domingo, 13 de dezembro de 2015

O REI E O CIDADÃO (JOSEPH LOSEY/EUA/1964): (“O CIDADÃO (DES)UMANIZADO”)

O REI E O CIDADÃO (JOSEPH LOSEY/EUA/1964)


(“O CIDADÃO (DES)UMANIZADO”):


(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)





O cineasta Joseph Losey analisa com fina ironia, permeada pela crueldade e pela angústia, típicas de um front de batalha, o filme se passa na Primeira Guerra Mundial, onde a ambiência era marcada por total desespero e pavor, na chamada “guerra de trincheiras”. Um soldado vivo estava em determinado local, ao lado amontoados vários cadáveres de companheiros (e inimigo), e àquele tem que agir com indiferença, pois a guerra faz isso.

Os generais e políticos ficam numa posição confortável após criarem e inventarem estapafúrdias guerras, não pegam em armas, mas matam de qualquer forma vários jovens em guerras sem propósito. Losey acaba, por realizar, uma obra-prima pacifista e anti-bélica.
Os chefões da guerra ficam atrás de suas mesas transformando vidas humanas desperdiçadas em meros números de estáticas de baixas, como se aquele jovem fosse um mero número que precisa ser reposto por um outro soldado/número, para poder assim, sua nação, qualquer que seja, com seus aliados, ganhem a guerra.


O cidadão aqui, um suposto desertor, é des-(umanizado) até as últimas consequências. A relação entre ele e seu defensor (Dick Bogarde) é intensa, mesmo sendo breve e constantemente interrompida pelos julgamentos e pelas ordens superiores de afastamento e distância entre os dois. O defensor mesmo de mãos atadas quanto à fortuna do rapaz, o capta em sua essência (ainda) humana, mas que começa a escapar até o final, que tem um tom esperançoso, mas, ao mesmo tempo, não deixa de ser trágico.”.


                                                          

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