sábado, 12 de agosto de 2017

“FAHRENHEINT 11 DE SETEMBRO (Fahrenheit 9/11, Michael Moore, 2004)”: “documentário irônico e totalmente parcial: um docudrama pós-modermo:”

“FAHRENHEINT 11 DE SETEMBRO (Fahrenheit 9/11, Michael Moore, 2004)”: 

“documentário irônico e totalmente parcial: um docudrama pós-modermo:” 




Fahrenheit 9/11, vencedor da Palma de Ouro, no Festival de Cannes, como melhor filme de 2004; vê-lo é fundamental, mas, sobretudo, debater sobre o mesmo e os assuntos que aborda e as reflexões que suscita em torno dos atentados de 11 de setembro de 2001 e seus desdobramentos, porém o que vem antes dos atentados discuti-los é importantíssimo também. Talvez aí esteja sua maior importância e o maior feito do diretor Michael Moore. O filme de Michael Moore é um documentário que tem nas suas imagens o seu ponto forte. O filme é objetivo e seu autor deixa claro o seu objetivo principal: o desmascaramento da verdadeira face e os verdadeiros intuitos do Presidente estadunidense George W. Bush e de sua base, à época. O cineasta acompanha a trajetória de Bush, desde sua controversa eleição em 2000, passando pela tragédia das “torres gêmeas”, pela invasão e guerra no Afeganistão e, finalmente, a guerra no Iraque.



De fato, o cineasta utiliza-se de vários recursos cinematográficos na realização de seu trabalho. Seu filme tem uma grande dose de ironia amarga e sarcástica. Fahrenheit 9/11 denuncia uma vontade implicitamente “totalitária” do governo Bush. Implicitamente porque este não se admite assim; totalitária porque toma decisões arbitrárias a despeito das convenções internacionais e também porque força uma ideologia do medo: ataque-se primeiro, pois seremos atacados, com absoluta certeza. A ideologia da ‘guerra contra o terror’ que faz com que os próprios estadunidenses vivam até hoje sob o domínio do medo paranoico, além do medo real do terror, em um estado de alerta constante e até desvairado.
Moore presta um serviço muito importante como uma voz que se levanta para denunciar os desmandos do “império estadunidense”, portanto o seu documentário não é imparcial, mas explicitamente subjetivo, irônico, mas recorre também a fontes objetivas de informação, ou seja um documentário ‘moderno’ e diferente dos ‘tradicionais’ feitos alguns deste tipo até hoje, entretanto, de maneira objetiva e imparcial, muito diferente dos documentários subjetivos e parciais de Michael Moore.



Porém o que já percebemos no século XXI é o predomínio de documentários ou pseudodocumentários, ou docudramas, ao estilo dos feitos por Michael Morre, como afirmado mais acima. Porém devemos afirmar que alguns cineastas já faziam e fazem este tipo de documentário, por exemplo por cineastas como Eduardo Coutinho e Vladimir Carvalho, no Brasil, de fins do século XX até hoje, por Carvalho, no caso, dado a morte trágica de Coutinho. Entretanto estes docudramas parciais, subjetivos e até irônicos, eram feitos de maneira especial por Eduardo Coutinho; acho que vale a pena este registro.

Fahrenheit 9/11 entre muitas coisas que o filme mostra, o mais importante é promover em quem assiste, o entendimento do quanto a guerra é estúpida. O filme nos leva a refletir sobre o grande mal da guerra, seja de que tipo for. O Problema é que Bush a adora. E parece que o novo presidente estadunidense também...! ”. 


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