QUATRO FILMES DE KUROSAWA:
("OBRAS ESSENCIAIS PARA ENTENDER O UNIVERSO FÍLMICO DE AKIRA KUROSAWA"):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO).
Os sete samurais:
"Aqui são levantadas algumas questões do caráter humano (duas qualidades), que o cineasta leva o espectador à reflexão, sobre a solidariedade e a união, as quais estão faltando aos homens nos dias de hoje, em especial aos
governantes, na hora de tomar decisões importantes para a sociedade. O
companheriismo e união entre os samurais e as pessoas do vilarejo, que aqueles
vão defender, vai crescendo com o passar do tempo. Fica, então, uma proposta reflexiva, portanto, sobre a essência humana, que deveria sempre prevalecer (mais uma vez, o cineasta Kurosawa reflete sobre união e companheirismo, vide "Dersu Uzala"), ou seja, para Kurosawa a amizade entre as pessoas é uma questão sine qua non do ser humano e da sociedade, sem ela sempre prevalecerão os conflitos e a desunião. Mas o filme também serve como excelente película de chambara e de duelos e batalhas, num roteiro de qualidade ímpar."
Trono manchado
de sangue:
"Uma excelente adaptação para o cinema da tragédia
"Macbeth" de Shakespeare. A base da trama da peça é mantida por
Kurosawa, mas ele transfere a ação para o Japão feudal, incrível
originalidade é demonstrada pelo diretor nessa recontexualização do enredo trágico do bardo inglês. Originalidade
também demonstrada em várias cenas do filme, Kurosawa é um dos maiores diretores do cinema japonês, ou melhor, do cinema mundial em todos os tempos."
Yojimbo:
"Uma história de samurai, só que
transformada em comédia, pois Yojimbo (Toshiro Mifune, presente em vários filmes dirigidos por Akira Kurosawa) aproveita-se da situação de conflito numa
cidade entre facções rivais, para ganhar dinheiro, mas sempre ele demonstra bom
humor e sempre se sai com "tiradas" irônicas e sarcásticas. O humor fino e
irônico é a característica primordial do filme. Poderíamos falar que o filme se equilibra numa linha tênue entre tragédia iminente e a comédia perpassando quase todas as ações do roteiro."
Rashomon:
"Neste filme, Akira Kurosawa explora
mais uma vez as histórias sobre samurais, mostrando várias versões para um
mesmo fato (crime), só se revelando a verdade ao final do filme (ou seja, o
suspense é mantido até o fim e o espectador fica preso pelo filme até o desfecho do mesmo); é explorado
de forma magnífica (flashbacks) as várias hipóteses, versões para o mesmo fato. Uma ora o espectador acha que resolveu o mistério, mas vem a outra versão dos fatos e tudo muda. Obra genial."
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