domingo, 26 de outubro de 2014

“Quando o paciente é o médico”/ Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes. / (crítica por Rafael Vespasiano).

“Quando o paciente é o médico”

Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes.
(crítica por Rafael Vespasiano)


"Um filme que me impactou bastante foi "Era uma vez eu, Verônica", de Marcelo Gomes; com uma estupenda atuação da Hermila Guedes. E o W. J. arrebenta como o pai da Verônica do título.
A protagonista é uma mulher independente, médica recém-formada, sem planos de casar, curte o sexo e ponto. Uma mulher que é... mulher, porra! Porém, passa por uma crise existencial, da qual do jeito que sair dela, determinará o rumo da sua vida e do seu pai. A relação entre os dois é de uma cumplicidade quase que em extinção nos dias de hoje. Verônica é uma personagem que vive os dilemas da idade, o futuro profissional começa a se desenhar, na sua residência em psiquiatria.
Mas, ela é que é a verdadeira paciente. O filme ainda reflete um pouco sobre as questões do Recife do século atual, melhor explorado no "O Som ao redor", de Kléber Mendonça Filho. E retrata o caos que é um hospital público no Brasil, imagine no Nordeste! E o descaso para com os pacientes de transtornos mentais. Filme forte, mas de valor inquestionável!
O cinema nacional merece respeito e não preconceito de nós mesmos (o cinema brasileiro de todos os tempos, inclusive de algumas chanchadas e pornochanchadas), com exceção do gênero novo, do século XXI, no Brasil, que são as comédias besteirol produzidas pelo Globo Filmes, a “Globo chanchadas”, que são porcarias.
 Apesar de a produtora das Organizações Globo ainda produzir alguns dramas bons, principalmente, quando der liberdade criativa a diretores autorais e com produção independente; aí a Globo Filmes entra, apenas, como uma mera segunda ou terceira produtora associada, o resto do filme é independente, é cinema de guerrilha que faz o cinema nacional brilhar. Sempre o foi assim.

Recentemente o filme Trash, coprodução anglo-brasileira, dirigida por Sthepen Daldry, o mesmo diretor de Billy Elliot, O Leitor, As Horas, etc.; filmada no Brasil, tendo como protagonistas os excelentes atores Wagner Moura e Selton Mello; o filme ganhou o prêmio máximo do júri popular entre 18 produções, no prestigiado Festival de Roma, em 2014, na semana passada."

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