quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Horas de Tormenta (Herman Schumlin, EUA, 1943)

Horas de Tormenta (Herman Schumlin, EUA, 1943):

Por Rafael Vespasiano



“Com um roteiro simples, até de gosto duvidoso e que perde muito tempo com as personagens secundárias (apesar de bem interpretadas), porém até é bem trabalhado, em raros momentos, pelo diretor Herman Schumlin. Horas de Tormenta possui raros momentos de qualidade, em especial, ao diversificar os gêneros fílmicos, Horas de Tormenta, dessa forma consegue suas poucas cenas ao mesclar drama e filme de espionagem, neste subgênero é que está o seu melhor como obra cinematográfica. Vale ressaltar que o filme é de funda propagandista antinazista, o que não é demérito em princípio, pois algumas obras estadunidenses conseguiram se sobrepor a este rótulo de caráter panfletário dos Estúdios Hollywoodianos, durante a Segunda Grande Guerra, já que existem como dito acima alguns que se destacam muito fortemente por suas qualidades estéticas na História do Cinema até os dias atuais, mas não é o caso de Horas de Tormenta.
O roteiro baseado na peça de Lilian Hellman e com roteiro de Dashiell Hammett tem como sinopse a volta de um de um casal de alemães aos Estados Unidos da América, do continente europeu após um longo tempo neste, retornando para aquele país. O casal vivido por Bette Davis e Paul Lukas passa a ser chantageado por espiões nazistas infiltrados em território estadunidense.
Porém, o filme se perde em verossimilhança a partir daí e o roteiro se sustenta até um ponto, mas por um fio tênue, mas que se mantém graças as atuações dos atores protagonistas e coadjuvantes. Contudo, o Oscar de melhor ator de 1944, dado e ganho por Lukas é discutível se pensarmos nos outros quatro indicados, mais especificamente em dois -, Gary Cooper por Por Quem os Sinos Dobram e Humphrey Bogart por Casablanca, acho que Bogart está impecável, queiram ou não queiram, comparem-se ao menos estas três atuações, escolham seus filmes prediletos, mesmo que não seja Casablanca, use da imparcialidade, é Bogart.
Mas o Oscar desde sempre pouco diz, ao menos para mim, quer dizer só em algumas categorias, em especial as de curtas, a de documentário e em especial a de Filme de Língua não-inglesa, desprezadas em geral pela maioria do mainstream estadunidense-hollywoodiano. Agora dinheiro, o Oscar diz muito sobre ele...

Enfim, digressões à parte, Horas de Tormenta mantém sua validade histórica, porém está vencido quanto a validade estética e até temática, da maneira que foi abordado o tema pelo roteiro, as exceções são as atuações, já referidas. ”

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