quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

(LADRÕES DE BICICLETA, Vittorio De Sica, ITA, 1948):
(“SENSÍVEL, FORTE E ATUAL: CLÁSSICO”):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)



Ladrões de Bicicleta é um exemplar e genuíno filme do incrível e único cinema neorrealista italiano do pós-2ª Guerra Mundial, estilo que se tornou célebre a partir da obra-prima de Vittorio De Sica. Mas, que se inicia com o filme de Roberto Rossellini, Roma, cidade aberta, de 1945.  O mais curioso é que a narrativa aparentemente simples, porém, é de uma crítica social e econômica relevante e ainda atualíssima, ante a miséria humana e social que se alastra ainda em pleno século XXI
Isso provém de um estilo único de Vittorio De Sica, de inúmeros clássicos, que planejou uma dualidade dinâmica o neorrealismo, nova forma de fazer cinema e a indústria Hollywoodiana que queria desconstruir, de maneira parabática e analítica, entre estes estilos opostos de cinema, mas de maneira irônica criticar a indústria de cinema estadunidense, contudo sem a renegar completamente, pois o cinema mundial, inclusive o italiano deve muito a àquela.
Na Itália pós-Segunda Guerra, falida e sem perspectivas para sua população, homens saem todos os dias em busca de um trabalho. Um deles é Antonio que teve a sorte de ser chamado para um serviço simples, mas um milagre naqueles idos de desemprego e miséria (tão atual). O problema é que, para isso, ele terá que obrigatoriamente ter uma bicicleta. Para comprar o seu meio de transporte e, portanto, sua garantia de trabalho e sustento, sua esposa acaba penhorando os lençóis de cama, mas, logo no primeiro dia, a bicicleta de Antonio é roubada. Com chances mínimas de encontrar o ladrão, ele, em companhia de seu filho, vaga pela cidade em busca de seu instrumento de trabalho.

Portanto, o filme é belíssimo e de um lirismo trágico, um verdadeiro retrato poético, cruel e sensível, ao mesmo tempo, do pós-guerra na Itália, mostra-se todas as dificuldades para o povo italiano para se recuperar da destruição causada pela Segunda Grande Guerra. A dificuldade da falta de dinheiro e do desemprego é ressaltada pelo filme. A relação entre o pai e seu filho é de uma cumplicidade única. Vittorio De Sica explora de forma magnífica os preceitos do neorrealismo italiano, enfim.”.


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