“REBELIÃO, MASAKI KOBAYSHI, JAPÃO,
1967”:
(“RONIN
E SEU PRÓPRIO CÓDIGO DE ÉTICA”):
(RESENHA
POR RAFAEL VESPASIANO)
“Em “Rebelião”, filme
chambara de Kobayshi, o enredo privilegia o Ronin como protagonista, ao invés
do Samurai. A diferença entre os dois é que o primeiro é livre das
responsabilidades em relação ao Daimyo, já o segundo deve obediência a este de
maneira total e absoluta. O filme ganhou o Prêmio da Crítica Internacional do
Festival de Veneza.
Toshiro
Mifune vive um samurai que se bela contra a tirania do suserano de seu clã.
Isaburo Sasahra (Mifune) ocupa o centro da trama, que é uma história que serve
como painel histórico do Japão Feudal, e é uma das obras-primas do gênero
chambara.
Isaburo
é infeliz com a sua esposa e, percebe no casamento e amor do filho com a sua
respectiva esposa, uma vida amorosa feliz, enquanto a de Isaburo é infeliz,
este acha que deve proteger a beleza do Amor entre seu filho e sua nora, a
qualquer custo, mesmo que tenha que lutar e se sacrificar.
O
filho e a nora de Isaburo são mortos por vassalos do senhor feudal. A revolta
que toma conta de Isaburo se reveste de: vingança pessoal, preservação da
honra, justiça, da memória e da ideia da beleza do Amor, que não vivera
plenamente com sua esposa, tudo isso eleva e faz com que Isaburo se rebele.
Com
isso, ele se dispõe a enfrentar sua família e os desmandos de seu senhor feudal
tirano e criminoso. Após vencer uma batalha contra vassalos do seu daimyo,
resolve levar sua denúncia ao poder central, na capital Edo (atual Tóquio). O
suserano tentando evitar um escândalo com seu clã, chama outro samurai para
impedir que Isaburo chegue ao seu destino. O desfecho de “Rebelião” é uma luta
muito bem filmada e coreografada entre as duas personagens que representam características
éticas e morais diferentes. Tem-se Asano, imbuído do dever e o código de honra
do samurai que exige dele a vida pela estrutura do clã a que representa e seu respectivo
senhor feudal. Já Isaburo luta por um senso pessoal de justiça.
Segundo
o blogueiro Gabriel Vince, “neste momento existem duas lutas acontecendo. Uma
física, com espadas, entre Asano e Isaburo e outra dentro de Asano, que tem que
decidir se vai seguir o seu tradicional código samurai ou se rende ao justo
código de ética de Isaburo, que na verdade é também dele.” O filme tem um final
trágico, contudo resultado natural da luta desigual de um ronin contra um “sistema”
que o oprime, o fim transforma Isaburo em um herói.”
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