quarta-feira, 3 de junho de 2015

13 Assassinos (Eiichi Kudo, Japão, 1963): (“Crueldade e código de honra samurai e ronin”)

13 Assassinos (Eiichi Kudo, Japão, 1963)

(“Crueldade e código de honra samurai e ronin”):

(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO).



"O enredo, aparentemente, simples, mostra um cruel Daimiô (espécie de senhor feudal do Japão do Xogunato), que comete atrocidades, como assassinato e estupro. Diante dessas crueldades treze (13) samurais-, ressalte-se que estes são ronins, ou seja, ex-samurais, sem senhor-, se unem e resolvem detê-lo em nome da honra. Nem todos os treze samurais/ronins entram na rebelião pelo senso de justiça, por exemplo: alguns por ambição, outros pelo prazer da batalha, etc.
Os 13 ronins começam a fazer emboscadas para o Daimiô cruel que está se deslocando de uma casa para outra, essa parte do filme é pura estratégia, típica de jogadores de futebol americano, ou beisebol, ou melhor, comparando, típicas artimanhas de enxadristas, nesse jogo, embate de samurais e ronins, para vencer o rival é necessário a antecipação de cada movimento.
O clímax final é uma interessante e detalhada batalha (que não fica a dever em nada aos blockbusters estadunidenenses do século XXI, é até mais estimulante, inteligente, mais bem orquestrada e coreografada), entre os vassalos do Daimiô e os 13 rebeldes. Toda a ação é ininterrupta e ocorre numa vila repleta de armadilhas, tocaias, surpresas, formando um verdadeiro labirinto de becos traiçoeiros. A desvantagem em números dos rebeldes é superada pela a inteligência estratégica deles sobre os guardas leais ao seu suserano cruel.
“13 assassinos” nos leva a uma reflexão sobre o Japão feudal, qual seja a diferença do samurai para o ronin. Todo o senso de dever do Samurai paira em torno do seu daimiô, seu senhor e suserano, independe se as condutas desse senhor são justas e horadas ou não para o samurai servo daquele. O ronin, por outro lado, é livre, sem suserano ou senhor. Ele tem suas próprias diretrizes e código de conduta, honra e justiça, seus próprios interesses, sendo eles nobres ou não. Alguns estão dispostos a morrer por eles, se for necessário, como um samurai.

Esse filme de Kudo foi refilmado, recentemente, pelo festejado diretor Takashi Miike."

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