(“TARDE DEMAIS”, EUA, 1949, WILLIAM WYLER):
(MELODRAMA AMBIENTADO NO SÉCULO XIX, CONTUDO,
ATUALÍSSIMO, SOB OUTRAS FORMAS NO SÉCULO XXI”):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)
“"Tarde demais" (“The heiress”,
1949, EUA, William Wyler) se passa em meados do século XIX, em meio à sociedade
machista da época e da Nova York, da Belle Époque, influenciada por tudo que
vinha da Europa, em especial de Paris.
Catherine, a personagem vivida magistralmente
por Olivia de Havilland é ingênua no começo do enredo do filme, mas em meio uma
desilusão amorosa e um pai que apesar de querer o melhor para ela, é machista e
quer que ela casa a qualquer custo, apesar de Cathy, não demonstrar interesse nesta
empreitada para tão cedo.
Mas, a cidade e a sociedade impõem isso,
ainda mais no século retrasado, e, quando a moça é rica, possui dote, e o pai
quer continuar de alguma com seu legado de riqueza através da filha, mesmo o
próprio progenitor a achando ‘sem graça’ e ‘idiota’.
Por isso mesmo, o pai de Catherine a trata
severamente e sem carinho, não demonstrando amor para sua filha, na maioria dos momentos do filme; apesar de uma
compreensão à situação amorosa vivida por sua filha e a personagem de Morris
(Montgomery Clift), que só mais tarde Cathy entenderá o os motivos do pai e do
pretenso noivo.
Voltando à relação pai e filha: os diálogos dele
para com ela beiram a grosseria; tudo isso e mais um pouco transforma Catherine
(Havilland), a menina inocente e pura, numa mulher amarga e envelhecida pelo
desgosto e desamor, ódio e rancor a tudo e a todos.
Grande atuação de Havilland. Destaque para a
participação de Clift. Melodrama de Wyler que surpreende positivamente.”
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