Benzinho
(Gustavo
Pizzi, Brasil-Uruguai-Alemanha, 2018):
“Um
belíssimo filme do atual cenário do Cinema Brasileiro contemporâneo é este
oportuno trabalho de Pizzi, “Benzinho”
que aborda uma família de classe média brasileira, em que todos os membros são
importantes para o roteiro -, que foi escrito pelo próprio diretor Gustavo
Pizzi (“Riscado”, “Me Chama de Bruna”)
em conjunto com a atriz que vive a protagonista da história, Karine Teles -,
porém a mãe-esposa-irmã-amiga-mulher Irene se sobressai em um roteiro sensível
e poético em sua poesia do cotidiano.
Irene
casada com Klaus (Otávio Müller) vive a expectativa da emancipação do filho
Fernando (Konstantinos Sarris); vive também com três filhos e às voltas com sua
irmã vivida por uma inspirada Adriana Esteves (“Canastra Suja”), a personagem de Esteves, Sônia sofre um
relacionamento amoroso conflituoso com o marido (César Troncoso, “O Banheiro do Papa”).
O
roteiro não tem estripulias e o diretor consegue se atém ao essencial de
poeticidade do dia-a-dia, do corriqueiro, do supostamente banal, onde residem
justamente o lirismo de “Benzinho”.
Com este ‘diminutivo’ o título já expressa um tom de carinho aos entes
familiares mais queridos de Irene. Pode-se fazer um paralelo com a Literatura
Brasileira, em especial com os poemas do pernambucano Manuel Bandeira, o
escritor que tão bem conseguiu revelar poesia do cotidiano pessoal do eu-lírico
e, do social do nosso país, em especial do estado de Pernambuco.
Diálogos
interdiscursivos à parte -, o que ressalta, por sinal, a importância de “Benzinho”
no cenário do Cinema Brasileiro contemporâneo e do mundo -, já que fez sucesso
de crítica e de público por onde passou, inclusive no Festival de Sundance em
2018; sendo cotado, inclusive, para representar o país no Oscar 2019, sendo
preterido pela comissão julgadora brasileira que optou pela obra “O Grande Circo Místico”, de Cacá
Diegues, como nosso representante oficial.
“Benzinho”
é uma obra ímpar, enfim, do cinema nacional, que merece todos os louvores, seja
pela direção cuidadosa, pelo roteiro lírico do cotidiano de uma família
tipicamente brasileira da classe média, pelas atuações de um elenco afinado e
bem dirigido, com destaque para Karine Teles primando com uma interpretação
linda, naturalista e inspirada. ”
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