“Quando o paciente é o médico”
Era uma vez eu, Verônica, de
Marcelo Gomes.
(crítica por Rafael Vespasiano)
"Um filme que me
impactou bastante foi "Era uma vez
eu, Verônica", de Marcelo
Gomes; com uma estupenda atuação da Hermila Guedes. E o W. J. arrebenta
como o pai da Verônica do título.
A protagonista é uma
mulher independente, médica recém-formada, sem planos de casar, curte o sexo e
ponto. Uma mulher que é... mulher, porra! Porém, passa por uma crise
existencial, da qual do jeito que sair dela, determinará o rumo da sua vida e
do seu pai. A relação entre os dois é de uma cumplicidade quase que em extinção
nos dias de hoje. Verônica é uma personagem que vive os dilemas da idade, o
futuro profissional começa a se desenhar, na sua residência em psiquiatria.
Mas, ela é que é a
verdadeira paciente. O filme ainda reflete um pouco sobre as questões do Recife
do século atual, melhor explorado no
"O Som ao redor", de Kléber Mendonça Filho. E retrata o caos que
é um hospital público no Brasil, imagine no Nordeste! E o descaso para com os
pacientes de transtornos mentais. Filme forte, mas de valor inquestionável!
O cinema nacional
merece respeito e não preconceito de nós mesmos (o cinema brasileiro de todos
os tempos, inclusive de algumas chanchadas e pornochanchadas), com exceção do
gênero novo, do século XXI, no Brasil, que são as comédias besteirol produzidas
pelo Globo Filmes, a “Globo chanchadas”, que são porcarias.
Apesar de a produtora das Organizações Globo
ainda produzir alguns dramas bons, principalmente, quando der liberdade
criativa a diretores autorais e com produção independente; aí a Globo Filmes
entra, apenas, como uma mera segunda ou terceira produtora associada, o resto
do filme é independente, é cinema de guerrilha que faz o cinema nacional
brilhar. Sempre o foi assim.
Recentemente o filme
Trash, coprodução anglo-brasileira, dirigida por Sthepen Daldry, o mesmo diretor de Billy Elliot, O Leitor, As Horas, etc.; filmada no Brasil, tendo
como protagonistas os excelentes atores Wagner Moura e Selton Mello; o filme
ganhou o prêmio máximo do júri popular entre 18 produções, no prestigiado
Festival de Roma, em 2014, na semana passada."
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