(“A MULHER SEM SOMBRA”, HUGO VON
HOFMANNSTHAL, 1919):
(“A ALEGORIA DA MATERNIDADE”):
(CRÍTICA
POR RAFAEL VESPASIANO)
“O
austríaco Hugo Von Hofmannsthal é um escritor que, estilisticamente, em seus
primeiros escritos pode ser considerado classicista e/ou barroco, mas, na verdade
é um dos maiores simbolistas, que temos na história do Simbolismo Literário, em
especial, no gênero prosa poética, poemeto narrativo, que é o caso de sua
obra-prima, A mulher sem sombra.
O
autor pretendia, inicialmente que seu poemeto servisse de libreto para uma
ópera de Richard Strauss, contudo este projeto não se concretizou, e, em 1919,
Von Hofmannsthal publicou a prosa poética, A
mulher sem sombra, que se tornou um clássico simbolista e alegórico da
maternidade.
A
proposta do poemeto narrativo, de cunho fantástico, é a partir de uma “imperatriz”
imortal, sem sombra, que foi conquistada amorosamente, mas um tanto à força,
por um “imperador”, mortal, e, que a partir de então, aquela junto com sua
anciã ama, partir em uma jornada em busca de uma “sombra” para si.
Ao
conquistar, a “sombra”, ao fim do poemeto, é construída e armada a alegoria
simbólica de toda a prosa poética, pois agora, a “imperatriz”, um ser
fantástico, imortal, mas, neste momento, com “sombra”, pode, enfim, ser “mãe”.
Toda
a busca pela “sombra” que a “imperatriz” não tinha, é a busca pela potência de
ser mãe, de ter o Dom da Maternidade. Aí está o simbolismo de toda a obra, a
alegoria da maternidade, em uma ente imortal, a imperatriz, um ser fantástico,
que agora com o Dom da Maternidade, tornou-se, alegoricamente, um ser completo,
uma verdadeira epifania se realiza de uma cada vez maior elevação e revelação
espiritual, que só a Maternidade confere a este ser fantástico, que é “a mulher
sem sombra”, agora “com sombra”.”
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