quinta-feira, 9 de abril de 2015

UMA AVENTURA EM PARIS, 1942, JULES DASSIN: (“FILME IMPORTANTE PARA O ESTUDO DO CINEMA, MAS ABAIXO DA MÉDIA DAS REALIZAÇÕES DOS ENVOLVIDOS NELE”).

UMA AVENTURA EM PARIS, 1942, JULES DASSIN

(“FILME IMPORTANTE PARA O ESTUDO DO CINEMA, MAS ABAIXO DA MÉDIA DAS REALIZAÇÕES DOS ENVOLVIDOS NELE”).

(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO).


“Uma aventura em paris, de 1942, dirigido por Jules Dassin, com Joan Crawford e John Wayne, grandes estrelas da era de ouro de Hollywood. Trata-se de mais um filme estadunidense de propaganda anti-nazista. Porém, muito abaixo da média e muito datado e repleto de defeitos na condução do roteiro.

Dassin, o mesmo cineasta da obra-prima "Rififi", falha muito aqui nessa campanha propagandista contra o Nazismo, liderada pelos EUA, o Tio Sam. A história se passa em 1940, quando um piloto americano (Wayne) é abatido e fica perdido na França, Paris, ocupada pelos nazistas, escondendo-se destes, até que encontra a ajuda da personagem vivida por Crawford, que por sua vez é noiva de um francês que colabora com os alemães. As surpresas reservadas pelo roteiro, na verdade, só fazem piorar o que já era extremamente abaixo das expectativas pelos nomes envolvidos no filme.

O filme tem apenas alguns aspectos positivos, vejamos: primeiro, antes da ocupação de Paris pelos nazistas, os franceses da alta sociedade não se preocupavam com a Guerra na Europa, se achavam muito bem protegidos do exército de Hitler, configurando uma alienação absurda da alta burguesia em termos do contexto da sua época; inclusive, a personagem de Crawford evidencia isso; segundo, os americanos ainda não tinham entrado diretamente na Guerra, a história se passa em 1940, o piloto vivido por Wayne é estadunidense, mas serve pela Força Área Britânica, já que o Reino Unido já estava envolvido na Segunda Guerra Mundial; terceiro, durante a ocupação nazista de Paris, muitos burgueses parisienses "ficaram" ao lado e prestando favores aos nazistas, com medo?, mas também para se darem bem, já que o Terceiro Reich, naquele momento, estava mandando na Europa e é muito melhor está do lado de quem está por cima (Hitler, no caso), do que de quem está por baixo; quarto, e , último aspecto que salva um pouco o filme, é tem um breve diálogo com "Verão violento", do italiano Valerio Zurlini, no que se refere a certa alienação por parte de uma parcela da sociedade respectiva de cada país quanto os rumos da Segunda Grande Guerra: em Uma aventura em Paris, a alta sociedade alienada e sem se preocupar com o avanço nazista sobre Paris e, em Verão violento, a juventude italiana sem perceber o que Mussolini estava fazendo (de ruim) em relação à participação da Itália na Guerra, ao lado da Alemanha de Hitler, o nazi-facismo, no Eixo, contra os aliados que tentavam lutar com a megalomania de Hitler e Mussolini idem; a juventude italiana representada por Zurlini, em seu ótimo filme, não está do lado nem dos fascistas liderados por Mussolini, nem da resistência italiana ao fascismo, aquela juventude está sem rumo, querendo só aproveitar as coisas "boas" da vida, sem preocupar com a guerra, a política e nem tão menos com o futuro, sendo que uma Guerra Mundial está em curso, além do mais seu país, Itália está diretamente envolvido naquela.


Enfim, o filme Uma aventura em Paris, de Jules Dassin, peca muito e hoje está praticamente datado, sem grande mérito para figurar entre os clássicos dos anos 1940 de Hollywood, mas com uma importância histórica, para o estudo da História do Cinema Mundial, muito grande.”.

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