terça-feira, 11 de agosto de 2015

“A ORGIA DA MORTE”: (“CORMAN E POE: CINEASTA E ESCRITOR PRIMOROSOS”)

“A ORGIA DA MORTE”
(“The Masque of the Red Death”, EUA, 1964, de Roger Corman).

(“CORMAN E POE: CINEASTA E ESCRITOR PRIMOROSOS”):

(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)



“Mais um filme de Corman que se baseou em contos de Edgar Allan Poe, escritor de histórias de mistério e terror.  Segundo o cineasta, ele realizaria para a American International Pictures apenas A QUEDA DA CASA DE USHER, em 1960. Contudo, o filme foi muito bem recebido (o que é lógico, pois trata-se de uma obra-prima do terror). Os produtores ficaram empolgados com o resultado do filme de Corman, que acabaram solicitando outras adaptações do escritor estadunidense. Após adaptar todas as histórias que gostava, durante quatro anos: “O Túmulo Sinistro”, “O Corvo”, “O Castelo Assombrado”, “Muralhas do Pavor” (que reúne três histórias, o conto célebre do “Gato Preto” e mais dois contos) e “O poço e o pêndulo”. “A orgia da morte”, Corman considera, ao lado de A Queda da Casa de Usher, um dos melhores escritos de Poe (e acabou recebendo o título de A ORGIA DA MORTE aqui no Brasil).

O filme é uma obra-prima do terror B, típico de Roger Corman, mas que sabia mesmo com recursos financeiros limitados, realizar grandes películas, que não devem nada às superproduções de ontem e hoje, estas últimas, às vezes, tão vazias e com roteiro descabido. Corman dirige, mais uma vez, aquele que foi o seu maior colaborador nas adaptações de Poe, o ator Vincent Price, encarnando um dos papéis mais marcantes de sua carreira, o do príncipe Próspero. Uma personagem sádica, cínica e que adora e cultua o diabo, o sujeito é a perfeita representação do mal. E Price faz jus à sua reputação de mestre do horror, numa grande atuação. E isso é essencial para a perfeição do filme.

Próspero é um príncipe que vive em seu castelo, enquanto a Peste devasta seus domínios feudais. O título em Português do conto de Edgar Allan Poe é “A máscara da morte rubra”, vale a pena lembrar, pois isso é de fundamental importância para entender a história como conto e também como filme.


Em “A ORGIA DA MORTE”, o diretor Roger Corman estava no auge da criatividade e trabalhando com o seu diretor de fotografia, o futuro diretor Nicholas Roeg, realizaram um trabalho impecável com o visual do filme, com um clima atmosférico denso (brumas e névoas), o que provoca uma ambiência de claustrofobia, e, principalmente com o uso das cores como elemento de horror, algo que só mesmo o italiano Mario Bava consegue igualar.”

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