segunda-feira, 1 de abril de 2019

Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs, Alemanha-Estados Unidos da América, 2018): alegoria canina.


Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs, Alemanha-Estados Unidos da América, 2018): alegoria canina.



“Wes Anderson (diretor de excelentes filmes como “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001), “Moonrise Kingdom” (2012), “O Grande Hotel Budapeste” (2014), entre outros) realiza mais um original, criativo e inventivo filme, a animação “Ilha dos Cachorros” que retrata um mundo em que os cachorros são perseguidos pelo clã dos Kobayashi que odeiam os cães e adoram os gatos e, que passa a promover o extermínio sistemático dos peludinhos, a começar pelo exílio deles para uma ilha inóspita, a ‘Ilha do Lixo’.
Um grande elenco de astros dá voz a várias personagens de maneira bem criativa e consistente em suas interpretações para contar esta alegoria que atravessa o Japão desde a época dos samurais até chegar a um presente de ditadura, conspiração do governo, tentativa de extermínio de uma raça-espécies, higienização forçada da sociedade, construção bélica (robótica, armas de destruição em massa), etc. Tudo isso em âmbito alegórico do mundo canino em conflito com o mundo humano, que, contudo, serve como metáfora dos conflitos humanos, entre países e nações através de guerras sem tratativas de paz e conversas diplomáticas.
 Ou seja, trata-se de uma crítica aos nossos líderes que somente em último caso pensam na diplomacia, na conversa e no diálogo preferindo o eterno guerrear, pois esta metáfora do filme do cineasta Anderson não se refere apenas aos tempos que estamos vivendo, mas à Humanidade como um todo através dos tempos.
Um roteiro literalmente original de uma animação (que não foi a primeira na carreira do cineasta, Wes Anderson também dirigiu “O Fantástico Sr. Raposo” (2009)), para todas as idades, bastante reflexiva, que pode ser interpretada em um nível de entretenimento em maior ou menor grau, porém sem desprezar seu nível mais geopolítico e filosófico, ou lógico nos dois âmbitos. ”

Um comentário:

  1. Creio que não irá se recordar, mas fui eu quem te indicou o filme, adorei a crítica sobre ele, não tinha essa visão de crítica política aos lideres e é bem vdd que o filme retrata bem sobre isso, parabéns pelo trabalho.

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