UMA AVENTURA EM PARIS, 1942, JULES
DASSIN
(“FILME IMPORTANTE PARA O ESTUDO DO
CINEMA, MAS ABAIXO DA MÉDIA DAS REALIZAÇÕES DOS ENVOLVIDOS NELE”).
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO).
“Uma aventura em paris,
de 1942, dirigido por Jules Dassin, com Joan Crawford e John Wayne, grandes
estrelas da era de ouro de Hollywood. Trata-se de mais um filme estadunidense
de propaganda anti-nazista. Porém, muito abaixo da média e muito datado e
repleto de defeitos na condução do roteiro.
Dassin, o mesmo
cineasta da obra-prima "Rififi", falha muito aqui nessa campanha
propagandista contra o Nazismo, liderada pelos EUA, o Tio Sam. A história se
passa em 1940, quando um piloto americano (Wayne) é abatido e fica perdido na
França, Paris, ocupada pelos nazistas, escondendo-se destes, até que encontra a
ajuda da personagem vivida por Crawford, que por sua vez é noiva de um francês
que colabora com os alemães. As surpresas reservadas pelo roteiro, na verdade,
só fazem piorar o que já era extremamente abaixo das expectativas pelos nomes
envolvidos no filme.
O filme tem apenas
alguns aspectos positivos, vejamos: primeiro, antes da ocupação de Paris pelos
nazistas, os franceses da alta sociedade não se preocupavam com a Guerra na
Europa, se achavam muito bem protegidos do exército de Hitler, configurando uma
alienação absurda da alta burguesia em termos do contexto da sua época;
inclusive, a personagem de Crawford evidencia isso; segundo, os americanos
ainda não tinham entrado diretamente na Guerra, a história se passa em 1940, o
piloto vivido por Wayne é estadunidense, mas serve pela Força Área Britânica,
já que o Reino Unido já estava envolvido na Segunda Guerra Mundial; terceiro,
durante a ocupação nazista de Paris, muitos burgueses parisienses
"ficaram" ao lado e prestando favores aos nazistas, com medo?, mas
também para se darem bem, já que o Terceiro Reich, naquele momento, estava
mandando na Europa e é muito melhor está do lado de quem está por cima (Hitler,
no caso), do que de quem está por baixo; quarto, e , último aspecto que salva
um pouco o filme, é tem um breve diálogo com "Verão violento", do italiano
Valerio Zurlini, no que se refere a certa alienação por parte de uma parcela da
sociedade respectiva de cada país quanto os rumos da Segunda Grande Guerra: em
Uma aventura em Paris, a alta sociedade alienada e sem se preocupar com o
avanço nazista sobre Paris e, em Verão violento, a juventude italiana sem
perceber o que Mussolini estava fazendo (de ruim) em relação à participação da
Itália na Guerra, ao lado da Alemanha de Hitler, o nazi-facismo, no Eixo,
contra os aliados que tentavam lutar com a megalomania de Hitler e Mussolini
idem; a juventude italiana representada por Zurlini, em seu ótimo filme, não
está do lado nem dos fascistas liderados por Mussolini, nem da resistência
italiana ao fascismo, aquela juventude está sem rumo, querendo só aproveitar as
coisas "boas" da vida, sem preocupar com a guerra, a política e nem
tão menos com o futuro, sendo que uma Guerra Mundial está em curso, além do
mais seu país, Itália está diretamente envolvido naquela.
Enfim, o filme Uma
aventura em Paris, de Jules Dassin, peca muito e hoje está praticamente datado,
sem grande mérito para figurar entre os clássicos dos anos 1940 de Hollywood,
mas com uma importância histórica, para o estudo da História do Cinema Mundial,
muito grande.”.
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