domingo, 16 de outubro de 2016

NOVO CINEMA ALEMÃO: "O Casamento de Maria Braun" ((Die Ehe der Maria Braun, Alemanha Ocidental, filme de 1979)


NOVO CINEMA ALEMÃO:  "O Casamento de Maria Braun" ((Die Ehe der Maria Braun, Alemanha Ocidental, filme de 1979):

("DESTROÇOS DE UMA ALEMANHA DESTRUÍDA MORAL E ETICAMENTE: FASSBINDER"):

(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO):

* INTRODUÇÃO:

“Movimento que surge na Alemanha, no início dos anos 1960, e se desenvolve com mais vigor durante na década seguinte do século XX, 1970. Rainer Werner Fassbinder, um dos grandes nomes do Novo Cinema Alemão, ao lado de Werner Herzog e Wim Wenders, estes dois ainda vivos e muito profícuos, apesar de vários deslizes, em relação às obras fílmicas que realizaram e realizam, recentemente, nos anos 1990 e 2000, com exceções. Sem contar outros grandes nomes do movimento cinematográfico referido.

Os três cineastas se propuseram a renovar e a revisar o recente passado da Alemanha, em relação à Alemanha dos anos 1950 em diante, seus primeiros filmes datam de meados anos 1960 -, o primeiro crédito de Fassbinder como diretor de longa é de 1969, por “O amor é mais frio que a morte”, segundo o site do IMDB, www.imdb.com, porém, R. W. Fassbinder já possui créditos como diretor de curtas metragens desde o ano de 1966. Em 16 anos de carreira, Fassbinder realizou 44 filmes, dirigindo, escrevendo, atuando, produzindo, editando, além de trabalhar como empresário, designer, cameraman, além de compor trilhas sonoras. Os filmes de Fassbinder, em especial, conseguem realizar e mostrar de forma brilhante, a decadência moral da sociedade alemã de então, ainda reflexo dos anos 1910-1940.

Fassbinder forma e formava, com os já referidos Werner Herzog (1942-) e Wim Wenders (1945-), a tríade que expôs as mazelas que marcavam a Alemanha durante a Guerra Fria, oriundas ainda do fim das duas Grandes Guerras e do fim recente da Segunda Guerra Mundial, (1939-1945), e, do fim do domínio de Hitler e do Partido Nazista no país, que levou, mas, que marcaram indelevelmente os rumos da Alemanha, nos anos logo seguintes ao fim do Holocausto Nazista: inclusive, ao fim da Segunda Guerra, ocorreu a construção do Muro de Berlim e da divisão da Alemanha em Ocidental e Oriental, a do lado Oriental do Muro, obrigada a se submeter ao jugo da URSS, socialista; a Ocidental por seu turno do lado dos EUA e do capitalismo, com maior liberdade, que sua irmã a Berlim Oriental, que vivia em trevas maiores, isso tudo marcas da Guerra Fria que se instaurava, agora após confrontos bélicos, confrontos ideológico e medo paranoico de uma Terceira Guerra Mundial apocalíptica e nuclear.

Fassbinder manteve-se fiel em retratar em seus filmes tudo isso exposto acima, mas com a vida abreviada, não se pode dizer o que seria de sua filmografia hoje, se estivesse ainda vivo. Herzog que já tinha um estilo muito particular continua neste estilo até os dias atuais, entre curtas, médias e longas metragens, ficcionais e documentais, muito estranhos, desde o curta Hércules (Herakles, 1962).

Wenders sempre foi da linha de optar por vários formatos, mas sempre de tom intimista, com destaque para as trilhas sonoras, meta-filmes e roadmovies. Exemplo é sua trilogia de roadmovies realizada nos anos 1970: Alice nas cidades (1974); Movimento em Falso (1975) e No Decurso do Tempo (1976)."

* PRIMEIRO FILME DA TRILOGIA DO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ANOS 1950, NA ALEMANHA OCIDENTAL, REALIZADA AQUELA, POR RAINER WERNER FASSBINDER (1979-1982): (CRÍTICA):


 "O Casamento de Maria Braun" ((Die Ehe der Maria Braun, Alemanha Ocidental, filme de 1979):





"O primeiro da trilogia sobre a Alemanha dos anos 1950 e seu falso milagre econômico, no pós-2ª Guerra Mundial -, em uma Alemanha destroçada pelas duas Grandes Guerras, tanto nos âmbitos físico, estrutural, arquitetônico, político-econômica-socialmente, porém, essencialmente, moral e eticamente. Na trilogia, formada ainda por “Lola” (1981), e, por "O Desespero de Veronika Voss" (1982), dirigidas e concebidas por um dos gênios do Novo Cinema Alemão, Rainer Werner Fassbinder (1945-1982. Nascido a 31 de maio de 1945, na Bavária, Alemanha, Rainer não terminou a escola e trabalhou em vários empregos antes de estudar Drama em Munique, na escola Fridl-Leonhard Studio. Alcoólatra e viciado em tóxicos, morreu no dia 10 de junho de 1982, vítima de uma overdose de drogas, aos 37 anos de idade.).

R. W. Fassiber possui 44 créditos como diretor de longas e curtas, ficcionais e documentários; telefilmes; minisséries; séries de TV; filmes para o cinema. Além de créditos em diversas outras funções, tais como: roteirista, ator, etc.
Fassbinder expõe nos filmes da trilogia BDR -, a trilogia sobre a Alemanha Ocidental, do Pós-Guerra, durante os anos 1950 -, as mazelas que marcavam a Alemanha da República Federal, durante o fim da Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, esta, que, surgiu logo após o fim da Segunda Grande Guerra Mundial, muito motivada pelas causas e consequência do que ocorreu envolvendo as duas Grandes Guerras do século XX, a Guerra Fria sempre marca indiretamente seus filmes. 


A trilogia, em tela, é idealizada e dirigida por Rainer Werner Fassbinder, um dos grandes nomes do Novo Cinema Alemão, que se propôs a renovar e a revisar o recente passado da Alemanha, de maneira mais contundente, focando a Alemanha dos anos 1950, em diante. Os primeiros filmes de Fassinder são creditados de meados dos anos 1960 -, o primeiro crédito de Fassbinder como diretor de longa é de 1969, por “O amor é mais frio que a morte”, segundo o site do IMDB, www.imdb.com, porém, R. W. Fassbinder já possui créditos como diretor de curtas metragens do ano de 1966. Os filmes de Fassbinder, em especial, conseguem realizar e mostrar de forma brilhante, a decadência moral da sociedade alemã de então, ainda reflexo dos anos 1910-1940. 


Fassbinder, em “O Casamento de Maria Braun”, no enredo, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, Maria (Hanna Schygulla) se casa com Hermann Braun (Klaus Löwitsch), um soldado alemão. Ele desaparece em combate, mas a protagonista não reconhece de maneira alguma a morte esposo. Trabalhando num cabaré, ela se envolve com um soldado norte-americano, até que o marido reaparece e o aparece morto. Hermann assume a culpa e vai para a cadeia, enquanto Maria vai trabalhar com Oswald (Ivan Desny) e logo se torna uma poderosa mulher de negócios. 


O filme em questão é considerado a obra-prima deste diretor. A protagonista dele é Maria Braun, detalhe: as personagens femininas sempre são as personagens mais fortes moralmente e ao mesmo tempo mais frágeis psicologicamente, mas que conduzem o filme do começo ao fim, em especial nesta ‘Trilogia de Fassbinder’ -, mas também em filmes como “As Lágrimas amargas de Petra von Kant” (1972), a protagonista também vivida por Hanna Schygulla -, e dão título aos filmes da Trilogia, e, são aquelas que representam de forma geral a Alemanha dos anos 50. 


Maria Braun é uma mulher liberal, independente, fria, calculista, manipuladora, mas, ao mesmo tempo, submissa a um único grande amor, sem se dar conta dessa submissão. Maria Braun é vivida por Hanna Schygulla, grande parceira de Fassbinder, em diversos filmes deste. ela tem uma ótima atuação, vivendo a protagonista do filme, inclusive, ganhou o prêmio de melhor atriz, no Festival de Berlim, por sua composição da personagem Maria Braun. O filme concorreu ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. O filme tem um ótimo roteiro e fala de transações/trocas não só comerciais, mas também pessoais e/ou sentimentais."


"A próxima crítica em específico, dentro da enquete sobre Rainer Werner Fassbinder, será sobre o filme “Lola” (“Lola”), de 1981, segundo filme da ‘trilogia’, de Fassbinder sobre a decadência ética e moral da Alemanha do pós-guerra. Protagonizado por Barbara Sukowa."




Nenhum comentário:

Postar um comentário