quarta-feira, 7 de março de 2018

"Fomos os sacrificados", John Ford, EUA, 1945: “Marionetes das Guerras”


Fomos os sacrificados, John Ford, EUA, 1945: “Marionetes das Guerras”:

Poster do filme Fomos os sacrificados.



Por Rafael Vespasiano.



"Neste pequeno filme fordiano, comparado aos seus grandes clássicos e suas obras-primas, Fomos os sacrificados foi realizado pelo cineasta, em 1945, no pós-Segunda Guerra Mundial, e depois dos documentários de propaganda de guerra pró-Aliados.
Os sacrificados de John Ford ganham e perdem ao mesmo tempo, são marionetes nas mãos do diretor assim como os soldados nas guerras quaisquer que sejam usados à sua revelia pelos generais e políticos das supostas grandes Nações Mundiais.
Os soldados lutam a esmo em batalhas perdidas, com e sem esperança ao mesmo tempo, nestes opostos complementares, em que Ford explora muito bem neste filme pelo viés do roteiro, que mostra que tudo é vão, pois terminará depois tudo em mais sangue e mais guerras até sabe quando...
Os ‘sacrificados’ – alguns pagam com a vida, outros com a fuga e a promessa de retornar – são homens comuns, distantes da mitologia fordiana dos westerns e principalmente representada nos filmes de faroeste de John Ford protagonizados por John Wayne, em especial. Ou seja, no filme de ‘guerra-drama’, Fomos os sacrificados, não precisam vencer a batalha – ou a guerra – para chegar à vitória: basta apenas continuar vivendo mais um dia...
Wayne é apenas mais um no meio de tantos soldados perdidos e/ou sacrificados de várias formas; neste ambiente o ator, em sua personagem, despe-se de sua magnitude mítica dos grandes westerns dirigidos por John Ford, e, é apenas mais um na guerra, ou seja, mais uma marionete dos ‘grandalhões’ e ‘diretores’ das Guerras...”



John Ford, diretor.

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