sábado, 4 de julho de 2015

“REBELIÃO, MASAKI KOBAYSHI, JAPÃO, 1967”: (“RONIN E SEU PRÓPRIO CÓDIGO DE ÉTICA”)

“REBELIÃO, MASAKI KOBAYSHI, JAPÃO, 1967”:





(“RONIN E SEU PRÓPRIO CÓDIGO DE ÉTICA”):






(RESENHA POR RAFAEL VESPASIANO)


Em “Rebelião”, filme chambara de Kobayshi, o enredo privilegia o Ronin como protagonista, ao invés do Samurai. A diferença entre os dois é que o primeiro é livre das responsabilidades em relação ao Daimyo, já o segundo deve obediência a este de maneira total e absoluta. O filme ganhou o Prêmio da Crítica Internacional do Festival de Veneza.

Toshiro Mifune vive um samurai que se bela contra a tirania do suserano de seu clã. Isaburo Sasahra (Mifune) ocupa o centro da trama, que é uma história que serve como painel histórico do Japão Feudal, e é uma das obras-primas do gênero chambara.

Isaburo é infeliz com a sua esposa e, percebe no casamento e amor do filho com a sua respectiva esposa, uma vida amorosa feliz, enquanto a de Isaburo é infeliz, este acha que deve proteger a beleza do Amor entre seu filho e sua nora, a qualquer custo, mesmo que tenha que lutar e se sacrificar.

O filho e a nora de Isaburo são mortos por vassalos do senhor feudal. A revolta que toma conta de Isaburo se reveste de: vingança pessoal, preservação da honra, justiça, da memória e da ideia da beleza do Amor, que não vivera plenamente com sua esposa, tudo isso eleva e faz com que Isaburo se rebele.

Com isso, ele se dispõe a enfrentar sua família e os desmandos de seu senhor feudal tirano e criminoso. Após vencer uma batalha contra vassalos do seu daimyo, resolve levar sua denúncia ao poder central, na capital Edo (atual Tóquio). O suserano tentando evitar um escândalo com seu clã, chama outro samurai para impedir que Isaburo chegue ao seu destino. O desfecho de “Rebelião” é uma luta muito bem filmada e coreografada entre as duas personagens que representam características éticas e morais diferentes. Tem-se Asano, imbuído do dever e o código de honra do samurai que exige dele a vida pela estrutura do clã a que representa e seu respectivo senhor feudal. Já Isaburo luta por um senso pessoal de justiça.

Segundo o blogueiro Gabriel Vince, “neste momento existem duas lutas acontecendo. Uma física, com espadas, entre Asano e Isaburo e outra dentro de Asano, que tem que decidir se vai seguir o seu tradicional código samurai ou se rende ao justo código de ética de Isaburo, que na verdade é também dele.” O filme tem um final trágico, contudo resultado natural da luta desigual de um ronin contra um “sistema” que o oprime, o fim transforma Isaburo em um herói.”


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