Horas de Tormenta
(Herman Schumlin, EUA, 1943):
Por
Rafael Vespasiano
“Com um roteiro simples, até de gosto duvidoso e que perde
muito tempo com as personagens secundárias (apesar de bem interpretadas), porém
até é bem trabalhado, em raros momentos, pelo diretor Herman Schumlin. Horas de Tormenta possui raros momentos
de qualidade, em especial, ao diversificar os gêneros fílmicos, Horas de Tormenta, dessa forma consegue
suas poucas cenas ao mesclar drama e filme de espionagem, neste subgênero é que
está o seu melhor como obra cinematográfica. Vale ressaltar que o filme é de
funda propagandista antinazista, o que não é demérito em princípio, pois
algumas obras estadunidenses conseguiram se sobrepor a este rótulo de caráter
panfletário dos Estúdios Hollywoodianos, durante a Segunda Grande Guerra, já
que existem como dito acima alguns que se destacam muito fortemente por suas
qualidades estéticas na História do Cinema até os dias atuais, mas não é o caso
de Horas de Tormenta.
O roteiro baseado na peça de Lilian Hellman e com roteiro de
Dashiell Hammett tem como sinopse a volta de um de um casal de alemães aos
Estados Unidos da América, do continente europeu após um longo tempo neste, retornando
para aquele país. O casal vivido por Bette Davis e Paul Lukas passa a ser chantageado
por espiões nazistas infiltrados em território estadunidense.
Porém, o filme se perde em verossimilhança a partir daí e o
roteiro se sustenta até um ponto, mas por um fio tênue, mas que se mantém
graças as atuações dos atores protagonistas e coadjuvantes. Contudo, o Oscar de
melhor ator de 1944, dado e ganho por Lukas é discutível se pensarmos nos
outros quatro indicados, mais especificamente em dois -, Gary Cooper por Por Quem os Sinos Dobram e Humphrey Bogart por Casablanca, acho que Bogart está
impecável, queiram ou não queiram, comparem-se ao menos estas três atuações,
escolham seus filmes prediletos, mesmo que não seja Casablanca, use da imparcialidade, é Bogart.
Mas o Oscar desde sempre pouco diz, ao menos para mim, quer
dizer só em algumas categorias, em especial as de curtas, a de documentário e
em especial a de Filme de Língua não-inglesa, desprezadas em geral pela maioria
do mainstream estadunidense-hollywoodiano.
Agora dinheiro, o Oscar diz muito sobre ele...
Enfim, digressões à parte, Horas de Tormenta mantém sua validade histórica, porém está vencido
quanto a validade estética e até temática, da maneira que foi abordado o tema
pelo roteiro, as exceções são as atuações, já referidas. ”
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