(““Lili Marlene” (“Lili Marleen”, 1981):
(“PERFIS FEMININOS FASSBINDERIANOS: TRAGICIDADE”):
(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO):
““Lili
Marlene” (“Lili Marleen”, 1981):
“Lili Marlene” é a síntese fílmica de
Rainer Werner Fassbinder, para os ‘perfis femininos’, em paralelo, com “O Desespero de Veronika Voss”, de 1982.
Filme, este feito um ano depois de “Lili
Marlene”, mas no filme de 1981, já temos um esboço final das intenções de
Fassbinder, sobre o seu universo feminino cinematográfico, na personagem de
Lili Marlene vivida por Hanna Schygulla, o filme em tela faz conexões com
outros filmes de Fassbinder, tais como: a trilogia RFA, já referida
especificamente por ‘O Desespero de
Veronika Voss”, além do mosaico fassbinderiano formado por “Berlin Alexanderplatz”, “A Terceira
Geração”.
Porém, a aproximação de Lili Marlene com
Veronika Voss é mais perceptível, enquanto no filme de 1981, o diretor alemão
estabelece uma relação entre épico e melodrama de uma cantora que
‘ingenuamente’ vive do sucesso durante o Nazismo, no filme de 1982, uma
projeção da mesma personagem, vivida por Rosel Zech, na década seguinte, de
1940 para 1950, já na lista negra dos colaboracionistas.
“Lili
Marlene” retoma o tema fassbinderiano da mulher aprisionada,
seja por contingência sociopolíticas (‘Trilogia BDR’), seja pela instituição
burguesa do casamento. Lili passa de um ser humano a um ser desumano, de corpo
vivo a corpo morto, ao cantar pela última vez a canção-tema, uma
pessoa-desumanizada tragicamente destroçada, desolada e solitária. O corpo
feminino -, (ou masculino, em filmes de perfis de homens) -, derrotado tal como
a esposa em ‘Martha’, a empregada
humilhada em ‘Pioneiros em Ingolstadt’, ou
o ex-milionário de ‘O Direito do mais
forte à liberdade’.”.
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