(DUPLO SUICÍDIO EM AMIJIMA, MASAHIRO
SHINODA, JAPÃO, 1969)
(“VISÃO TRÁGICA DO AMOR”):
(RESENHA POR RAFAEL VESPASIANO)
“A
obra-prima de Shinoda, considerada por muitos críticos, como a película máxima
ou uma das mais importantes da Nouvelle Vague Japonesa. O enredo é retirado das
tradições culturais nipônicas do teatro bunraku (o teatro de bonecos).
No
decorrer da trama, da mesma forma que no teatro, os atores manipulam os
fantoches, vestindo-se de negro e ficam o tempo inteiro ao lado das
personagens; no filme, Shinoda fez o mesmo para seus atores reais, todas as
ações deles são amparadas por vultos negros. Os cenários são de teor onírico,
formado por pinturas belíssimas, pintadas em papéis transparentes, como se
fossem caligrafia retirada diretamente de um livro. O que confere um caráter
interdiscursivo ao filme-literatura e cinema (e teatro).
O
enredo mostra a história de amor de um mercador de papel por uma gueixa. Ela é
desejada pelo mais rico comerciante da vila. Aquele é casado e tem filhos, não
vendo outra forma de concretizar seu amor, pois não tem como sustentar a
gueixa, só vê a solução pela morte. E propõe, então à ela o duplo suicídio na
ponte. Realiza-se um pacto mortal e trágico para o destino dos dois amantes.
Masahiro
Shinoda é um dos pilares da Nouvelle Vague Japonesa, junto a Nagisa Oshima
(Tabu) e Yoshishige Yoshida (Purgatório Heroico). Shinoda em Duplo Suicídio em
Amijima estiliza o mais moderno de então, conciliando a modernidade, com a mais
verdadeira tradição cultural nipônica.”
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