(CEGA OBSESSÃO (YASUZO MASUMURA,
JAPÃO, 1969):
(RESENHA POR RAFAEL VESPASIANO)
“Sequestro,
obsessão, loucura que levam a trama do filme a um desfecho forte, violento,
sádico, trágico. Altamente psicológico (tensão), “Cega obsessão” é uma obra que
serve até como parâmetro para os filmes de gênero “thriller-suspense”.
O
protagonista masculino é um artista plástico cego, que mora com a mãe, esta o
ajuda a sequestrar uma mulher com o intuito de que a garota se torne modelo
para uma escultura daquele.
A
modelo, Aki, é famosa, servindo como molde (corpo) de material para a obra de
um escultor que a venera. Michio frequenta o museu no qual as esculturas do
outro artista estão expostas e admira as formas da modelo esculpidas,
tocando-as, acariciando-as, o que leva a um desejo carnal por Aki.
Sequestra-a
e leva-a para sua casa, e, Michio recebe o apoio da mãe, que o ajuda em manter
Aki presa pelo tempo em que o artista deverá esculpi-la.
Um
pólo para se compreender o enredo é procurar simpatizar com o
escultor-sequestrador e, também, perceber o desespero da modelo. A obsessão de
Michio por Aki é ressaltado como um amor distorcido, possessivo e obsessivo
muito mais do que como fonte de perigo, contudo. A trama da obra força o
espectador a aceitar sua atitude como única forma de realizar sua obra de arte
máxima. Porém, Aki está em completo desespero sem saber como será o fim de toda
aquela situação, que para ela é uma sádica tortura. Ela tenta fugir várias vezes,
as quais são fotografadas de maneia bastante teatral -, nessas fugas, a modelo
corre, desesperadamente, do escultor-, os dois percorrem um espaço do ateliê,
transitando entre esculturas imensas, ao escalar corpos nus de gesso. Até suas
fugas não têm caráter tão negativo, já que ela parece divertir-se, numa
ambiência escura e amedrontadora.
A
imagem da mãe, vale ressaltar, é de uma figura de opressão não só para a
modelo, mas também para o filho.
Enfim,
o clímax do filme é o momento de união entre Aki e Michio – ela cede e se
entrega a ele aos poucos, quando planeja se fingir apaixonada para gtentar mais
uma fuga. A prisioneira acaba por passar a amar o sequestrador e, escolhe
vvicar ao seu lado a ter sua liberdade de volta.
Ao
final, os dois se unem carnalmente, numa descaracterização humana. Então, o
clímax se desenrola aos poucos e o seu ápice é a loucura plena, na qual as
consequências e as personagens cercadas pelos desejos mais primitivos e
instintivos primários, por meio da dor levam ao extremo a sua atitude de
“amar”.
Vale
ressaltar o contexto histórico japonês, em que “Cega Obsessão” foi lançado,
visto que a película surgiu numa época em que o Japão estava fortemente
relacionado ao drama e a tensão sexual (basta citar “O Império dos sentidos”,
que é da mesma época).”
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