terça-feira, 28 de julho de 2015

“A LÂMINA DIABÓLICA” (KENJI MISUMI, JAPÃO, 1963): (“O CONCEITO DE TRÁGICO NAS PERSONAGENS DOS FILMES “CHAMBARAS”)

“A LÂMINA DIABÓLICA” (KENJI MISUMI, JAPÃO, 1963).

(“O CONCEITO DE TRÁGICO NAS PERSONAGENS DOS FILMES “CHAMBARAS”):

(RESENHA POR RAFAEL VESPASIANO):


“O conceito de personagem trágica corre paralelo entre Ocidente e Oriente, naquele, remonta à Antiguidade Clássica, nas tragédias escritas por Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, na Grécia Antiga; já, no Oriente, o conceito de personagem trágica se revela nos samurais trágicos, ou seja, com destino não auspicioso, mas redentor.

É o caso do protagonista de “A Lâmina Diabólica”, de Misumi, o jardineiro Hanpei, que se transforma num assassino frio e calculista, para proteger e defender a honra do seu Senhor, do seu suserano, vítima de uma conspiração.

Neste belíssimo chambara, com belas lutas, duelos e batalhas coreografadas brilhantemente e minuciosamente detalhadas pelos ângulos que a câmera fotografa; uma direção de fotografia primorosa em revelar pelas sutilezas do posicionamento da câmera as minúcias de um duelo, por exemplo, o mover dos pés dos dois adversários.


Este é um chambara dos mais violentos já feitos, mas que vale para acompanhar a trajetória trágica de Hanpei, que de jardineiro virou um assassino frio, em luta pela honra de seu mestre. Hanpei é muito bem vivido pelo ator Raizo Ichikawa.” 

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