domingo, 16 de fevereiro de 2020

(Johanna D´Arc of Mongolia, Alemanha Ocidental, França, 1989): (Diálogo entre culturas)


(Johanna D´Arc of Mongolia, Alemanha Ocidental, França, 1989):
(Diálogo entre culturas):
  

“A cineasta alemã Ulrike Ottinger realiza este interessante Johanna D´Arc of Mongolia (Alemanha Ocidental, França, 1989), nomeado ao Leão de Ouro do Festival de Berlim, de 1989, filmado também durante o ano da Queda do Muro de Berlim, sendo talvez este fato histórico um interessante paralelo para com a obra da diretora, pois seu filme entre outras coisas trata e aborda a troca de culturas, o cosmopolitismo, sem barreiras ou fronteiras marcadas por pré-conceitos culturais.
Quatro mulheres de diferentes nacionalidades estão em um trem da Transiberiana e elas começam a interagir entre si. Uma é a especialista na cultura da região Lady Windermere (Delphine Seyrig, atriz de filmes como Muriel e O Ano Passado em Marienbad, ambos dirigidos por Alain Resnais); outra é a professora secundária alemã Mueller-Vohwinkel (Irm Hermann, que foi dirigida por Rainer Werner Fassbinder em diversos filmes tais como: O Medo do Medo e As Lágrimas Amargas de Petra von Kant); outra dessas mulheres é a mochileira francesa Giovanna (Ines Sastre) e, por último, tem-se a  personagem da cantora norte-americana da Broadway Fanny Ziegfeld (Gillian Scalici). Elas também interagem com algumas outras personagens o cantor alemão Mickey Katz, dois oficiais russos e as irmãs Kalinka, que formam um trio musical bem divertido.
Porém, todas as personagens masculinas são deixadas de lado, quando apenas as mulheres tomam o trem da Transmongol, depois de quase uma hora de filme bem marcada e em uma cena de transição aparece, finalmente, a princesa guerreira mongol Ulan Iga, a qual serve de paralelo com a Joana D´Arc da História europeia, as viajantes são a partir daí mantidas apenas em parte como reféns, mas muito mais são tomadas como hóspedes pelas mongóis nômades.
 O filme, então, passa para uma segunda parte, mudando de ambiência e também passa quase que completamente a ser filmado em externas, diferente da primeira parte que foi marcada por cenas filmadas internamente nos vagões de trens. Agora a história sem pressa e sem ser narrada muito por meio de fatos encadeados, mas apenas episódicos, começa a se desenrolar nas estepes mongóis. Procurando ressaltar a troca de experiências, a amizade inusitada que surge entre culturas diferentes, mostrando que é possível o diálogo, a interação sem pré-conceitos de culturas aparentemente inconciliáveis. ” 

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