(ARDIL 22, MIKE NICHOLS, EUA, 1970):
(A LOUCURA DE UMA GUERRA ARDILOSA):
(CRÍTICA POR RAFEL VESPASIANO)
Ardil
substantivo masculino
1.
1.
ação que se vale de astúcia, manha, sagacidade; ardileza.
2.
2.
ação que visa iludir, lograr (pessoa ou animal); armação, cilada.
“Mike
Nichols realizou, em 1970, uma comédia de humor irônico extremo, de caráter
antibelicista, aproveitando o contexto da Segunda Guerra Mundial. Que serve de
metáfora e ironia para criticar também a loucura da corrida armamentista e a
paranoia da Guerra Fria dos anos 1970, entre EUA e URSS. O filme permanece
muito atual.
O
nonsense do filme serve justamente para mostrar a loucura e a estupidez das
guerras. O ardil 22 é um código, lei, que os militares superiores dos EUA
utilizam para que os soldados norte-americanos continuem lutando, sem que
possam ser dispensados para voltar para casa, depois de tantos anos em
batalhas.
O
ardil simplesmente consiste em guerrear e continuar a guerrear, sem um objetivo
específico. E os coronéis e generais afirmam pelo código ardil 22 que os sãos
mentais devem continuar na guerra, pois, supostamente estão “lúcidos, por isso
devem permanecer e continuar bombardeando a Itália fascista; contudo, os que
sofrem de transtornos psíquicos provocados pelo horror da guerra, mesmo
considerados “loucos”, devem continuar pilotando bombardeiros, ou seja, não há
dispensa para ninguém, pois os “doidos”, segundo os superiores são os melhores
para a Guerra, e, os sãos também servem para a guerra pela sua lucidez, já
aqueles, como “malucos”, não têm nada a perder.
Mas
quem entre são e loucos querem lutar uma guerra que não é deles e não significa
nada direta ou indiretamente para eles? Que já perdeu o sentido.
É
uma guerra nonsense, sem objetivo e/ou finalidade, sem fim, um nunca terminar.
Os militares superiores e os políticos são mais mentecaptos do que os soldados,
que estão todos os dias no front de batalha.”
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