“A LÂMINA DIABÓLICA” (KENJI MISUMI, JAPÃO,
1963).
(“O
CONCEITO DE TRÁGICO NAS PERSONAGENS DOS FILMES “CHAMBARAS”):
(RESENHA
POR RAFAEL VESPASIANO):
“O
conceito de personagem trágica corre paralelo entre Ocidente e Oriente,
naquele, remonta à Antiguidade Clássica, nas tragédias escritas por Ésquilo,
Sófocles e Eurípedes, na Grécia Antiga; já, no Oriente, o conceito de
personagem trágica se revela nos samurais trágicos, ou seja, com destino não
auspicioso, mas redentor.
É
o caso do protagonista de “A Lâmina Diabólica”, de Misumi, o jardineiro Hanpei,
que se transforma num assassino frio e calculista, para proteger e defender a
honra do seu Senhor, do seu suserano, vítima de uma conspiração.
Neste
belíssimo chambara, com belas lutas, duelos e batalhas coreografadas
brilhantemente e minuciosamente detalhadas pelos ângulos que a câmera
fotografa; uma direção de fotografia primorosa em revelar pelas sutilezas do
posicionamento da câmera as minúcias de um duelo, por exemplo, o mover dos pés
dos dois adversários.
Este
é um chambara dos mais violentos já feitos, mas que vale para acompanhar a trajetória
trágica de Hanpei, que de jardineiro virou um assassino frio, em luta pela
honra de seu mestre. Hanpei é muito bem vivido pelo ator Raizo Ichikawa.”
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