(PROPAGANDA NAZISTA VERSUS
PROPAGANDA ANTINAZISTA).
(Confissões
de um espião nazista,
de Anatole Litvak, EUA, 1939, com Edward G. Robinson e George Sanders.).
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO).
“Filme de propaganda
antinazista feito em Hollywood para combater exatamente a propaganda nazista
feita em solo estadunidense nos anos de 1937 a 1939, pelos teuto-americanos e
pelos espiões nazistas infiltrados em território americano, que passavam
informações colhidas das forças armadas dos USA, para as autoridades superiores
do Terceiro Reich, na Alemanha, que respondiam diretamente ao Führer Adolf Hitler.
Um esquema de espionagem ousado envolvendo além de Hitler no topo, outra das
figuras principais do nazismo, Goebbels. O filme, porém, exalta e é patriotismo
puro estadunidense, exaltando a "liberdade" e o
"nacionalismo" americanos, aspectos que veremos pós-Segunda Grande
Guerra, que se tornaram criticáveis, até hoje nos anos 2000. O filme critica as
invasões nazistas em 1938 dos países como Áustria e Tchecoslováquia,
democracias estabelecidas, mas derrubadas e anexadas ao Terceiro Reich. Porém,
o que os EUA fazem hoje? Tudo bem que a invasão do Iraque, por exemplo, a
alegação era que este país era comandado por um ditador e tinha armas de
destruição em massa, mas a invasão foi para restabelecer a democracia do país?
Foram encontradas as armas? Não, foi interesse pelo petróleo e pelo controle da
região. Colocaram no poder pessoas subordinadas e que respondiam diretamente a
Washington e não ao povo iraquiano. Os EUA abandonaram o Iraque, depois da
ocupação, deixando o país em meio a uma guerra civil e inteiramente destruído
(inclusive nos bombardeios americanos muitos prédios e monumentos e obras de artes
antiguíssimas da civilização, que remontam à época da florescência da Pérsia,
foram destruídas), ou seja, os EUA pioraram a situação e, inclusive, não ganharam
explicitamente a "guerra". Com esse afã de levar a tal
"liberdade" 'típica' dos norte-americanos, aquele país se contradiz,
pois deveriam respeitar a soberania de uma nação (mesmo comandada por um
ditador) e deixar o povo e a nação iraquiana resolverem seus próprios
problemas. Fico por aqui para não citar detalhes da Guerra Fria contra a URSS,
mas apenas para ilustrar cito: Vietnã, Coréia; depois Afeganistão, as
desavenças com a Coréia do Norte, Irã, China. Recentemente, uma nova Guerra
Fria? Com a Rússia, envolvendo a Ucrânia. Os EUA financiavam a Al-Qaeda, ou
seja, Bin Laden, à época da Guerra Fria para combater a URSS, mas depois vimos
o que aconteceu em 2001 em diante. Entre ouros países, como Cuba e Venezuela
sempre estão na mira dos americanos. Até mesmo o Brasil dos anos 2000 e agora
liderado por partidos de esquerda, que contrariam os interesses americanos,
levaram os EUA a espionar aquele país. Sem contar o financiamento e a
colaboração norte-americana às ditaduras militares na América Latina nos anos
60 e 70, Brasil, inclusive. Etc., etc. etc. O filme tem importância histórica,
mas não chega a ser um primor, justamente, pelo fato de visto hoje, em 2015,
tudo que é propagado no filme torna-se relativo e criticável, portanto o filme
ficou datado e descontextualizado em relação aos dias atuais. E, no filme, fica
claro que os EUA não iriam participar da Guerra, não tinham interesse de se
juntar aos aliados contra o Eixo; a Guerra já iniciada na Europa, com a
ocupação dos nazistas na França e as batalhas daqueles contra os ingleses, não
diziam respeito aos EUA, que já tinham derrubado o esquema de espionagem
nazista em seu território e não corriam perigo de invasão do lado de cá do
Atlântico, mas o filme acaba aí. Depois, porém ocorre o ataque a Pearl Harbor,
realizados pelos japoneses, aí sim os EUA entram na Guerra, até com espírito de
vingança e o resto da História já sabemos. Lembremos até da vingança americana
e desumana dos estadunidenses, quando com o Japão já rendido, os EUA lançam, de
forma covarde, duas bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki. Daí em diante é Guerra Fria, sempre com perigo de a Terceira Guerra
estourar entre URSS e USA e, lógico, a Guerra seria em proporções mundiais e
com uso de armas atômicas e nucleares dos dois lados. Observei algumas
características do filme em si, mas fui além e mostrei aspectos Históricos
posteriores ao filme que ocorreram de 1939 em diante, durante todo o século XX,
até chegarmos ao século XXI, 2015; certa crítica negativa aos Estados Unidos da
América e toda sua propaganda ideológica de "liberdade" que seria
típica deles, desde 1939 até hoje, e, abordei também aspectos Históricos, de
1937 a 1939, período que é abordado pela obra, que são mostrados no filme e
outros não explicitados na obra, que observei de acordo com nosso
distanciamento crítico, já no século XXI. Por isso repito, o filme é muito
datado e pode ser facilmente desconstruído em razão dos fatos posteriores à
Segunda Guerra Mundial, e, a política externa que os EUA adotaram desde então
até hoje. Mas tem sua importância histórica, para mostrar que não eram só os
nazistas que faziam filmes de propaganda, no caso, dos filmes alemães fascistas
e racistas, porém também os EUA, com filmes de propaganda antinazista, seja para
o bem ou para o mal, à luz do século XXI.”
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