quinta-feira, 2 de julho de 2015

(OS AMANTES CRUCIFICADOS, CHIKAMTSU MANOGATARI, KENJI MIZOGUCHI, JAPÃO, 1954): (“O AMOR TRÁGICO, MAS EPIFÂNICO”)

(OS AMANTES CRUCIFICADOS, CHIKAMTSU MANOGATARI, KENJI MIZOGUCHI, JAPÃO, 1954):

(“O AMOR TRÁGICO, MAS EPIFÂ
NICO”):

(RESENHA POR RAFAEL VESPASIANO):




“No título original, segundo João Bénard da Costa, ‘Chikamatsu’ refere-se a um autor dramático, do século XVII. Aqui se evidencia o interdiscurso entre teatro e cinema, comprovado durante o decorrer da trama, e, o diálogo entre a tradição e amodernidade nipônicas. O drama que o cineasta adaptou é misturada com a adaptação de outro conto clássico japonês, este de Ihara Saikaku, ainda de acordo com o colunista J. Bénard da Costa.

O enredo é o tradicional amor impossível e trágico: dois jovens de classes sociais diferentes apaixonam-se. Além disso, a mulher é casada com o suserano da oficina onde o rapaz, vassalo, pobre trabalha.

O filme termina como começa: a crucificação dos adúlteros apaixonados. O que evidencia que a Cruz, ainda segundo o crítico Bénard, é símbolo da paixão tanto no Ocidente, quanto no Oriente; tanto na religião judia-cristã, quanto no xintó-budismo.

Os dois amantes fogem e começa uma perseguição cruel, uma verdadeira via-crúcis aos dois apaixonados foragidos, que percorrem lagos, florestas, cabanas, etc.

A cena em que o casal se decide pelo suicídio duplo, na qual este é abortado em troca de uma relação carnal e amorosa, efêmera e trágicas, mas, na verdade, aquele momento foi de realização plena amorosa para o casal de namorados, uma verdadeira epifania, uma revelação do amor que um nutre pelo outro, uma elevação do amor do casal, independente do futuro dos dois. Uma elevação espiritual, sem abandonar o carnal (se complementam), e, amorosa, o que faz a crucificação, portanto, ao fim apenas ressaltar a transcendência amorosa dos amantes.”

LINK BASE: JOÃO BÉNARD DA COSTA.

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