sábado, 27 de maio de 2017

O GALANTE MR. DEEDS (Frank Capra, EUA, 1936): ("A LOUCURA DA HONESTIDADE!")


O GALANTE MR. DEEDS (Frank Capra, EUA, 1936):




("A LOUCURA DA HONESTIDADE!"):




(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO):

“Uma sociedade/Humanidade em que os homens/mulheres de bom coração são tomados como louc@s e levad@s à julgamento. Este é o mundo que Frank Capra deseja criticar, refletir e ironizar em O Galante Mr. Deeds, um de seus maiores clássicos. Tem-se a história de um homem simples, cercado de amigos, e que recebe a notícia que recebeu herança enorme. Ele não sabe o que fazer com tanto dinheiro. Deseja então fazer o ‘bem’.
A morte do banqueiro Martin W. Semple causa uma corrida para descobrirem que é o misterioso herdeiro de sua fortuna. O sortudo é seu sobrinho Longfellow Deeds (Gary Cooper, excelente), um homem que vive em Mandrake Falls, Vermont.  Deeds é um homem simples cuja fonte de renda principal vem de sua Poesia. Acompanhado por Cornelius Cobb (Lionel Stander), parte para Nova York sem saber o que o espera. Saber que herdou uma fortuna não muda em nada seu comportamento, nem mesmo quando ele se muda para uma grande mansão.



A ingenuidade de Deeds faz com que ele pense que todas as pessoas que o cercam na grande cidade repetem o padrão de sua terra natal. Engano seu. Ele é cercado por vigaristas e pessoas interessadas em macular sua imagem. Uma delas é Babe Bennett (Jean Arthur), uma repórter que tem instruções específicas de ridiculariza-lo. Porém, ao conhecer sua “vítima” melhor, Babe começa a perceber o quanto tem agido mal. Ao resolver ajudar outras pessoas, Deeds será tomado como insano, e será levado a julgamento. De coração partido e ofendido em seu caráter e personalidade ética, ele não quer se defender. Deeds confronta-se com a luxúria e a falsidade, mas jamais irá se romper, se tornando um herói para o povo.

Baseado na história de Clarence Budington Kelland, O Galante Mr. Deeds (Mr. Deeds Goes to Town) chegou em um momento em que a América precisava de filmes que incitassem otimismo. O país ainda se recuperava da Grande Depressão ocorrida em 1929, e o cinema capriano tentava mostrar que apesar de dura, existiam Deeds ainda, e valeria a pena lutar por dias melhores. Quantos Deeds podemos conhecer? O ser humano caminha para o individualismo do pós-modernismo do século XXI, e cada vez temos menos exemplos do que conhecíamos como “Humanidade”. Este é um clássico que merece sempre ser revisitado. ” 




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