“O
CHICOTE E O CORPO”
(MARIO
BAVA, ITA, 1963)
(“O
TERROR SENSORIAL DE BAVA”):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)
“O
chicote e o corpo”, para muitos críticos, é uma obra-prima, (mais uma!), de
Mario Bava, um dos mestres do Horror Italiano e Mundial, lógico. A ambiência
que o cineasta cria em seus filmes, e neste não é diferente, é de apreensão,
medo, ânsia, angústia, claustrofobia, etc., todos elementos que causam
sensações -, (seus filmes são muito sensoriais, remetendo até aos Simbolistas e
Decadentistas da Poesia do final do século XIX) -, amedrontadoras e arrepiantes,
puro terror fílmico. E este é o seu objetivo, pois Mario Bava está aqui com o
único intuito de criar filmes de horror, e, portanto, assustadores. E, diga-se
de passagem, ele consegue, efetivamente.
O
enredo se passa no século XIX, em um castelo soturno, claustrofóbico e
sinistro. Um dos membros da família volta à casa e passa amedrontar os
moradores dela, até o momento, em que certa noite, é encontrado morto e seus fantasma/espírito
passa a fazer aparições aterrorizantes aos seus parentes.
O
terror aqui não é físico, mas sim psicológico, ou seja, o verdadeiro horror cinematográfico
de qualidade, do qual Bava é um representante clássico deste grupo seleto de
realizadores. O jogo psicológico de suspense, no filme em questão, é baseado
sempre nos sentidos das personagens e também dos espectadores, uma ambiência
sensorial arrepiante e horripilante. Filme de nuances audiovisuais, sonoplastia
apurada (ruídos dos ventos); trilha sonora é condizente com a atmosfera fantasmagórica;
iluminação com cores vivas e câmera subjetiva, o que leva o espectador para
mais perto do filme, e, aquele fica cada vez mais envolvido com a trama e com
medo também! ”
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