terça-feira, 1 de março de 2016

(“CRUZES DE MADEIRA”, RAYMOND BERNARD, 1933): (A VIA-CRÚCIS DO HOMEM NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA”)

(“CRUZES DE MADEIRA”, RAYMOND BERNARD, 1933)

(A VIA-CRÚCIS DO HOMEM NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA”):

(CRÍTICA POR RAFAEL VESPASIANO)





“Filme de uma contundência realística (realismo francês), que expõe o terror e horror da guerra em sua mais feia carranca. Bernard critica uma guerra (todas são assim) sem propósito, sem objetivo para os soldados que dão as próprias vidas no front de batalha, enquanto político e militares de alta patente ficam definindo os futuros da guerra, como se fossem deuses onipotentes. Já os soldados rasos, nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, são trucidados de ambos lados, sem tempo para enterro, os cadáveres ficam sendo decompostos na lama e nos cemitérios que os fronts de batalhas se transformaram, na guerra de trincheiras, uma carniceira e um fedor de morte por toda a ambiência, que o cineasta confere a seu fortíssimo filme antibelicista.


 Quanto o enredo, o filme acompanha o esforço das tropas francesas, uma multidão de soldados sujos e rastejantes nas trincheiras enlameadas, convivendo com a fome, a falta de higiene, ao mesmo tempo que devem resistir num alojamento, ouvindo os alemães, do outro lado da parede de pedra, cavando buracos para instalação de minas que poderão acampar com as esperanças da tropa francesa retratada em Cruzes de Madeira. A resistência de um grupo de soldados, refugiados num cemitério, convivendo com a dor, o cansaço e a perda dos amigos, é uma sequência ímpar da filmografia do realismo francês dos anos 30.”



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