"JESSE JAMES" (HENRY KING, EUA, 1939):
"Nem tão herói, nem tão bandido":
(Crítica por Rafael Vespasiano)
"Anti-western ou western psicológico. De Henry King, de
1939, "Jesse James". Com Tyrone
Power, Henry Fonda, Randolph Scott, John Carradine e Lon Chaney Jr.
King
é um diretor subestimado pela maioria, mas tem diversas obras-primas. Por exemplo, este faroeste que é um exemplar raro de "bang bang" e, reflexão e crítica social, caminhando juntos.
breve parênteses sobre;
(a trilha sonora que é excelente, no início da película, principalmente. E a fotografia coloria em
Technicolor é especial.)
O diretor King bastante versátil, já mostrou em "Jesse James", que sabia fazer "westerns", isso só viria a se confirmar e a se aprimorar
ainda mais nos faroestes futuros como, os também 'anti-westerns': "O Matador" e "Estigma da Crueldade".
Interessante a crítica sociopolítica de "Jesse James": em
relação ao avanço inescrupuloso das ferrovias no velho oeste dos Estados Unidos da América, pós-Guerra Civil Americana. Mostra os desmandos e desrespeitos ao povo humilde estadunidense, por parte dos donos/empresários corruptos que queriam construir suas ferrovias "a qualquer custo", com a colaboração de advogados e juízes corruptos, e também cercado e protegido por pistoleiros contratados e até por xerifes vendidos aos interesses do capital das empresas ferroviárias,
O Verdadeiro Jesse James |
O filme é "bem" politizado para a época, já que critica a própria formação da sociedade americana, sendo que o filme foi feito dentro dos EUA e naquela época (e ainda hoje), os cineastas tomam "cuidado" excessivo em não mostrar os podres dos USA. Adendo: nas décadas de 1930 e 1940, os estúdios censuravam muito os seus cineastas e faziam até cortes nessas críticas, então alguns diretores criticavam e refletiam livremente sobre seu país, como Henry King, que conseguiu preservar seu filme. Porém, outros cineastas e suas obras não tiveram a mesma sorte e foram manipuladas e deturpadas, sofrendo cortes e rasuras feitas pelos produtores.
"O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford", filme do ano de 2007, com Brad Pitt, cujo o diretor é Andrew Dominik, com certeza, viu e reviu o filme de Henry King, e, bebeu deste, suas influências e técnicas, para também realizar um primoroso anti-western, ou western psicológico, (sub)-gênero no qual se vale mais e muito mais importante e decisivo: os conflitos e dramas de consciência do que a ação e os tiroteios sem propósito.
último parênteses:
("O retorno de Frank James", de 1940, é uma espécie de continuação de "Jesse James", dirigida pelo também sensacional cineasta, Fritz Lang, e o retorno do mesmo intérprete de Frank no filme de 39, Henry Fonda.)".
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