguns povos no
Brasil neste estado e estágio civilizatório. ”<o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-21339640627568173702020-03-10T22:57:00.000-07:002020-03-10T22:57:01.828-07:00Voar é com os Pássaros (Robert Altman, EUA, 1970):<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">Voar
é com os Pássaros </span></i></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(Robert
Altman, EUA, 1970):<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<img alt="Brewster McCloud (1970)" height="320" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BN2EwMGVmZjYtNGFhMy00YjVjLTg3OTktNWViNWIyOGUzOTYzXkEyXkFqcGdeQXVyNjc1NTYyMjg@._V1_SY1000_CR0,0,656,1000_AL_.jpg" width="209" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“Robert
Altman realiza aqui uma das suas maiores excentricidades fílmicas e um de seus
melhores trabalhos para o cinema, justamente nos anos 1970, quando Hollywood
passou a contar com o surgimento de novos cineastas a realizar produções de
baixo orçamento e obras maravilhosas, ousadas e inovadoras que são clássicas e-ou
cults até hoje. É o caso de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Voar é com os
Pássaros</i>, lançado em 1970, no mesmo ano de outro clássico dirigido por Altman,
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">M*A*S*H.</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Em
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Voar é com os Pássaros</i>, o cineasta
nos apresenta uma história de fantasia amalucada povoada por personagens excêntricos,
que beiram à bizarrice. Porém, suas ações e atos servem como forma de Altman
baseado no roteiro de Doran William Cannon, criticar e ironizar sarcasticamente
à sociedade estadunidense da década de 1970 e, mais ainda criticar as amarras sociais
às quais qualquer cidadão está submetido, em qualquer sociedade, em quaisquer tempos
e em qualquer país. Ou seja, para o cineasta Robert Altman ninguém é
completamente livre na Humanidade, talvez somente a liberdade plena caiba aos
pássaros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Assim como em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">M*A*S*H</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Voar é com os
Pássaros</i> tem uma espécie de narrador, que cria um elo entre o espectador e
as personagens, neste filme é um amalucado e excêntrico professor e ornitólogo,
que parece nos afirmar que de fato somente os pássaros são livres em plenitude.
O filme, dessa forma, escancara ironicamente as mazelas sociais e políticas dos
Estados Unidos da América, a suposta Terra da Liberdade e das Oportunidades, mostrando
a hipocrisia da polícia nas diversas cenas em que esta é ridicularizada,
juntamente com o próprio exército estadunidense sendo sempre ironizado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Todas
estas instituições da sociedade norte-americana são vistas pelo roteiro e pelo
diretor Altman como excrescências de um sistema social opressor, ridículo e
mais amalucado que as personagens bizarras do filme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
protagonista Brewster McCloud (Bud Cort) tem uma ambição e um sonho na vida,
voar com um par de asas que ele mesmo construiu. Ele é um rapaz solitário,
insociável, introvertido e, quando, sai às ruas sempre é humilhado e vítima da sociedade
que o repele pelo fato de ser “diferente” e “esquisitão”. Ele é perseguido
pelos intolerantes e pela violência das instituições sociais norte-americanas, Brewster
serve como uma personagem, da qual Robert Altman se utiliza para mostrar metaforicamente
a hipocrisia social não só dos EUA, porém de uma maneira mais geral do ser
humano ante o diferente, não demonstrando nenhuma espécie de alteridade para
com o outro-Eu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dessa maneira McCloud não seria um ser-humano,
contudo, talvez um “homem-pássaro’, preso, porém, em sua forma humana, buscando
uma forma de sair dessa condição tão coercitiva e humilhante de viver em
sociedade, sem liberdade plena. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Enfim,
Altman realiza um grande filme, uma pequena obra-prima, que merece ser
redescoberta em sua extensa filmografia, às vezes preenchida por filmes
irregulares. Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Voar é com os Pássaros</i>,
temos um filme marcado por humor bizarro, situações inusitadas e esdrúxulas,
que servem para metaforicamente dramatizar o absurdo das amarras sociais e da
falta de liberdade plena para qualquer ser humano que vive na sociedade
violenta e agressiva da qual todos fazem parte. Um grande exercício fílmico,
dramático e até filosófico sobre a condição e a natureza humana quando posta em
confronto com o social que nos tolhe a plenitude da liberdade individual. ”<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-91730843455809936012020-02-29T19:49:00.001-08:002020-02-29T19:49:53.598-08:00(Possuídas Pelo Pecado, Jean Garret, Brasil, 1976)<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Possuídas Pelo Pecado</i>, Jean Garret,
Brasil, 1976):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<img alt="Possuidas Pelo Pecado (1976)" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BNzFjNTU5ODQtZjAzZC00MGQ5LWEwYWQtYTczZDJlZjYzYTg0XkEyXkFqcGdeQXVyNjk2NTIwMjA@._V1_.jpg" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“Possuídas pelo Pecado</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">
é um filme de Jean Garret que além de diretor escreveu também o roteiro ao lado
de Ody Fraga, assim como fizeram no thriller <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Excitação</i>, também lançado em 1976. Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Possuídas pelo Pecado</i>, tem-se uma história sobre a podridão dos capitalistas,
como o Dr. Leme (Benjamin Cattan) que é um burguês alcoólatra, abusivo e
dominador, que gosta de promover festas regadas a álcool e muito sexo.
Inclusive a primeira cena é elucidativa para o que veremos em tela, a câmera percorre
vários cômodos da sua chácara, onde está ocorrendo uma orgia, a cena é até bem
filmada e divertida, ao mostrar o desbunde de várias situações engraçadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
Dr. Leme é casado com Raquel (Meyre Vieira), porém separados e vivendo em casas
diferentes, já que ele a culpa por ela não ter dado filhos a ele para que
fossem seus herdeiros, no legado de sua imensa fortuna, já ela o acusa de ser alcoólatra
e só dar importância, desde o início do casamento às bebidas e de sempre a ter
traído. Ela tem um caso amoroso com o fiel motorista do Dr. Leme, André (David
Cardoso), sem aquele o saber. Os dois amantes têm o plano de forjar um acidente
para o capitalista e assim ficarem com a herança dele destinada a Raquel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na
chácara o sórdido Leme humilha, usa e maltrata duas secretárias-amantes, Jussara
(Zilda Sedenho) e a também alcoólatra Anita (Helena Ramos, em uma excelente
atuação), que é abusada constantemente pelo Dr. Leme, inclusive em uma das
cenas mais interessantes do filme é humilhada num chiqueiro, que lembrou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pocilga</i>, de Pasolini, em retratar a
sordidez e perversidade dos burgueses quanto os que estão abaixo nas hierarquias
sociais. Por isso, uma reflexão importante no filme de Garret é a dança das
cadeiras na sociedade, ora uns em uma posição mais privilegiada, ora outros em
uma posição desfavorável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Têm-se
diálogos interessantes no roteiro de Garret e Fraga, por exemplo, quando, em
outras palavras, o Dr. Leme em um diálogo é chamado de monstro por uma das suas
secretárias e ele afirma sou mesmo, porém o dinheiro me dar esse direito me dar
esse direito. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em outro diálogo Jussara
fala ao pintor Marcelo (Agnaldo Rayol) que pode ser uma mau-caráter, porém
prefere o ser a viver em uma situação pior socialmente da que vive. Estes
diálogos servem como ironia dos roteiristas às relações perversas que ocorrem na
sociedade capitalista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">No
filme ainda temos duas personagens importantes para a trama, Dorinha (Nicole
Puzzi, em início de carreira), como a filha ambiciosa e desinibida da empregada
Isaura (Ruthinea de Moraes). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Enfim,
o filme retrata e ressalta realisticamente e até com boas doses de ironia a
perversidade e a corruptibilidade que existem nas relações humanas em uma
sociedade capitalista. ”<o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-53272763089941787862020-02-23T20:47:00.001-08:002020-02-23T20:47:58.664-08:00(A Mãe e a Puta, França, 1973, Jean Eustache): (A natureza humana desnuda-se)<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Mãe e a Puta</i></span></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">, </span></i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">França,
1973, Jean Eustache):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(A
natureza humana desnuda-se):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<img src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BZjc4YzI0NjQtZjljZC00MzJhLWI4ZjQtMjRlOTFhMTkxM2I2XkEyXkFqcGdeQXVyNTc1NDM0NDU@._V1_.jpg" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“A Mãe e a Puta</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"> é
um filme composto essencialmente por diálogos, mas não de maneira excessiva, é
dialogado como é a vida -, ou como esta deveria ser -, Jean Eustache não
apresenta estripulias em termos de efeitos especiais, por exemplo, porém
presenteia os espectadores com roteiro e diálogos extremamente inteligentes,
perspicazes e demasiadamente humanos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
filme em uma de suas reflexões contempla as transições amorosas: o
relacionamento de Alexandre (Jean-Pierre Léaud) e Gilberte (Isabelle
Weingarten) já deteriorado; a relação de Alexandre e Marie (Bernadette Lafont),
sua companheira, este casal que supostamente tem um relacionamento aberto; e, o
início da relação amorosa entre Alexandre e Veronika (Françoise Lebrun). Ele é
um chauvinista, ciumento, de tamanha intransigência em seus pensamentos e com
falas às vezes grandiloquentes, em que demonstra cinismo, crueldade, melancolia
e desesperança ante a Paris, França, do Pós-68, em um certo confronto entre o
Idealismo do final da década de 1960 e a constatação do início da década seguinte
de que as coisas não mudaram tanto assim para a sociedade em geral, talvez aqui
valha a citação irônica que a personagem de Alexandre faz em referência ao
filme de Elio Petri, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Classe Operária
Vai ao Paraíso</i>.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Em
uma cena interessantíssima, a personagem de Léaud está ouvindo um disco de Edith
Piaf e folheando um volume de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Em Busca do
Tempo Perdido</i>, de Marcel Proust, neste romance temos uma reflexão sobre a
passagem do Tempo e questões relativas a memória. Nesta cena do filme de
Eustache há um paralelo entre a obra literária e a canção cantada por Piaf no
que se refere a questão da “memória involuntária” e dos amores já vividos por
Alexandre, deixando Gilberte para o passado e passando a se relacionar com
Veronika.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Alexandre
vive de maneira ociosa pelos cafés parisienses sempre a flertar com diversas
mulheres até que conhece Veronika, uma enfermeira aberta em suas relações
amorosas. A partir de então o cineasta-roteirista Eustache desenvolve com
ternura, lucidez e até momentos de loucura as relações de Alexandre-Marie-Veronika.
Os locais em que as cenas se passam são os próprios cafés de Paris, os apartamentos
e os edifícios antigos, os restaurantes e as ruas da cidade. Em uma cena em que
Alexandre fala das “transições” dos filmes do cineasta Murnau, estamos em uma própria
“transição, entre os trens para o campo e do outro lado a cidade de Paris, e o
casal Alexandre e Veronika ao centro em um restaurante, a cena inclusive marca
a transição do fim da relação entre Gilberte e Alexandre e o início da dele com
Veronika. Temos, assim, uma espécie de parábase, metaficção, metafilme, em que
uma personagem, no caso, indiretamente, reflete sobre a própria arte, assim
Alexandre parece dar voz ao realizador Jean Eustache.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Em
outra cena memorável a personagem interpretada por Léaud se “desnuda” sem
óculos escuros olhando para a personagem de Veronika, olhando diretamente para
a câmera, enfim a “desnudar-se” para todos, depois coloca os óculos escuros em
atitude de recolhimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Nas
relações amorosas de Alexandre temos três personagens femininas: Gilberte, a
pudica; Marie, a companheira, uma espécie de esposa, para amar o seu
companheiro apesar de tudo; e, Veronika, a mulher que vive sua vida sem se
preocupar com que os outros pensam quanto à sua sexualidade, a que a sociedade
machista chama de “puta”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">No
filme diferente do que se poderia imaginar não há improvisação nas falas por
parte dos atores, mas é tão natural como elas se desenvolvem, como os diálogos se
desenrolam tão críveis, quanto à própria vida. Enfim, a obra é tão humana, em
sua contemplação sobre as relações amorosas, em sua reflexão sobre a condição e
a natureza do ser humano, tais quais as canções de Edith Piaf que tocam no filme.
” <o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2621317491998240067.post-39018305595798820672020-02-18T00:09:00.000-08:002020-02-18T00:09:01.450-08:00(Excitação, Brasil, 1976, Jean Garret): (Thriller claustrofóbico brasileiro) <br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Excitação</i>, Brasil, 1976, Jean Garret):<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14.0pt; line-height: 200%;">(Thriller
claustrofóbico brasileiro): <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjed5IRCIqeeTLStpdISzd8S-UX5JcNtyoHy1SehIHHhdA8KFj8XHUWndHO37vvOolzzHAMSz9s85M-7Iy0xPl-2GexrsVOzIyDJCGirJuFxwJulnz1UdabFXUCdJJKykmme3ioZOF__Aw/s1600/excita%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="372" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjed5IRCIqeeTLStpdISzd8S-UX5JcNtyoHy1SehIHHhdA8KFj8XHUWndHO37vvOolzzHAMSz9s85M-7Iy0xPl-2GexrsVOzIyDJCGirJuFxwJulnz1UdabFXUCdJJKykmme3ioZOF__Aw/s320/excita%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="216" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">“Excitação
é um filme brasileiro dos anos 1970, mais precisamente de 76, dirigido por Jean
Garret e com roteiro dele em parceria com Ody Fraga. Estes dois cineastas
sempre abusaram de nudez, cenas de sexo e violência, contudo realizaram até que
alguns bons filmes nas décadas de 70 e 80, que foram críticas para nosso
cinema, excetuando o início dos anos 1990, nos quais o cinema nacional quase
não existia. Outra curiosidade sobre Garret e Fraga é que eles dirigiram também
fitas pornô, às vezes sob pseudônimos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Neste
Excitação temos um bom exemplar brasileiro de um filme do gênero de terror, um thriller
claustrofóbico que apesar de alguns defeitos tais como a edição bastante falha
e as atuações dos atores extremamente mecânicas, com exceção da personagem
interpretada por Flávio Galvão. Quanto às qualidades temos uma trilha sonora
marcante e apavorante que sugestiona o terror das estranhas visões de Helena (Kate
Hansen), a fotografia excepcional do também cineasta, um dos maiores do país,
Carlos Reichenbach que nos presenteia com cenas em que os aparelhos domésticos
e as máquinas parecem tomar vida própria, nestas cenas temos também bons
efeitos especiais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Helena
e Renato (Galvão) são um casal que vai morar em uma casa de praia no litoral de
São Paulo que guarda mistérios em relação ao seu passado. Helena tem problemas
nervosos, com estranhas visões e delírios com máquinas domésticas que se ligam
sem que ninguém as estejam usando. As cenas de closes em seus olhos dilatados e
excitados pelos delírios visuais são muito bem-feitas. Já Renato é um
engenheiro eletrônico (prestem atenção no nome de seu computador, que ele tem
em sua empresa na capital paulista!) que confia na exatidão das máquinas, na racionalidade
e perfeição que elas propiciam à sociedade. Talvez os computadores sirvam como espécies
de projeções, ora de Renato, no que se refere à razão, ora como projeções de
Helena, no que concerne aos delírios, à imaginação e à loucura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
roteiro de Ody Fraga e Jean Garret apresenta certa previsibilidade em algumas
reviravoltas e também certas cenas risíveis, porém, mesmo assim o filme se sustenta.
Excitação, enfim, é um terror, um thriller misterioso dirigido por Jean Garret com
estilo e que demonstra que o Brasil é capaz sim de fazer bons filmes em
qualquer gênero e em qualquer época. ” <o:p></o:p></span></div>
<br />Rafael Vespasianohttp://www.blogger.com/profile/06816649651145042807noreply@blogger.com0