(O Exército das Sombras, FRA-ITA, 1969):
“O Exército das Sombras é uma tensa,
opressiva e claustrofóbica obra de Jean-Pierre Melville, produção
franco-italiana, lançada em 1969, sobre a Resistência Francesa aos nazistas alemães
que ocupavam a França durante a Segunda Guerra Mundial. O filme enfoca o
período de quatro meses decorridos no final do ano de 1942 até o início de
1943, que tem como protagonistas um pequeno grupo da Resistência Francesa, que
tem como um dos líderes Philippe Gerbier (Lino Ventura), um engenheiro civil,
que de forma circunspecta, de poucas palavras, cético e fatalista junto aos
seus camaradas enfrentam os nazistas que ocupam as cidades francesas.
Melville
baseando-se no livro de Joseph Kessel ressalta no filme como o ‘Exército das
Sombras’ agia, além de revelar a solidão, o medo e as angústias diárias dos
seus membros, sem mirabolantes explosões típicas de muitos filmes sobre a Segunda
Grande Guerra, e sem violência explícita, pelo contrário se faz valer de um
brilhante roteiro para desvelar a violência ou melhor a tensão psicológica que
os protagonistas do filme vivenciam e experimentam. Somada à uma fotografia em
cores sombrias, frias e com aspecto que nos sugere opressão, claustrofobia e
até o medo que as pessoas vivenciaram durante a Guerra. A direção da excelente
fotografia é assinada por Pierre Lhomme e Walter Wottitz.
Destaques também para as atuações de Ventura
como o frio, solitário, fatalista e cético Gerbier, e a interpretação de Simone
Signoret como a impactante, forte e obstinada Mathilde.
Uma
das questões mais impressionantes do filme é a pressão ininterrupta do medo de
errar, a tensão e a falta de diversão dos membros da Resistência. O filme é
trágico, sem ilusões, nos faz perceber que Guerra é sempre triste, solitária e trágica.
”
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