domingo, 23 de outubro de 2016

(““Lili Marlene” (“Lili Marleen”, 1981): (“PERFIS FEMININOS FASSBINDERIANOS: TRAGICIDADE”)

(““Lili Marlene” (“Lili Marleen”, 1981):

(“PERFIS FEMININOS FASSBINDERIANOS: TRAGICIDADE”):

(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO):


““Lili Marlene” (“Lili Marleen”, 1981):



“Lili Marlene” é a síntese fílmica de Rainer Werner Fassbinder, para os ‘perfis femininos’, em paralelo, com “O Desespero de Veronika Voss”, de 1982. Filme, este feito um ano depois de “Lili Marlene”, mas no filme de 1981, já temos um esboço final das intenções de Fassbinder, sobre o seu universo feminino cinematográfico, na personagem de Lili Marlene vivida por Hanna Schygulla, o filme em tela faz conexões com outros filmes de Fassbinder, tais como: a trilogia RFA, já referida especificamente por ‘O Desespero de Veronika Voss”, além do mosaico fassbinderiano formado por “Berlin Alexanderplatz”, “A Terceira Geração”.
Porém, a aproximação de Lili Marlene com Veronika Voss é mais perceptível, enquanto no filme de 1981, o diretor alemão estabelece uma relação entre épico e melodrama de uma cantora que ‘ingenuamente’ vive do sucesso durante o Nazismo, no filme de 1982, uma projeção da mesma personagem, vivida por Rosel Zech, na década seguinte, de 1940 para 1950, já na lista negra dos colaboracionistas.

“Lili Marlene” retoma o tema fassbinderiano da mulher aprisionada, seja por contingência sociopolíticas (‘Trilogia BDR’), seja pela instituição burguesa do casamento. Lili passa de um ser humano a um ser desumano, de corpo vivo a corpo morto, ao cantar pela última vez a canção-tema, uma pessoa-desumanizada tragicamente destroçada, desolada e solitária. O corpo feminino -, (ou masculino, em filmes de perfis de homens) -, derrotado tal como a esposa em ‘Martha’, a empregada humilhada em ‘Pioneiros em Ingolstadt’, ou o ex-milionário de ‘O Direito do mais forte à liberdade’.”.


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