1)
“O Brado da Luta sem Fim!”
(POR RAFAEL VESPASIANO)
30 de março de 2017.
“Sonhos,
planos; conquistas, amores; frustrações, erros,
estas
palavras sempre marcaram qualquer ‘Juventude’, em quaisquer tempos,
mas
nos dias atuais os jovens têm medo, a qualquer momento, a usurpação
dos
seus direitos e deveres se aproximam deles como ratos da destruição
de
tudo que os ‘Jovens’ dos tempos de outrora construíram, a ferro e fogo...
A
Aurora e a Escuridão se confundem na Penumbra das Incertezas da ‘Juventude’,
porém,
brav@s ‘Jovens’, seja na idade ou seja no espírito, unem-se para lutar
e
nada temer do que estar para se enfrentar; conquistas ‘eles’ querem,
em
qualquer setor da vida, afetiva ou política; o que importa é não recuar
e
retroceder jamais ao que já foi conquistado, a ferro e fogo...
Conquistas
e frustrações; decepções e erros fazem parte da vida de qualquer um,
todos
seres humanos vivem para isso, alegrias e tristezas, dores e infortúnios,
querendo
sempre um porvir melhor do que o passado para os ‘Jovens’ que prosseguem,
nesta
luta sem fim pela Vida que todo ‘Jovem’ sempre Sonhou, Sonha e Sonhará:
Liberdade,
Igualdade perante aos outros cidadãos, Irmandade e respeito entre tod@s.
Os
‘Jovens’ bradam: “-Utopia, não, só queremos oportunidades de nada temer!””.
2)
“O Indígena a Naufragar”
(“Eu a olhava com meu olhar pardo,
em que há o tigre e a gazela.”).
(Lima Barreto).
I
“Das
terras do sem-fim da América, Iracema, das tribos originais do Brasil,
da
união amorosa com Martim, entre colonizador e índia: o nascimento
de
Moacir: primeiro brasileiro miscigenado.
Porém,
o filho do Brasil é raptado e para a Europa vai -, é o elemento unificador
da
miscigenação sendo levado daqui, para o continente, o local que comanda a
destruição
dos ameríndios e dos índios brasileiros, a plena aculturação
deste
país chamado Brasil que na verdade é tão longe daqui...
Iracema
morre; Logo, Iracema, outrora a virgem dos lábios de mel, sucumbe a
desilusão,
com o fel na boca trazido pelo europeu,
a
morte da índia dos cabelos mais negros que as asas da Graúna, só reforça a
vitória
dos brancos colonizadores.
---
Nosso
verdadeiro herói sempre foi um ser livre por Natureza e não um cavaleiro
andante
e medieval do Graal!
Peri
e Ceci formam um par romântico belíssimo de pura idealização romântica,
entretanto,
não configura de maneira alguma a formação do povo brasileiro...
Peri,
herói guarani-goitacá, é um cavaleiro medieval europeu perdido no Brasil...
Submisso
a um regime feudal de tão imaginativo, que a palmeira de ventura
suprema
a conduzir Peri e Ceci rumo à construção da América original, se perde
no
pitoresco de uma América tão longe daqui...
---
Só podemos crer mesmo em Ubirajara, senhor da
lança, que tinha o
comando
de sua nação, nos tempos ainda pré-cabralianos.
O canto dos Tupis era a música, a poesia dos
nossos senhores
originais.
Nos
tempos dos Araguaias, Tapuias, Tocantims, já existia civilização e
cultura
em suas Terras. E assim bramiam:
‘-
Tacapes, arcos, plumas da vitória, setas mais rápidas que o voo do gavião,
a
sabedoria dos anciões e pajés; tudo, ó, Tupã, glorificai e unificai as tribos
tupis,
na
tribo dos Ubirajaras, para enfrentarmos, os guerreiros do mar, caramurus, que
desafiam
a nossa nação e as nossas terras!’
---
Os indígenas se mantiveram fiéis a Tupã, o
Deus do Sol, ofuscado
pelos europeus ávidos das riquezas do
Brasil...
Mesmo
os Jesuítas escravizando e aculturando os donos do País, os indígenas
sempre
ignorando os supostos ensinamentos civilizatórios, clamavam:
‘
– Tupã, evocamos a ti, expulsai os invasores, os anhangas, os espíritos do mal,
os
colonizadores, fantasmas guerreiros do mar, caramurus, ó, Tupã, destruí-os
com
seus raios e trovões heroicos!’
---
O
elixir do pajé sábio para o combate chamou
seus
guerreiros -, seja de batalhas, seja de guerras sexuais -,
inflamando
de ardor os valentes tupis para as lutas do amor!
Um
elixir que antecipou alguns remédios dos brancos dos séculos vindouros.
Este
beberico dos pajés de tão milagroso, os tupis tomavam uma conta
era
mais de anos e anos de tesão e calor!”
---
II
“E
a partir de então passou a entrar em extinção os indígenas a se tornar
cada
vez mais raros nos séculos posteriores...
E
de nada mais vale nem mesmo as belezas naturais
de
uma nação sem o seu cerne original de nacionalidade, perdida nas ruínas do
processo
de destruição e aculturação colonial!
---
No
século XX, em algum momento, o mito fundador da nossa Nação,
foi
reconstruído com a figura de Martim
Cererê, este Ser é a fusão
da
cultura dos índios com as outras etnias formadoras da nossa Terra;
o
Modernismo Heroico acabou por recuperar a figura do Saci Pererê,
mito
dos índios do Sul e de sua cultura original.
---
Os
manifestos do Pau-Brasil e da Antropofagia des-reconstruíam tudo que vinham
dos
colonizadores para o bem da Poesia realmente brasileira.
Oswald
e Mário ao contribuir com seus poemas, e, com a figura mitopoética de
Macunaíma,
este ser épico-lírico que nos dizia que ‘brincar’ é normal,
em
um romance Antropofágico, no qual ressaltava-se as glórias e as não tão
glórias
dos índios, assim como qualquer etnia marcada por erros e acertos;
Macunaíma
era sincero ao menos em sua cultura autóctone e miscigenada, no
cerne
de originalidade da nossa nação, diferente de outros povos arrogantes que
destruidores
o são...
---
O
movimento estético literário modernista é dos Vencedores,
apesar
da Antropofagia e o ‘Pau-Brasil’ de Oswald a tentar, hibridamente,
recuperar
nosso elemento original, mas esbarram em perguntas como:
‘Isto
é Nação?’; ‘Isto é Pátria?’; ‘Isto é Brasil?’...”
---
III
“A
outrora nação altiva são os Timbiras guerreiros destemidos, que em festas
comemoram
as vitórias com danças e Poesia, festins onde as copas são cheias de
cauim.
Contudo,
começam os martírios; simbolizado na dor de um índio velho,
vencido,
mas valoroso e corajoso, a profetizar:
‘
– As nossas matas serão devastadas por fortes guerreiros vindos do mar,
a
tribo Tupi sucumbirá no Ocaso da derrota para os inimigos caramurus,
mesmo
assim lutaremos até o fim sem covardia, morreremos e morrerei,
meu
nome o diz: I-Juca-Pirama!’
---
Para
uma des-resconstrução da nossa verdadeira nacionalidade talvez
só
pela união da Política, mas esta não sozinha,
mas
irmanada à poesia mitopoética e geopoética do nosso povo autóctone
um
visionários disse:
‘
– Estas campanhas de destruição lembram um crime, um crime das
nacionalidades
originais do nosso país que continuam até os dias
atuais.’
---
O
Índio, taxado pelos europeus de ‘Primitivo’, ‘Bárbaro’...?
‘
- Não, creio que não, primitivos e bárbaros outros são...’
Colonizadores
europeus massacradores de um continente já
formado
por Natureza e Civilização antes da chegada destes que
só
fizeram desmantar e iniciar o processo lento, doloroso e amargo de eliminação
do
nosso elemento maior: o ÍNDIO, o verdadeiro americano, que continua sendo
humilhado
até os dias atuais: assim se configuram os Con-Fins
das
terras outrora do sem Fim...
---
o
índio perdido está nos mares e rios que dominava,
à
deriva nas terras que lhe foram roubadas e está a perder.
‘
- O que lhe resta?:
Naufragar...’”
---
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