13 Assassinos (Eiichi Kudo, Japão,
1963)
(“Crueldade e código de honra
samurai e ronin”):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO).
"O enredo, aparentemente, simples, mostra um cruel Daimiô
(espécie de senhor feudal do Japão do Xogunato), que comete atrocidades, como
assassinato e estupro. Diante dessas crueldades treze (13) samurais-,
ressalte-se que estes são ronins, ou seja, ex-samurais, sem senhor-, se unem e
resolvem detê-lo em nome da honra. Nem todos os treze samurais/ronins entram na
rebelião pelo senso de justiça, por exemplo: alguns por ambição, outros pelo
prazer da batalha, etc.
Os 13 ronins começam a fazer emboscadas para o Daimiô cruel
que está se deslocando de uma casa para outra, essa parte do filme é pura
estratégia, típica de jogadores de futebol americano, ou beisebol, ou melhor,
comparando, típicas artimanhas de enxadristas, nesse jogo, embate de samurais e
ronins, para vencer o rival é necessário a antecipação de cada movimento.
O clímax final é uma interessante e detalhada batalha (que
não fica a dever em nada aos blockbusters estadunidenenses do século XXI, é até
mais estimulante, inteligente, mais bem orquestrada e coreografada), entre os
vassalos do Daimiô e os 13 rebeldes. Toda a ação é ininterrupta e ocorre numa
vila repleta de armadilhas, tocaias, surpresas, formando um verdadeiro
labirinto de becos traiçoeiros. A desvantagem em números dos rebeldes é
superada pela a inteligência estratégica deles sobre os guardas leais ao seu suserano
cruel.
“13 assassinos” nos
leva a uma reflexão sobre o Japão feudal, qual seja a diferença do samurai para
o ronin. Todo o senso de dever do Samurai paira em torno do seu daimiô, seu
senhor e suserano, independe se as condutas desse senhor são justas e horadas
ou não para o samurai servo daquele. O ronin, por outro lado, é livre, sem suserano
ou senhor. Ele tem suas próprias diretrizes e código de conduta, honra e
justiça, seus próprios interesses, sendo eles nobres ou não. Alguns estão
dispostos a morrer por eles, se for necessário, como um samurai.
Esse filme de Kudo foi
refilmado, recentemente, pelo festejado diretor Takashi Miike."
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