“O
TÚMULO VAZIO”
(ROBERT
WISE, EUA, 1945)
(“WISE,
KARLOFF E LUGOSI: NUM FILME DE TERROR B”):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)
“O
cineasta Robert Wise é um dos mais ecléticos dos diretores do mainstream
clássico de Hollywood, de musicais primorosos e premiadíssimos, como “A Noviça
Rebelde” e “Amor sublime amor”, passando pela série cult de ficção-científica,
Jornada nas Estrelas, ele dirigiu o primeiro filme para o cinema, em 1979, uma
série que dura até hoje, uma verdadeira febre e culto dos cinéfilos ávidos por
tudo que envolve Star Trek. Mas, ainda em início de carreira realizou, em 1945,
realizou um filme despretensioso a princípio, chamado “O Túmulo Vazio”, baseado
em conto de Robert Louis Stevenson, o mesmo de “O médico e o monstro” e “A ilha
do tesouro”, que já renderam várias adaptações para o cinema. No filme de 1945,
um filme B de terror, Wise uniu dos ícones do terror dos anos 30/40, Bela
Lugosi e Boris Karloff, respectivamente, o Drácula (de baseado no romance
homônimo, de Bram Stocker) e a criatura (do romance Franskstein, de Mary
Shelly) dos clássicos da Universal Studios.
“O
túmulo vazio” prima por uma atmosfera amedrontadora, um clima mórbido de medo
arrepiante. Na Edimburgo de 1831, o cocheiro vivido por Karloff arranja
cadáveres para a pesquisa do médico MacFarlane de uma forma um tanto inusitada:
nas madrugadas -, (horripilantes em sua ambiência, dada pelo toque do cineasta
genial que é Robert Wise) -, ele rouba corpos do cemitério para servirem de
cobaia para os estudos do doutor e seus alunos, entre eles o promissor pupilo Fettes.
A
fotografia de “O túmulo vazio” é um puro deleite do macabro e do horror.
Utilizando recursos de luz e sombra, típicos do fim noir, o filme consegue passar
toda a atmosfera claustrofóbia e sombria da cidade, em especial nas cenas de
“caça” de Gray. E Bela Lugosi tem sua participação, que é pequena mas vale pelo
todo do filme. Na pele de Joseph, empregado da casa de MacFarlane, a personagem
de Lugosi participa de uma das melhores cenas do longa, um embate com Karloff
para deixar os fãs do terror deslumbrados e extasiados ao assistirem dois
ícones do cinema de terror, digladiando-se numa luta de monstros sagrados do
horror clássico.”
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