Vidas Sem Rumo (The
Outsiders, 1983 / EUA):
“FALTA DE EXPECTATIVAS”:
Por
Rafael Vespasiano.
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Kathleen Rowell
“Coppola explorou um assunto
muito comum na sociedade mundial: a falta de expectativas de um futuro melhor
para os jovens, daí o título do filme, no Brasil, ser: "Vidas sem
Rumo". Ele utilizou jovens atores que estavam iniciando a carreira: Tom
Cruise, Matt Dillon, Patrick Swayze, Emilio Estevez e Ralph Macchio. Filme que
mostra as esperanças e desilusões dos jovens, que ficam, por causa destas,
desvirtuados. Mas complexidade do tema é bem explorado pelo roteiro de e pela
direção segura de Francis Ford Coppola.
Vidas Sem
Rumo reuniu
C. Thomas Howell, Matt Dillon, Ralph Macchio, Patrick Swayze, Rob Lowe, Tom
Cruise e Emilio Estevez, só quem viveu nos anos 80 pode entender o feito de
Francis Ford Coppola em Vidas Sem Rumo,
mostrando uma visão de quais seriam os nomes da próxima década. Principalmente,
Tom Cruise, que se tornou a maior estrela hollywoodiana dentre estes atores nas
décadas seguintes no Cinema Mundial.
O roteiro de Kathleen Rowell
aborda a personagem Ponyboy Curtis, interpretado por C. Thomas Howell, que
posteriormente protagonizaria filmes como
Uma Escola Muito Louca. Órfão de pai e mãe, vivendo com os irmãos,
interpretados por Patrick Swayze e Rob Lowe, Ponyboy é um rebelde sem rumo e
talvez sem causa, como brinca o título em português no Brasil. Junto com Johnny
Cade (Ralph Macchio) e Dallas Winston (Matt Dillon) formam uma gangue, da
cultura que vinha da moda de colocar gel no cabelo, mas que simbolizava uma
parcela pobre e revoltada dos jovens brancos estadunidenses.
Vidas Sem
Rumo reflete
sobre temas fortes e polêmicos, como discriminação, pobreza e racismo, o
roteiro do filme é bastante poético, porém paradoxal e às vezes perde na
ingenuidade. Isso devido à escolha da visão do narrador, o protagonista
Ponyboy, que é mesmo um garoto bastante ingênuo e sensível, que adora poesia,
mas não por gostar de artes, mas sim, pelo roteiro tornar-se uma história de
descoberta em uma fase-chave da vida, apenas.
A interpretação dos garotos, todos
iniciantes, nos apresenta uma carga dramática incrível, surpreendentemente,
inclusive. Não por acaso, todos seguiram uma carreira de sucesso, alguns hoje,
porém estão um tanto no ostracismo ou perdidos em projetos menores ou
fracassados.
Vidas Sem
Rumo e sua
abordagem das brigas de gangues de classes ou origem diferentes não é novidade
nos Estados Unidos, nem no cinema, Contudo Vidas
Sem Rumo se tornou um ícone de uma geração por representar essa construção
sem lei alguma. Há adultos na trama, principalmente policiais, mas eles são
coadjuvantes pouco explorados.
Os jovens sem rumo não demonstram
ter sonhos, nem planos para a vida, que não seja sobreviver ao dia seguinte.
Coppola realizou um daqueles filmes que ficou na memória de uma geração. Mas,
não se tornou dos mais reconheciddos. Talvez, não tenha a força das grandes e
clássicas obras-primas, mas, ainda assim, traz uma identidade para uma geração
perdida em sonhos e desilusões, que tem sua importância humana e fílmica até os
dias atuais. ”
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