O
Cantor de Jazz (Alan Crosland, EUA, 1927) e os Primeiros Filmes Falados:
Poster.
O
filme dirigido por Crosland estreou na cidade de Nova York, inaugurando a era
sonora, porém o primeiro longa-metragem totalmente falado foi Luzes de Nova
York, de Bryan Foy, que foi lançado em Nova York, em 1928. Ele foi um fiasco de
críticas, mas sucesso de público, arrecadou em sua primeira semana de exibição 47
mil dólares.
Mas
já em 1921, D. W. Griffth fracassou com sua obra Dream Street, que
originalmente foi lançado como filme mudo e em versão sonorizada dias depois de
sua estreia oficial.
Já
na Inglaterra, em 1929, Alfred Hitchcock lançou seu décimo-segundo filme como
diretor, Chantagem e Confissão, que originalmente era para ser lançado como filme
mudo para foi sonorizado, hoje existem as duas versões.
Em
1930, na Alemanha Josef von Sternberg nos entrega sua obra-prima, O Anjo Azul,
protagonizado por Emil Jannings e Marlene Dietrich. É o primeiro filme falado
de Sternberg. Em 1931, Pabst adapta o texto de Bertolt Bretch, A ópera dos três
vinténs, com elencos diferentes para suas duas versões, uma em língua alemã,
outra de língua francesa. M., de Fritz Lang, é o primeiro filme falado deste
cineasta, lançado em 1931, o filme poderia usar o ‘som’ em 100% do filme, mas
para redução de custos foi utilizado em apenas dois terços da película. O uso
da narração, contudo, tornou seu clímax angustiante e foi inovador à época, o
mesmo efeito não se obteria com o uso de intertítulos à hora do tribunal a
julgar Peter Lorre.
Já
na França, também no ano de 1930, René Clair realiza o musical, Sob os tetos de
Paris, primeiro exemplar do cinema francês falado a alcançar sucesso mundial.
O
Cantor de Jazz é estrelado por Al Jolson e foi lançado nos EUA em 23 de outubro
de 1927, produzido pela Warner Bros. O improviso de Jolson “Você ainda não
ouviu nada”, frase pronunciada na canção, Dirty hands, Dirty face, interpretada
por Jack Robin, originalmente um Cantor de cânticos litúrgicos judeus, ao menos
este era o desejo de seu pai Rabinowitz, porém o jovem Jackie tem a alma e as
lágrimas na voz do Jazz, porém, o Jazz não é bem o JAZZ que conhecemos hoje, nos
filmes da época são baladas sentimentais e apresentações à moda antiga, vale
lembrar que o negro não tinha protagonismo à época, por isso os cantores de Jazz dos filmes, assim como Al
Jolson se pintavam de preto.
O
filme de Crosland só sincronizou a voz e as canções, mas com o improviso citado
iniciou-se o “Cinema Falado”. Muitos acreditavam que este diminuiria a arte
cinematográfica, assim como a fotografia preto-e-branco substituída pela
colorida causaria um efeito destruidor para a Sétima Arte. Isso não aconteceu,
esta sobrevive com outras experimentações e até hoje dilemas mais apocalípticos
nos dias de hoje, no século XXI.
O
primeiro filme sonoro comercial na verdade estreou em 1926, quando a Warner
Bros, lançou Don Juan, usando o sistema Vitaphone. Dirigido também por Crosland,
era um filme de capa e espada, com John Barrymore.
Mais
foi mesmo com O Cantor de Jazz, de Alan Crosland que tornou o cinema falado uma
realidade totalmente irreversível para a Sétima Arte. Embora não seja realmente
um filme falado, há trilha sonora, mas com apenas duas sequências com diálogos
falados, no mais os diálogos são representados com os tradicionais intertítulos
do cinema mudo. Porém, o segredo do sucesso são justamente estas duas cenas.
Portanto,
e segundo o produtor Darrly O. Zanuck: “O Cantor de Jazz trouxe o som, [já]
Luzes de Nova York trouxe diálogos. Depois disso, tudo mudou. ”
Al Jolson.
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