“A ORGIA DA MORTE”
(“The Masque of the Red Death”, EUA, 1964, de Roger
Corman).
(“CORMAN E POE: CINEASTA E ESCRITOR
PRIMOROSOS”):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)
“Mais
um filme de Corman que se baseou em contos de Edgar Allan Poe, escritor de
histórias de mistério e terror. Segundo
o cineasta, ele realizaria para a American International Pictures apenas A
QUEDA DA CASA DE USHER, em 1960. Contudo, o filme foi muito bem
recebido (o que é lógico, pois trata-se de uma obra-prima do terror). Os
produtores ficaram empolgados com o resultado do filme de Corman, que acabaram
solicitando outras adaptações do escritor estadunidense. Após adaptar todas as
histórias que gostava, durante quatro anos: “O Túmulo Sinistro”, “O
Corvo”, “O Castelo Assombrado”, “Muralhas do Pavor” (que reúne três
histórias, o conto célebre do “Gato Preto” e mais dois contos) e “O
poço e o pêndulo”. “A orgia da morte”, Corman considera, ao lado de A
Queda da Casa de Usher, um dos melhores escritos de Poe (e acabou
recebendo o título de A ORGIA DA MORTE aqui no Brasil).
O
filme é uma obra-prima do terror B, típico de Roger Corman, mas que sabia mesmo
com recursos financeiros limitados, realizar grandes películas, que não devem
nada às superproduções de ontem e hoje, estas últimas, às vezes, tão vazias e
com roteiro descabido. Corman
dirige, mais uma vez, aquele que foi o seu maior colaborador nas adaptações de
Poe, o ator Vincent Price, encarnando um dos papéis mais marcantes de sua
carreira, o do príncipe Próspero. Uma personagem sádica, cínica e que adora e
cultua o diabo, o sujeito é a perfeita representação do mal. E Price faz jus à
sua reputação de mestre do horror, numa grande atuação. E isso é essencial para
a perfeição do filme.
Próspero é um príncipe que vive em seu
castelo, enquanto a Peste devasta seus domínios feudais. O título em Português
do conto de Edgar Allan Poe é “A máscara da morte rubra”, vale a pena lembrar,
pois isso é de fundamental importância para entender a história como conto e
também como filme.
Em “A ORGIA DA MORTE”, o diretor Roger
Corman estava no auge da criatividade e trabalhando com o seu diretor de
fotografia, o futuro diretor Nicholas Roeg, realizaram um trabalho impecável
com o visual do filme, com um clima atmosférico denso (brumas e névoas), o que
provoca uma ambiência de claustrofobia, e, principalmente com o uso das cores
como elemento de horror, algo que só mesmo o italiano Mario Bava consegue
igualar.”
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