(LADRÕES DE BICICLETA, Vittorio De Sica,
ITA, 1948):
(“SENSÍVEL,
FORTE E ATUAL: CLÁSSICO”):
(CRÍTICA
POR RAFAEL VESPASIANO)
“Ladrões de Bicicleta é um exemplar e
genuíno filme do incrível e único cinema neorrealista italiano do pós-2ª Guerra
Mundial, estilo que se tornou célebre a partir da obra-prima de Vittorio De
Sica. Mas, que se inicia com o filme de Roberto Rossellini, Roma, cidade aberta, de 1945. O mais curioso é que a narrativa aparentemente
simples, porém, é de uma crítica social e econômica relevante e ainda
atualíssima, ante a miséria humana e social que se alastra ainda em pleno
século XXI
Isso
provém de um estilo único de Vittorio De Sica, de inúmeros clássicos, que
planejou uma dualidade dinâmica o neorrealismo, nova forma de fazer cinema e a
indústria Hollywoodiana que queria desconstruir, de maneira parabática e analítica,
entre estes estilos opostos de cinema, mas de maneira irônica criticar a
indústria de cinema estadunidense, contudo sem a renegar completamente, pois o
cinema mundial, inclusive o italiano deve muito a àquela.
Na
Itália pós-Segunda Guerra, falida e sem perspectivas para sua população, homens
saem todos os dias em busca de um trabalho. Um deles é Antonio que teve a sorte
de ser chamado para um serviço simples, mas um milagre naqueles idos de desemprego
e miséria (tão atual). O problema é que, para isso, ele terá que
obrigatoriamente ter uma bicicleta. Para comprar o seu meio de transporte e,
portanto, sua garantia de trabalho e sustento, sua esposa acaba penhorando os
lençóis de cama, mas, logo no primeiro dia, a bicicleta de Antonio é roubada.
Com chances mínimas de encontrar o ladrão, ele, em companhia de seu filho, vaga
pela cidade em busca de seu instrumento de trabalho.
Portanto, o filme é belíssimo e de um lirismo trágico, um verdadeiro
retrato poético, cruel e sensível, ao mesmo tempo, do pós-guerra na Itália,
mostra-se todas as dificuldades para o povo italiano para se recuperar da
destruição causada pela Segunda Grande Guerra. A dificuldade da falta de
dinheiro e do desemprego é ressaltada pelo filme. A relação entre o pai e seu
filho é de uma cumplicidade única. Vittorio De Sica explora de forma magnífica
os preceitos do neorrealismo italiano, enfim.”.
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