“ASSASSINATO” (MASAHIRO SHINODA,
JAPÃO, 1964):
(“CHAMBARA
E NOUVELLE VAGUE JAPONESA: O CONFLITO ENTRE XOGUNATO E O IMPÉRIO”):
(RESENHA
POR RAFAEL VESPASIANO)
“Em
meio ao tumulto entre o Xogunato e entusiastas do Império, Kiyokawa Hachiro é
um ambicioso estrategista cuja verdadeira motivação é desconhecida por todos.
Shinoda, um dos maiores cineastas nipônicos, realiza um chambara ambicioso, no
qual mostra a transição do Japão Feudal (Xogunato), para o Império, com o
envolvimento dos Estados Unidos da América interessados nas consequências que a
política japonesa acarretaria, para benefícios dos estadunidenses.
Os
japoneses estavam em xeque com a chegada da esquadra de navios
norte-americanos, exigindo a abertura dos portos, dando início a uma série de
eventos políticos e conflitos internos e externos que colocariam o Japão em conflito
em relação aos seus ideais políticos e sociais, inclusive, a crença no Japão
como uma terra sagrada e invencível. As principais ideologias da época eram
divididas entre pró-imperialistas, que desejavam a restauração do império e a
expulsão dos estrangeiros, e as forças do xogunato.
Tem-se
a figura história do ronin, Hachiro Kiyokawa, em 1855, ele funda a escola
Kiyokawa, a única escola de Kenjutsu em Edo (atual Tóquio). Ele era um crítico
do xogunato de Tokugawa usando, inclusive, sua escola para espalhar suas ideias
sobre a situação política do Japão.
O
filme caminha para desnudar essa personagem histórica tão interessante.
Todas suas motivações, sua índole, sua filosofia e seu caráter são
despejados, detalhadamente, durante o filme em diálogos ásperos, testemunhos,
flahsbacks e narrativas de vários fatos da sua vida.
As movimentações de câmeras são interessantes,
às vezes mantendo o foco em pés, mãos preparando um golpe de espada e
intensificando a expectativa do ataque, lutas bem coreografadas e mortes
espetacularmente teatrais.
Shinoda
realiza um chambara que é uma obra-prima!”
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