O
GALANTE MR. DEEDS
(Frank Capra, EUA, 1936):
("A LOUCURA DA HONESTIDADE!"):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO):
“Uma
sociedade/Humanidade em que os homens/mulheres de bom coração são tomados como
louc@s e levad@s à julgamento. Este é o mundo que Frank Capra deseja criticar,
refletir e ironizar em O Galante Mr.
Deeds, um de seus maiores clássicos. Tem-se a história de um homem simples,
cercado de amigos, e que recebe a notícia que recebeu herança enorme. Ele não
sabe o que fazer com tanto dinheiro. Deseja então fazer o ‘bem’.
A
morte do banqueiro Martin W. Semple causa uma corrida para descobrirem que é o
misterioso herdeiro de sua fortuna. O sortudo é seu sobrinho Longfellow Deeds
(Gary Cooper, excelente), um homem que vive em Mandrake Falls, Vermont. Deeds é um homem simples cuja fonte de renda
principal vem de sua Poesia. Acompanhado por Cornelius Cobb (Lionel Stander),
parte para Nova York sem saber o que o espera. Saber que herdou uma fortuna não
muda em nada seu comportamento, nem mesmo quando ele se muda para uma grande
mansão.
A
ingenuidade de Deeds faz com que ele pense que todas as pessoas que o cercam na
grande cidade repetem o padrão de sua terra natal. Engano seu. Ele é cercado
por vigaristas e pessoas interessadas em macular sua imagem. Uma delas é Babe
Bennett (Jean Arthur), uma repórter que tem instruções específicas de
ridiculariza-lo. Porém, ao conhecer sua “vítima” melhor, Babe começa a perceber
o quanto tem agido mal. Ao resolver ajudar outras pessoas, Deeds será tomado
como insano, e será levado a julgamento. De coração partido e ofendido em seu
caráter e personalidade ética, ele não quer se defender. Deeds confronta-se com
a luxúria e a falsidade, mas jamais irá se romper, se tornando um herói para o
povo.
Baseado
na história de Clarence Budington Kelland, O
Galante Mr. Deeds (Mr. Deeds Goes to
Town) chegou em um momento em que a América precisava de filmes que
incitassem otimismo. O país ainda se recuperava da Grande Depressão ocorrida em
1929, e o cinema capriano tentava mostrar que apesar de dura, existiam Deeds
ainda, e valeria a pena lutar por dias melhores. Quantos Deeds podemos
conhecer? O ser humano caminha para o individualismo do pós-modernismo do
século XXI, e cada vez temos menos exemplos do que conhecíamos como “Humanidade”.
Este é um clássico que merece sempre ser revisitado. ”
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