Fomos
os sacrificados, John Ford, EUA, 1945: “Marionetes das
Guerras”:
Poster do filme Fomos os sacrificados.
Por
Rafael Vespasiano.
"Neste
pequeno filme fordiano, comparado aos seus grandes clássicos e suas
obras-primas, Fomos os sacrificados
foi realizado pelo cineasta, em 1945, no pós-Segunda Guerra Mundial, e depois
dos documentários de propaganda de guerra pró-Aliados.
Os
sacrificados de John Ford ganham e perdem ao mesmo tempo, são marionetes nas
mãos do diretor assim como os soldados nas guerras quaisquer que sejam usados à
sua revelia pelos generais e políticos das supostas grandes Nações Mundiais.
Os
soldados lutam a esmo em batalhas perdidas, com e sem esperança ao mesmo tempo,
nestes opostos complementares, em que Ford explora muito bem neste filme pelo
viés do roteiro, que mostra que tudo é vão, pois terminará depois tudo em mais
sangue e mais guerras até sabe quando...
Os
‘sacrificados’ – alguns pagam com a vida, outros com a fuga e a promessa de
retornar – são homens comuns, distantes da mitologia fordiana dos westerns e
principalmente representada nos filmes de faroeste de John Ford protagonizados
por John Wayne, em especial. Ou seja, no filme de ‘guerra-drama’, Fomos os sacrificados, não precisam
vencer a batalha – ou a guerra – para chegar à vitória: basta apenas continuar
vivendo mais um dia...
Wayne
é apenas mais um no meio de tantos soldados perdidos e/ou sacrificados de
várias formas; neste ambiente o ator, em sua personagem, despe-se de sua
magnitude mítica dos grandes westerns dirigidos por John Ford, e, é apenas mais
um na guerra, ou seja, mais uma marionete dos ‘grandalhões’ e ‘diretores’ das
Guerras...”
John Ford, diretor.
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